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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Festas

Faz já quase 14 anos... 

Passei minhas festas nos States com amigos. 

O Natal foi sensacional com uma família show de bola em Madson e o Réveillon dos sonhos de muitas pessoas, não meu, foi em Nova York, nunca pensei em passar passagem de ano lá e confesso que não é lá esses balaio todo, não fosse a situação teria sido uma viagenzinha fraquinha, mas a situação é memorável e todos os anos relembro com felicidade aquela viagem. Relato aqui ela:

Tudo começou entorno do dia 04 de dezembro de 2000, tratou-se de uma busca implacável por uma passagem em um leilão na internet para passar 7 dias em Nova York. Conseguimos três amigos e eu passagens, ida e volta, de Madson a Nova York, a 50 dólares e estadia em um Hostel a 30 dólares a diárias. Detalhe era que chegaríamos no dia 31 de dezembro às 11h30min no aeroporto e só poderíamos entrar no albergue às 12h00 do dia 01 de janeiro. 

Então, apreensivos e emocionados, fomos nós, os amigos e eu, no dia 31 de dezembro de 2000 para o aeroporto e descobrimos que cada um iria em vôos diferentes. Um amigo e eu pegamos um vôo, tipo teco teco, em direção ao aeroporto de Chicago para depois ir para Nova York. Naquele momento entendi que o aeroporto de Chicago é grande doutores... Pense numa carreira que tive que fazer para chegar de um terminal a outro... Aquilo é um colosso de construção!!! Por incrível que pareça encontrei um amigo no meio da correria e ainda batemos um papo... Cearense se encontra em todo canto. Ajustada a conexão, nos encontramos no vôo com destino a Nova York e pimba às 11 horas e 30 minutos, chegamos ao aeroporto JFK em Nova York. 

Eis o começo de um Réveillon inesquecível...

Primeiro o ônibus: pegamos o dito com uma vontade danada de que o motorista corresse, afinal queríamos ver a danada da bola cair na Times Square... Ao entrar no ônibus recebemos logo um safanão do motorista, pois não tínhamos trocados, por conta disso o motorista disse para entrarmos, pois não valeria a pena para ele, por conta do tempo, passar um troco grande para nós... Dizia o dito motorista: passa, passa para não enganchar com a gaia...

Ficamos felizes com a economia de dinheiro, mas não sabíamos que teria um impacto em não pagarmos a passagem que foi justo da baldeação entre o ônibus e o metrô. Como não pagamos o ônibus, então não poderíamos fazer a integração e então fomos a fila... Pense numa fila de três pessoas demorada... Parecia que estavam comprando era peixe... Entorno de 5min na fila, então conseguimos as passagens e corremos prontamente para a plataforma e pegamos o primeiro metrô, sem ao menos saber para onde ele iria... O importante era se aproximar da bola... Dentro do metrô eu ouvia italiano, espanhol, francês, menos inglês... pense numa torre de babel na horizontal.

Chegamos a estação de integração e descobrimos que teríamos que passar para outra linha e, mais rápido que coice de bacurim, nós mudamos de condução e mais ou menos 11h55min chegamos na Times Square... Ao sair da estação nos deparamos com uma multidão de gente... Um povo feio, outros bonitos, parecia que tínhamos chegado em um filme de Steven Spilberg. Com aquela quantidade de gente, nós com mochilas nas costas e tal, não nos mechíamos nem com a porra.. Mas enfim conseguimos encontrar uma posição às 11h59min10seg que dava para ver a bola e eis que em 5 segundos ela desce e como de um passe de mágica a multidão vai embora... Creio que às 00h15min do dia 01 de janeiro de 2014 só ficaram naquela posição meus amigos e eu... Deu tempo de tirar umas fotos, mas agora restávamos nós e o frio e fomos nossa labuta à procura de um local para curtir a noitada de mochila e tudo...

Procuramos, procuramos e procuramos... O que nos restava era apenas lanchonetes tipo fast-food... Um dos amigos já estava quase para torar o pé de frio... Paramos em um beco e ele empurrou meia no pé para ver se esquentava... Só conseguiu esquentar quando entramos em um McDonalds 24h, entorno das 03h20min... O canto tava quente e decidimos passar ali um tempo... Algo entorno de umas 5h!!!!

Ei para passar aquele tempinho, no Mc, pedi um "Happiest Mc" ... Pense que cada dentada e mastigada durava algo entorno de 30min... mesmo nesse ritmo, com duas horas já havia comido o hambúrguer e as batatas fritas e estava a base de refil de refrigerantes... Naquelas curtas 5h prazerosas de conforto térmico ouvimos de tudo e o que nos fez repensar a significância da economia brasileira foi um bando de conterrâneos que falava carinhosamente as palavras doces brasileiras: porra já acabou a festa, puta que pariu não tem nenhuma quenga aqui por perto, vai se lascar fi duma égua, o bom é mesmo no Brasil, lá eu já estava mais melado do que espinhaço de pãozim doce... Pense num povo meigo e educado... Ficamos calado, pois aquilo soava como canto gregoriano aos nossos ouvidos.

Chegando às 8h20min os atendentes já se prostravam ao nosso entorno para ver se nos mancávamos e íamos embora, afinal já havíamos comido nossas refeições fazia mais de 3h. Então decidimos procurar o Albergue e descobrimos que era pertinho, uns 40 quarteirões de distância, e que naquele dia o metrô não seria uma boa opção. Dessa feita, decidimos ir à pé... Curtindo a cidade... Passamos por todo tipo de pessoa que possam imaginar... E a neve, negra, parecendo lama, troando, os carros espirrando aquela porqueira em nós, as costas doendo, e os quarteirões passando... Chegamos ao hostel às 11h e aguardamos o horário da entrada para nos prepararmos aos 7 maravilhosos dias de Nova York.

E boas festas a todos... Nos vemos em Fevereiro...


domingo, 15 de dezembro de 2013

Viagem a Canindé...

No Ceará existe um local de fé e religiosidade incrustado no sertão. Não é Juazeiro do Norte com o idolatrado Padre Cícero, mas Canindé, com a imagem de São Francisco de Canindé sendo o expoente do sofrimento nordestino. Tal cidade foi retrata em uma música escrita por Renato Teixeira e cantada por Luiz Gonzaga de nome Estrada de Canindé e aqui retrato o caminho levado por um amigo para mostrar seu compromisso com a tradição cearense.

Meu amigo e mais cinco companheiro iniciaram uma ida de bicicleta de Chorozinho a Canindé (distância em estrada de aproximadamente 128 km)... Viagem longa, mas com cinco amigos, em conversas, brincadeira, paradas e etc e tal, com certeza a viagem seria marcante. Iniciada a viagem toma-se a primeira restrição: um dos viajantes em meio ao cansaço da cachaçada do dia anterior, decide por bem permanecer em Chorozinho, pois ali poderia lavar o figural com uma cervejinha... Deixaria a viagem para outro dia... Um a menos não seria problema, pois os outros senhores eram pessoas fortes e perseverantes e afinal seria apenas 128 km de bicicleta em um calor que iria beirar os 40 graus.

Inicia a viagem e todos vão lá... Um conta a piada do pinto que tinha um pé só, outro conta a do joãozinho e a professora, etc e tal... No meio das babozeiras, baitolagens e fuleragens eles se deparam com a primeira subida. Um olha para o outro e diz: macho, eu num aguento subir isso ai sem macha não... Vou subir à pé empurrando a bike... Vai correndo animado e tal, afinal era a primeira e quando chega no alto avista um conjunto de sobe e desce que iria ser a montanha russa inicial da viagem. Mas aquilo não era nada frente a vontade de ir e voltar... O rapaz pega embalo e vai "di cun força" descendo a parada e subindo a outra... Assim conseguem transpor aquela ruma de "corcova" da estrada. Terminam os primeiros fantásticos 30 km de viagem ainda animados e felizes e encontram a primeira cidade... Aquela sede amuada, então decidem tomar aquela cerva gelada... Tomam duas e prosseguem a viagem... Oh Suco de Cevada bom!!! Geladinho... Era a primeira refeição depois do café da manhã... Um decide, para não perder o costume, tomar uma dose de Ypioca, afinal, levantaria os ânimos pois faltavam apenas 96 km até o destino.

Prosseguem a viagem e a paisagem se transforma em um emaranhado de galhos e o calor já beirava os 32 graus... Pense num calor... Mas vez por outra passava um carro ou um caminhão em uma velocidade de uns 90 a 110 km que davam um frescor e um "pueral" amuado que enchia o pulmão de ar e de vontade de tossir... Com mais uns 10 km de viagem os senhores já estavam cuspindo tijolos e então soltam aquela, rapaz, já estou com a garganta seca, vamos fazer outra parada estratégica? Outros respondem em unissono: agora. Param no primeiro bar de beira de estrada e tomam uma cervejinha... A que tivesse gelada era aceita sem moderação e ai da mosca que se aproximasse da garrafa ou dos copos... Pêia para 10 ela comia sozinha...

Depois de umas três na cabeça prosseguem a viagem... Meu amigo disse que já estava para dá a piloura, mas com força de vontade prossegue. Decidem cortar caminho pela estrada de chão do buraco da veia... Vão naquela paisagem bucólica e linda do sertão... Esqueceram eles que num caminho daqueles achar um bar ou algum local com água só se fosse nos mandacarus... Vão em meio a poeira, paisagem, calor, secura e muita amizade...

Por incrível que pareça, encontraram um bar no meio do caminho... A viagem que era para durar algo entorno de três horas e meia já iria passar para as quatro e tanto com aquelas paradas, mas se chegassem tarde demais, parariam em uma pousada ou no meio do relento mesmo e dormiriam para o retorno, quem diachos iria mexer com cinco cabas que pareciam mais cinco soins de bonito... Tomam mais umas cervas... Dessa vez meio chocas e então se embarreiram, melados em um canto da varanda e decidem comer algo que não fosse cevada... Pedem uma tripa de porco com farofa e um cuscuz com ovo e leite... Pensem numa sustância?

Depois da parada, que durou mais de uma hora, prosseguem no ápice das 10 horas com o sol já dizendo a eles: se preparem que eu vou usar vocês...

Chegam ao meio da jornada e se deparam com um Oasis da felicidade, um bar que fora a cevada tinha água à vontade e uma panelada de deixar qualquer um em estado de letargia mental, corporal e psicológica...O meu amigo olha aquilo e diz: cão é quem continua... Bebe uma cerva, mais outra, e tome outra... Uma dose, o forró troando... O raparigal chegando e as paqueras acontecendo... Dois dos guerreiros decidem prosseguir e o meu amigo diz: vão com Deus e digam a São Francisco que fui até a metade, mas não aguentei chegar ao final por motivos outros... Depois visito ele com mais calma, hoje ficarei por aqui.

Eita estrada de Canindé grande meu Deus!!! Tem quase um bar por quilômetro!!! Só não nota quem vai de carro.

O retorno deixarei para outra estória, afinal, não é todo dia que se anda uns 60 km bebo equilibrando-se em uma bicicleta três amigos à noite.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Perigo em Fortaleza... Atenção!!!!

Doutores e doutoras a capital alencarina não é mais a mesma... Todo dia sai notícia de violência, roubos etc e tal... Os jornais faturam muito com as notícias, quem dirá as empresas de segurança privada. 

Eu cá comigo acho que estão catalizando os eventos, pois acredito nos números e vejo que as práticas meliantes vêem aumentando, mas ainda são controláveis, embora não saiba se quem deveria ter interesse em controlar age de forma racional e preventiva para manter a ordem, mesmo porque até quem é letrado e dito "inteligente" está se vendendo as constantes investidas da imprensa neste mercado altamente lucrativo. 

De toda sorte, o pânico que assola nossa terrinha fez o zelador do prédio que moro passar por uma que relato aqui abaixo:

Ele foi ao supermercado na Rua Pinto Madeira à pé para comprar algumas coisas...

Ele iria sair das proximidades da Av. Heraclito Graça e andaria algo entorno de 4 quarteirões para chegar ao local de destino e retornaria com umas duas sacolas... 

Quando falou ao povo do prédio que iria à pé, eis que todos se espantam e dizem: 

- dr... não vai... a cidade está perigosa... Podem te assaltar... 

Pensei cá comigo, é óbvio que podem assaltar. Ele também pode achar uma nota de 10 reais na rua se tiver sorte até uma nota de 100.

Ele diz que não tem problema, sempre anda por lá e se tiver um perigo ele entrega tudo.

Andando pelas ruas, chegando ao último trajeto, ele dobra a esquina e vê ao longe uma pessoa do mesmo lado da rua que ele estava e fica apreensivo, de pronto passa para o outro lado da rua e, por coincidência, simultaneamente, o outro rapaz ao fundo faz o mesmo.

Assim vai um e o outro tentando desviar da vista um do outro... 

Ao se aproximarem o zelador do prédio disse que, já estando pronto para correr, escuta a voz do outro cara na rua dizendo:

- Ei macho tu acha que eu sou ladrão é?

Ele responde:

- Eu tinha certeza...

Os dois riem e prosseguem.

Portanto, cuidado aos temerosos pelos roubos nas ruas, pois ninguém sabe o que os aguardam em Fortaleza.



domingo, 1 de dezembro de 2013

Presente de Grego a Cearense.

Camaradas, pergunto a todos, o que seria um presente para um cearense saudoso da terrinha e morando em Manaus? Existem várias possibilidades: rapadura, farinha, cachaça, etc e tal... Quando morei em outro pais me fazia uma falta "amuada" o velho e bom feijão, vez por outra vinha a cabeça aquela panelada e aquele sarrabulho, mas em uma cidade brasileira acho ser que estas coisas não são difíceis de achar... É óbvio que são mais caras, afinal, os quitutes e especiarias cearenses são o que há... E mesmo que não gosta a de admitir que o cheiro dessas coisas quando exaladas da cozinha são de uma tentação quase profana... 

O amigo que morava em Manaus, ansioso com a vinda da esposa e certo que poderia explorá-la para trazer uma das especiarias da terra prometida, pede encarecidamente que sua "principa" o leve uns caranguejos para ele fazer uma caranguejada e um pirão escaldado de caranguejo. 

Sua esposa, meio que exitosa, pensou um pouco, mas que mal haveria em levar tal maravilha... Sei que caranguejo tem em todo canto com litoral e mangue, mas o rapaz queria um caranguejo cearense, e sua esposa prontamente o atendeu.

Aqui que começa a saga do caranguejo, ou melhor, o presente grego cearense... A pergunta é bem simples: como transportar caranguejos em um vôo, pois os mesmos deveriam chegar ao local vivo, caranguejo morto não dá para ser cozido?... A época os aeroportos brasileiros não eram muito criteriosos e qualquer pessoa passaria com um pacote de caranguejo pelo portão de embarque. Sendo assim, a esposa caprichosamente prepara uma caixa de papelão com dez caranguejos dentro e de forma angelical e delicada faz pequenos buracos na caixa para os bichinhos respirarem durante o vôo. 

E inicia o vôo, os caranguejos no bagageiro superior, em um caixa com furos, curtindo aquela viagem longa sob pressão... Tudo corria bem, pelo menos enquanto as portas das malas estavam fechadas até que uma senhora decide retirar algo da sua mala... Quando abre a porta do bagageiro superior se depara com um bicho peludo, com oito pernas, olhando para ela e de pronto ela grita:

- Uma caranguejeira!!!! Mata!!! Mata...

A esposa do meu amigo, boa cearense que era, se apercebe que não era uma aranha, mas possivelmente um dos caranguejos que havia soltado... De pronto levanta e diz:

- Não, isso é um caranguejinho cearense... Pera que eu "ajeito"...

Quando ela procura a caixa encontra um farelo de papelão, todo rasgado e então vem a pergunta: Onde foi parar os dez caranguejos? Olhando para o bagageiro encontra um, depois outro e quando vê um caranguejo estava no chão, outro na poltrona debaixo e o vôo se tornou aquele desespero... Eis que ela tem a espetacular ideia de pedir uns sacos de vômito para pegar os caranguejos e depois os colocou, os que conseguiu pegar, na sua mala de mão... Apertou, apertou e coube e de hora em hora ela recebia um chamdo de um passageiro paciente que se deparava com o caranguejo no seu bumbum, seu pé e tal...Correu assim durante umas 5h de vôo.

Termina o vôo ela chega, encontra o marido e ele, como que um cavalheiro cearense, de pronto pergunta: cadê os caranguejos? Parecia que não era importante a vinda da mulher, mas a especiaria... Ela o entrega os bichos e após contá-los ele fala: faltam três. Ela de pronto diz:

- Vai pra baixa da égua... Eu passo o vôo todo catando caranguejo, chego com ainda sete vivo e tu ainda reclama... 

Ele vê que a pergunta foi errada e tenta convencê-la de contar como foi a viagem... Depois de respirar muito ela fala sobre os ocorridos os dois riram muito e até hoje se questionam: Onde ficaram os outros três caranguejos... 

Eu suspeito que outro possível cearense apaixonado pelo crustáceo os encontrou e fez um belo de um pirão com eles...


Parece não ser verdade... Mas é...

sábado, 23 de novembro de 2013

Entrando em um país estrangeiro

Me ausentei uma semana de meus contos em função de atividades que consumiram meu final de semana. Retomando as estórias relatarei a passagem de um pai de um amigo de um amigo meu e sua entrada no Reino Unido. Esta situação me comprovou que a genialidade das pessoas está na atitude simples. A parada foi mais ou menos assim:

O pai do rapaz entra na migração e o policial, cabreiro que só um gato com uma gata no cio, revista inteiramente o senhor.

O senhor meio constrangido aceitou aquilo, mas eis que o policial solta aquele conjunto de questionamentos típicos dos guardas ingleses:

1. Porque o senhor vem pra aqui?

Resposta: Turismo.

2. Tem dinheiro suficiente para ficar aqui?

Resposta: tenho.

3. Tem parentes habitando aqui?

Resposta: sim, meu filho está estudando na universidade X, fazendo doutorado.

Assim foi...

Lá pelas tantas, já tendo repetido as mesmas perguntas várias vezes para ver se o Sr. não contradizia nada, então o policial faz a pergunta chave:

Questão n. O senhor pretende ficar por aqui quanto tempo?

Resposta: uma semana.

Questão n+1 (gota d'água para o senhor que se encontrava estressado) Só uma semana?

Resposta sensacional do senhor: Bem dr. depende... SE EU NÃO GOSTAR DESSA MERDA POSSO IR EMBORA AMANHÃ.

Nessa hora o policial olha para o senhor e diz:

Está bem, pode entrar...



domingo, 10 de novembro de 2013

Não esquentes com nada nesta vida...

Sempre a vida nos dá grandes lições. A da história que contarei é uma lição de como não devemos esquentar com pouca coisa, ou como diria o saudoso comediante Espanta: "não vamos esquentar o cu com rola fina"...

Enfim, eu, na minha eterna sorte que me faz mover dia a dia, fui várias vezes demitido, mas em uma situação a demissão ao invés de servir para eu ir para trás me propiciou uma experiência sensacional e digna de compartilhar com os amigos. Foi assim:

Chego no trabalho recebo a notícia:
Meu chefe: -Dr. sabe como é, corte de verbas e tal, você foi cortado.
Eu respondo: fazer o que? me contento com a situação, me despeço dos amigos e sigo para fora do trabalho.

Naquele momento decidi procurar o que fazer, me ocupar, então me encaminho ao centro da cidade de Fortaleza para resolver uns problemas de documentação ainda pendentes. Solucionado tudo que eu tinha por fazer, me aprochego a um banco na praça do Ferreira e reverencio a paisagem bucólica de minha cidade e eis que uma linda garota senta ao meu lado para fazer uma pesquisa. Como não tinha mais o que fazer, aceito o convite, afinal poderia até rolar algo a mais. Entretanto a menina era bastante profissional e iniciou e terminou a pesquisa sem deixar brecha para gaiatisses a não ser a estranheza das perguntas que sempre remetiam a uma boa cervejinha...

Finalizada a pesquisa ela solta a máxima:

Vamos subir?

Eu pensei cá comigo, como? Eu num fiz nada e ela está me queixando?

Então ela me esclarece que era para a parte prática da pesquisa...

Sem problemas digo eu e então subimos juntos no prédio em frente.

Chegando ao andar desejado, iniciamos a parte prática: tomar cerveja para entender meus gostos.

Fico felicíssimo e então iniciamos, bebo cerveja marrom, rocha, rosa, amarela, de tudo quanto é jeito... O tira gosto não era lá essas bagaça toda (cream cracker), mas melado como fiquei, não tinha do que reclamar...

Entre uma cerveja e uma cream cracker, sempre a mesma pergunta: te agrada?

Eu pensava cá comigo: Bota outra.

Terminada a degustação, melado que só espinhaço de pãozinho doce, recebo uma ligação do meu chefe. Veio a cabeça pra atender e mandá-lo pra casa do chico, mas não o fiz.

Atendo e ele fala: Dr. conseguimos realocar verbas e você está readmitido.
Eu então penso cá comigo: vou comemorar... Mas como? Já estou melado pra caramba... Resta a máxima:

Não vamos esquentar com pouca coisa...

sábado, 2 de novembro de 2013

Políticos a brasileira segunda parte

Embora longe do período eleitoral e não sendo objeto de minhas "estórias" relatar a presteza de nossos políticos, me imbuí da condição de relator de "picaretissis" a la brasileira e agora sequencio o post Políticos a brasileira primeira parte com uma segunda parte. As "estórias" parecem uma coleção de fatos passados por Odorico Paraguaçu nos textos escritos por Dias Gomes, mas não o são. Outras partes, fora esta segunda, seguirão, pois de uma coisa é certa, nossos políticos são o que há de mais tosco e geram e gerarão infinitos fatos dignos de relatos a la comédia pastelão. Vejam só estes:

1. Passando em uma cidade interiorana brasileira me deparo com um megafone anunciando o maior feito daquela cidade. O senhor prefeito iria inaugurar um semáforo (sinal ou sinaleira como popularmente é conhecido). Pensei cá comigo: "esse sinal deve ser poderoso"... Me preparei todo para ver o evento, talvez o mais importante daquele ano na cidade. Eis que às 17h30 inicia o processo: banda marcial e tudo... Então a inauguração se dá em um procedimento sui generis... Primeiro acende a luz vermelha, todos atônitos e a banda toca a Quinta Sinfonia de Beethoven (escutem no link para ver a dramatização), na segunda parte acende a luz amarela e eis que inicia A Primavera de Brahms (escutem no link para ver a dramatização) e por fim, acende-se a luz verde e surge o auge Brasileirinho (escutem no link para ver a dramatização)... O reportório não foi muito ortodoxo, mas com certeza serviu para animar o público, que embora sem entender muito bem para que aquela "frescura", aplaudiu ao final. Então, do meu lado, um menino de mais ou menos uns 13 anos me diz: porque não colocaram o Forró do risca faca (escutem no link para ver a dramatização), fiquei sem argumento e decidi me retirar... Acho que o prefeito não se reelegeu...

2. Em outra cidade encontrei um prefeito inaugurando um telefone público... Desta vez não foi com banda, acho que este prefeito entendia melhor do seu eleitorado... No meio da praça onde o telefone seria inaugurado eis que ele colocou uma banda que tocou Mudança das Capitais... Achei sensacional a música e eis que o cidadão do lado diz: Dr. esse é um prefeito "arrombado" mesmo só faz festão... Não voltei a cidade, mas tenho certeza que aquele prefeito foi reeleito e elege quem quiser...

3. Uma viagem que fiz para outro rincão do Brasil passei um calor desgraçado, não como o que passei em Teresina (veja o Post Uma noite amena no Piauí) e para me refrescar vou a pracinha da cidade. Chego a praça e noto a praça impecável limpa e bem conservada, concluo que a administração pública é excelente, afinal não se vê praças mantidas em qualquer local. Então procuro um canto com sombra para me sentar e me deparo com a situação bizarra: não existiam árvores na praça... Procuro um outro local para ir e vejo um bar que tem uma coberta e sento no bar, peço uma cerva e inicio uma conversa com um cidadão da cidade que diz: eita prefeito arretado esse daqui, tirou as árvores todas da praça, assim ele evita que tenham folhas e ai fica sempre limpo, então eu complemento, com esta estratégia também ele não precisa manter a praça, pois ninguém sentará nos bancos nem andará na praça... O caba diz, pois é só dá para sentar ai lá para as 9h da noite, quando vem um ventinho lá de Fortaleza, detalhe Fortaleza fica a 400 km da cidade... Eita que estratégia administrativa da porra, tomara que não pegue.

4. Para finalizar, me reuni com pessoas de uma comunidade e chega o secretario de transportes da cidade que reclama que estão querendo fazer um projeto de transporte entre municípios vizinhos, mas que 90% da demanda é de sua cidade e então ele solta a pérola: se eu tenho 90% da demanda, então eu devo mandar em 90% do projeto...Pensei cá comigo, a lógica está certa (para ele) o problema é que 90% da infraestrutura do projeto não aconteceria na sua cidade que era a menor, embora a mais adensada, ou seja, os outros pagam a conta e eu ganho a grana da receita... 

Mas como diz um amigo: doido não é quem come merda e rasga dinheiro, mas sim quem come merda dos outros e rasga dinheiro dele, porque comer a própria merda e rasgar dinheiro dos outros não é sinônimo de loucura... Depois dessa, desconfio que nossos políticos não são muito doidos...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cerveja, pãozinho francês e o guarda

Em conversa acalorada a cerca de calorias extras provenientes da ingestão de cervejas eu e um amigo chegamos a conclusão que cada copo de cerveja era equivalente a dois pãozinhos carioquinha vulgo pão francês... Notamos naquela conversa que havíamos degustado naquele conversa de mais ou menos quatro pão francês cada, ou seja, havíamos bebido uma garrafa da cerva... Pouquíssimo, mas era só para conversar miolo de pote.

Como a conversa foi longa, a bebida não era o principal coisa do dia e tínhamos que resolver dos afazeres domésticos, então decidimos finalizar a conversa e marcar outra degustação de pães e então partirmos ao encontro de nossas famílias. Eu para um lado, ele para o outro...

Eu, sortudo como sou, me deparei na primeira esquina que dobrei com uma blitz e pensei cá comigo: Me ferrei!!! Quatro pães devem acusar no bafômetro. Parei na blitz, e culpa como era, disse ao guarda... Fazer o que doutor, eu tomei umas... Ele olha prepara o bafômetro já sorridente e diz, mas então vamos ao teste... Olho para o teste e fico feliz: Não acusava nada... Eu era culpado sim, mas creio que ao longo da conversa, bebendo vagarosamente de duas uma ou a bebida era ruim e não pegou ou então diluiu rapidamente,mas vale também uma terceira hipótese onde a adrenalina da minha primeira blitz teria expelido todo o álcool instantaneamente.

Enfim, feliz da vida, chego ao guarda e digo, é infelizmente não foi acima do permitido... Ele ri e me solta a frase que ecoa nos meus ouvidos até hoje:

Você não veio errado por que não quis, de qualquer forma nós temos que nos acertar...

Olha para o lado, para o outro, ninguém por perto... Penso um pouco e digo:

me prenda então?

Ele então diz, dessa vez passa dr... Mas fica registrado você não vem errado se não quiser, mas se vier certo teremos que ter o acerto de qualquer forma e da próxima será em dobro...

Ando evitando as padarias por questões de saúde, mas tenho certeza que aquele guarda já ganhou muito dinheiro a base do pão de cada dia dos brasileiros...

domingo, 20 de outubro de 2013

Perdendo medo de vôo.

Viajar de avião tira de nós a possibilidade de conhecermos a paisagem e de irmos nos adaptando ao destino. Lembro-me de um amigo que disse sua filha ao viajar de São Paulo a Iguatu em dois momentos distintos tomou um susto, pois na primeira foi em primeiro de seca e na segunda de chuva... No segundo momento chegou ela para o amigo que havia ido pegá-la no aeroporto e disse que ele estava enganando ela... que não estava levando para casa do pai, pois o pai morava em um lugar seco... caso fosse em uma viagem terrestre ela teria curtido a mudança de paisagem e teria constatado, sem muito constrangimento, que o sertão do Ceará tem duas facetas que são opostas e que ambas apresentam belezas particulares. Enfim, tal história me faz lembrar de seu pai quando o conheci:

Tratava-se de um vôo Brasília-Fortaleza da saudosa BRA... Praticamente um pau-de-arara aéreo acessível a todo mundo, inclusive a mim. Entro no vôo e do meu lado senta ele, o Sr. Francisco. Nervoso como estava ele começa a falar destrambelhadamente e me diz a frase que não me fez esquecer o vôo: 

- Meu filho... Eu preferia pegar uma onça pelo rabo do que este vôo, mas minha filha disse que era seguro, então eu vim.

Como não era meu primeiro vôo eu não me abalei, apenas balancei a cabeça positivamente

Ele continuou a falar e eu a escutar, então o avião decola e ele de pronto se agarra com sua valise de mão. Me olha e repete:

- Eu preferia pegar uma onça pelo rabo do que este vôo, mas minha filha disse que era seguro, então eu vim.

A aeromoça anuncia o momento da refeição todos abaixam as bandejas de frente da poltrona e ele continua agarrado com a valise. A atendente entrega a todos as refeições, mas ele, sem baixar a bandeja e agarrado com a valise, ficou sem refeição... No meio da parada ele chama a aeromoça e pergunta:

- Minha filha... Você tem raiva de mim?

Ela pergunta: porque?

Ele diz: você entregou comida para todos os outros de graça e para mim, nada...

Ela o explica que como ele não havia baixado a bandeja, então não poderia receber a refeição e ele de pronto baixa a mesinha e diz: 

- Pronto dra. pode trazer a comida. 

Ela trouxe e ele devorou aquilo e pediu para repetir, comeu como um frade. Logo em seguida teve um baque, pois o avião entrou em processo de turbulência... Naquele chacoalhar ele repete a frase:

- Eu preferia pegar uma onça pelo rabo do que este vôo... Se eu soubesse que ia ser assim eu não teria comido. Pense na buraqueira aqui no céu?

Finalizado a turbulência, ele decidi ir ao banheiro... E ao entrar no banheiro, escuto o barulho de emergência o que deixa todos em pânico. Ele chega do meu lado e diz:

-Meu filho... esse negócio de avião é complicado, apertei um botão naquele banheiro e apareceu um barulho que parecia uma panela de pressão com feijão, aperto outro botão saia uma água não sei de onde, então encontro uma luzinha vermelha e penso: este deve ser o interruptor, aperto e a aeromoça me chega perguntando se eu estava passando bem e eu digo: bem? eu estou ótimo agora este banheiro parece que não quer me deixar mijar... Agora não consigo mais fazer nada naquele banheiro...

Depois de um momento ele grita em voz alta:

- Arriégua, fudeu... Fudeu... Vamos morrer tudo...

Já estávamos em um vôo tenso, pois o avião era suspeito e o susto da turbulência com o alarme de emergência do banheiro havia deixado todos apreensivos.

Eu então olho aquilo e digo: calma Sr. Está tudo ok... E eis que o avião começa a chacoalhar e ele repete...

- Arriégua, fudeu... Fudeu... Vamos morrer tudo...

Eu novamente peço calma e ele aponta, dizendo: olha como está aquela égua?

A aeromoça estava naquela posição que ela recomenda a todos nós no vôo... Cabeça baixa entre as pernas.

Eu olho e penso cá comigo...

- Eu preferia pegar uma onça pelo rabo do que este vôo.

A turbulência passa e o comandante anuncia o pouso... Nos acalmamos e eis que meu companheiro de vôo diz:

- Rapaz, esse negócio de vôo até que é bom. Na próxima vez eu venho de avião de novo.

Até hoje me lembro da onça quando estou em vôo, afinal é nessas horas que temos certeza que temos muito a viver.

sábado, 12 de outubro de 2013

Uma noite amena no Piauí.

Em mais uma das minhas saudosas viagens conheci o espetacular estado do Piauí. Minha primeira incursão no local tinha sido de passagem e no abrir da porta do avião, já havia sentido na pele o que ele guardava a qualquer humano: Calor, mas muito calor. Dizem que um padeiro que viveu a vida inteira neste estado brasileiro, foi ao inferno e desafiou ao cão quem suportava mais calor. Enfim, minha viagem ao caloroso Piauí, me fez valorizar as coisas pequenas da vida. Se passou mais ou menos assim:

Tratava-se de uma viagem longa e que exigia, ao anoitecer, uma parada estratégica em um lugar que não ligava nada a coisa alguma. Paramos no lugarejo e procuramos um local para ficar. Tínhamos certeza que nada de luxuoso nos aguardava e assim procuramos, sem muita pretensão, um cafofo com o mínimo de conforto e lá encontramos. Pegamos um quarto individual cada e, cansado como estávamos, não titubeamos, fomos tomar aquele banho e descansar.

Chego ao meu quarto e a primeira experiência foi o chuveiro. Abri o registro na intensão de espantar o calor e sinto que com a temperatura da água isso não aconteceria. Parecia que a água vinha de uma fonte inesgotável de vapor, não esfriava nunca. E olhe que não era um chuveiro elétrico. Tratava-se, talvez, da maior invenção da humanidade, pois não precisava de nenhum princípio da termodinâmica para conservar o calor. 
Naquele momento, raciocinei um pouco e me lembrei de uma amiga que disse que ao morar no Piauí utilizava, para tomar banho, uma lata de leite ninho furada ao fundo com gelo dentro e então tive a certeza que ela não era doida quando me contou aquilo, mas sim, muito da sabida. Imitei a amiga e me senti mais confortável naquele local, embora, depois do banho de chuveiro com uma latinha de leite de ninho furada no fundo e cheia de gelo dentro, sai do banheiro quase tento um choque térmico, mas nessa hora tive a sadia ideia de ligar o ventilador. 

Eis que me deparo com a segunda situação, o ventilador era adaptado ao Piauí: ligado no mínimo eu podia contar de um a seis para o ventilador dar a primeira volta. Era um equipamento com um regulador de velocidade contínuo, entretanto, dada a situação de inércia do bicho, modifiquei para o máximo e observei que o máximo se equiparava a um helicóptero em pleno vôo. Tentei ajustar, mas tudo em vão... De duas uma: ou desligava, ou tentava dormir com o barulho do helicóptero no meu ouvido. Desligo o bicho e vou dar uma volta para me refrescar e me deparo com toda a equipe de viagem sentada do lado de fora conversando miolo de pote, pois se encontravam na mesma situação. Aproveito o ensejo e entro na conversa. Passamos algumas horas tentando curtir o momento, porque entrar no quarto só com muito, mas muito cansaço... Dormir ali sem ventilador só quando fosse para capotar o que aconteceu entorno de 10h da noite.

Entro no quarto, parto para a dormida... Cansado como estava não sentia nada, apenas sono. E eis que vem a última situação... Quem morou no nordeste sabe da máxima: calor vem seguido de chuva ou de muriçoca e para aquele local a primeira opção quase nunca acontecia... Além disso, no Piaui os danados dos pernilongos também têm que se refrescar e como nosso sangue tem temperatura mais amena do que o Piauí, então, é do nosso sangue que eles gostam mais... Acordo às 3h mais ou menos e me deparo com o lençol cheio de sangue: pensei cá comigo: Eu menstruei? Olho para o teto e aquela ruma de muriçoca me incitava a uma guerra... Pensei um pouco e disse: para acabar com elas tem que ter uma estratégia de guerra e talvez por isso o ventilador com velocidade de um helicóptero. Ligo o mesmo e descubro porque da sua voracidade, pois afinal tudo tem um porque. 


Cansado como estava, me incomodei inicialmente com o ventilador, mas era melhor do que me senti um prato apetitoso de muriçocas. Às 4h consigo dormir, mas eis que batem no quarto às 6h me dizendo para retornarmos a viagem. Levanto-me e procuro o caminho do banheiro com a certeza que eu sou é "azalado" mesmo e que de bom mesmo é minha casinha lá no Ceará mesmo com aquela quentura, afinal até então o máximo que eu senti foi um mormaço comparado aquele local inesperado na viagem...

sábado, 5 de outubro de 2013

Mas que sonho ruim...

Meus amigos, oh sonho ruim o que o zelador do prédio me relatou...
Mas foi tão ruim este sonho que me deu uma agonia de pensar nisso acontecendo comigo.
Um sonho sem jeito!!!
Sonho dos cãos...
Não tenho nem coragem de contar esse sonho...

PENNNNNNSE num sonho ruim!!!

O Zelador disse que acordou com o coração palpitando agalopado, um nervosismo sem igual, uma vontade de correr no oco do mundo, tudo por conta desse sonho.

PENNNNNNSE num sonho ruim!!!

Meus amigos, não queiram ter um sonho ruim desse tanto não...

PENNNNNNSE num sonho ruim!!!

O cara disse que tinha sonhado que a mulher dele não queria mais e quando ele foi procurá-la na casa da sua sogra ela batia "de cunforça" na cara dele...

PENNNNNNSE num sonho ruim!!!

Ai, quando ele acordou, olhou pro lado, viu sua mulher, suspirou forte e rezou agradecendo a Deus que era só um sono.

Não quero essa desgraça para ninguém nesse mundo.

Mas PENNNNNNSE num sonho ruim!!!

Isola, vai de reto, desconjuro para que nunca aconteça um sonho desse comigo...

domingo, 29 de setembro de 2013

A carona e a cerva...

Isso se passou em um final de expediente de uma sexta-feira, olhei minha carteira e pensei: ferrei-me!!!

Ri sozinho, pois mesmo tendo uma renda acima do octogésimo percentil da população da cidade onde moro, não possuo um vintém em minha carteira...

Analiso a situação e decido pedir uma carona, uma vez que não existem caixas eletrônicos na proximidade e, de qualquer forma, se a pessoa não me desse carona talvez me oferecesse à grana da passagem para eu poder retornar a minha casa, afinal, com certeza eu teria como pagá-la no outro dia.

Dou uma sorte danada, um dos amigos do trabalho iria dar carona e disse que me levaria até onde desejo ir.
Penso que eu sou um cara sortudo. Irei embora, economizarei uma grana e terei um ganho marginal na minha renda, 2 em alguns mil, segundo expectativas e projeções poderá me render alguns mil da moeda vigente e fazer a diferença no longo prazo, mas deixando isso de lado sigo a minha carona...

A carona foi confortável e bacana, trocamos uma conversa daquelas de miolo de pote: nada a se aproveitar!!!
Mas uma coisa me chamou atenção... Em meio a brincadeiras e de anseios profissionais um dos amigos me diz que tem um aplicativo de IPHONE sensacional e que com ele o caba nunca mais foi pego por blitz nenhuma, que poderia beber sossegado, tratava-se do achado do ano...

Eu cá com meus botões fico perplexo com a atitude, afinal vivemos a reclamar da corrupção e do estado brasileiro... Entretanto, eis que o outro caroneiro diz:

Diz ai qual é a página da internet para eu baixar esse aplicativo, não quero ser multado por uns copinhos de cerveja de final de semana...


Ajusto-me mentalmente e digo a mim mesmo: 

As leis estão erradas ou o mundo está errado?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Carona entre amigos...

Conversa entre amigos serve para muitas coisas, inclusive descobrir que não seria possível que só eu me ferrasse na vida. E de fato não é e relato abaixo uma história que me faz lembrar muitas e muitas que passei, mas que posso felizmente, ou infelizmente dizer:

Não foi comigo!!! 

Esta história me força a pensar que não existe somente eu de “azalado” no mundo e que devem ter muito mais “azalados” no mundo, inclusive amigos meus, que desafio em escrever sua história no blog.

A história se passa em uma mesa de almoço e estávamos eu e mais alguns amigos, entre eles um grande companheiro de trabalho. Este, com seu ar taciturno e sua forma espalhafatosa de falar descreveu sua aventura de final de semana como cômica e trágica.

Dizia ele:

Mestre, no domingo passei por uma que foi de lascar... Minha sogra pediu para eu trazer um caba do interior do Ceará para Fortaleza e você sabe como é, pedido de sogra não se nega, enfim, disse que daria a carona ao caba e ai iniciou minha via crucis.

Primeiro, por conta da distância, decido retornar entorno do meio dia, então passo na casa do cidadão e buzino feito um louco, até que decido descer do carro e encontro o rapaz que estava deitado em uma rede, coçando o pé nos punhos e fumando aquele cigarrinho de palha.

Falo para ele: Dr., vim te pegar para irmos a Fortaleza. Ele diz: Mas já? E a buchada que comi, não vai fazer mal? Eu digo: vai ou não vai?

Ele dá um pinote da rede, apronta a trocha, corre para o carro, ligo o carro, ajusto o ar-condicionado e então iniciamos a viagem, ele e minha família...

Sentado no banco de trás o indivíduo não interage até o momento em que ascende outro cigarro de palha e dá uma senhora tragada, seguida por uma baforada, então digo: Oh mestre, que é que isso, não está vendo o ar-condicionado não? Ele diz: Vi sim, muito bom, o calor lá fora tá grande Dr, mas aqui dentro tá bom.

Eu então abro as janelas do carro e digo: Assim vai ficar ruim... Ele responde:   Quer que eu jogue o cigarro? Eu digo: Não... Pode terminar esta... E me contenho...

Continuamos a viagem e paramos em restaurante para comer algo, sendo que o indivíduo de pronto pede uma cervejinha... Finalizado a parada pedi a conta, olhei para o carona e perguntei: e sua cerveja? Ele disse: eu não tenho dinheiro. 

Restou-me a sua conta também e nessa hora queria mandar aquele camarada para o interior novamente, mas já estávamos mais perto de Fortaleza do que do interior, então, retomamos o caminho e em pouco mais de uma hora e meia chegávamos à região metropolitana de Fortaleza e então pergunto ao companheiro de viagem: Mestre, onde você irá ficar? E ele responde: Tenho nem ideia...  Digo: Você tem o número do telefone de algum parente seu aqui? Ele: Eu não tenho parente aqui... Ai me desespero. 

Ligo para minha sogra, que liga para um amigo, que liga para outro que descobre que o destino dele era na velha e boa Barra do Ceará. Me indicam um número do local do destino, ligo e descubro o melhor da viagem: o pessoal do destino havia mudado e agora ele não era para ir mais para a Barra, mas para o Papicu, entretanto, no domingo não tinha ninguém em casa. Entro no segundo estágio de desespero, afinal, teria que leva-lo para casa, porque não poderia deixa-lo na rua, mas bem que queria. Então, me safo ao descobrir que poderia deixa-lo no terminal rodoviário, pois iriam solicitar a um amigo para ir pegá-lo... 

Enfim livro-me da peça e vou para casa com minha família.

Finda a narrativa ele me diz:


Mestre, a viagem foi longa viu??? Pense numa mala!!!

sábado, 14 de setembro de 2013

Saindo de viagem

Esta semana passei por mais uma... Saindo de casa, 4h30, chamo o táxi para me levar ao aeroporto e eis que me chega um taxista com um carro arrojadíssimo. Abri a porta e vi que iria ter problemas, ainda bem que eu tinha uma hora e trinta minutos para chegar ao aeroporto e já havia feito o check-in.

Bati a porta e vamos a viagem.

Antes de terminar o quarteirão o motorista disse: fecha a tua porta direito dr.
Eu respondo: já fechei.
Ele então retruca: a porta está batendo.
Eu: mas eu posso fazer o que?
Ele: bata a porta como um homem.
Eu me contive com a minha masculinidade e dei uma porrada cavernosa no carro dele.
E então ele me diz: assim você me quebra.
Eu disse: não era para bater? e ele calou.

Chega ao próximo quarteirão o carro dá uma engasgada e ele disse: tomara que dê para chegar lá. Detalhe, da minha casa ao aeroporto tem, mais ou menos, 6 km.

Ele ligou novamente o carro e então prosseguimos. Pegou a Av. Aguanambi e ai acelerou bruscamente, chegou aos inesquecíveis 60 km/h e eis que um barulho metálico ecoa do lado de fora do carro. Pela reação dele, possivelmente uma peça do carro havia caído no chão. Ele coloca a cabeça do lado de fora do carro e diz: será que vai dá para chegar lá?

Eu já pensava que o negócio iria ser tenso, então ele decide parar em um posto, ainda na Aguanambi, abrir o capô, tentar arrumar algumas coisas e tal...
Eu disse: dr. posso pedir um outro táxi?
Ele: não dr. essa corrida é minha e ninguém tasca.
Eu falo: mas e se eu perder o vôo?
Ele: mas eu não perco você. É uma questão de honra...
Eu pensei cá comigo, que porra é esse, eu de madrugada, indo para o aeroporto, poucas pessoas na rua, se eu chamar outro e esse cara arrumar o carro dele, então eu voltarei a pré-viagem e ai vai, se chegar outro táxi eles irão brigar por minha corrida, então decidi: que se foda. Eu fico!

Ele arruma não sei o que no táxi dele e então prosseguimos a viagem, com um pequeno barulho que o fazia dirigir com a cabeça do lado de fora e observar constantemente o pneu dianteiro.

E eu tenso, tentando conversar com ele que prontamente coloca a cabeça para dentro do carro e começa a falar como se tornou taxista que nunca perdera um cliente e que sempre faz as coisas certas e tal... E eu só comigo... Tá!!!! Tá!!!!...

Ainda não bastando por ai, faltando mais ou menos mil metros para o aeroporto, o carro morre... Eu ali vendo o aeroporto e ele com o carro engasgado... Faltava ainda uma hora para o meu vôo e pensei, vou à pé mesmo... Falei para ele e ele: não dr. você vai comigo, porque eu num perco cliente de forma alguma.

Deu uma vontade da porra de mandar ele pro inferno e correr sem precedentes em direção ao aeroporto, então lembrei que minha mochila estava dentro do carro com meu check-in e documentos e nós estávamos fora do automóvel, ele estava na minha frente e para ferrar, eu estava com uma lesão no calcanhar fruto da minha eterna teimosia de querer ser um atleta...

Enfim, que se foda o vôo...

Mas eis que quinze minutos depois ele consegue fazer ligar o carro e vamos ao aeroporto. Chegamos e ele disse: Num disse dr. eu num perco um cliente.
 Eu cá comigo... Ok fi de quenga...
Olho o taxímetro, marcava uns 23 reais penso que estava livre, dou 25 reais e vou indo embora, então ele disse: pera ai dr., tem seu troco.
Eu: pode ficar com o troco dr.
Ele: dr. eu não fico com o dinheiro dos outros.
Ele sai do carro e eu, já no aeroporto pensei cá comigo. Vou esperar os dois reais, mas eis que ele procura e não tem dois reais... Então vou embora...
Ele me pega no braço e me dá cinco reais de troco e diz, eu não gosto de ficar devendo nada a ninguém.

Vou para a área de embarque correndo e penso:
Só ocorre essas coisas comigo...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Retorno a minha casa

Nessa vida, como diz em meu estado de origem, eu só me lasco. Ontem chegando de viagem, com um sono amuado, eis que na hora do pouso tomo um susto da porra. Olho para o lado e o piloto do avião desceu de um supetão que se eu não tivesse de cinto de segurança tinha quebrado o quengo. Em meio a situação acordei, vi o avião meio de banda e quase gritei como se estivesse no Paranjana (saudoso ônibus fortalezense):

- Tu não está carregando jumento não motorista (Piloto).

Me contive, mas então lembrei de uma história que se passou comigo, pois no primeiro retorno de avião para casa, em uma viagem altamente internacional que fiz, minha família foi me buscar no aeroporto com uma vontade excepcional que me emociona até de contar.

Pegaram um amigo para ir junto com eles para me recepcionar no aeroporto de Fortaleza e ao chegar lá, me deparei com uma galera... Dois carros e tal.

Eu, um ano nos states, olho para galera e super feliz converso com todos e os cumprimento como se tivesse passado séculos sem vê-los.

Descemos ao estacionamento arrumamos as malas em todos os carros e então começamos a adentrar aos carros. Eu deixo todos entrarem e me deparo com a certeza que eu imaginava, mas não queria acreditar:

- Eu não cabia em nenhum dos carros. Ou eu ia e outro ficava ou eles iam e eu ficava.

Decisão, cruel depois de mais ou menos 18 horas de viagem. Qual foi?

Deixei todos irem embora nos carros, com as malas e eu e meu amigo fomos de ônibus conversando sobre o mundo, passando no terminal da Parangaba e rindo muito da situação.

Na outra viagem que fiz, minha família aprendeu e deixou uma vaga para eu voltar de carro para casa, mas não fazia mal se esquecessem, pois a vinda de ônibus na primeira oportunidade, foi espetacular.

domingo, 1 de setembro de 2013

Pedagogia Infantil

A criatividade humana é sensacional e quando se trata de educar ou de fazer o bem para os nossos bruguelinhos, então nos viramos de formas inusitadas. Algumas que nem imaginamos ser possível.  Destaco aqui algumas:

A primeira remonta minha adolescência. Ao sair para a escola à vizinha me chama para eu ajudar ela a trocar o gás da sua cozinha. No caminho, da porta de entrada a cozinha, a mulher me relatava que passou um sufoco grande para dar de comer, naquela madrugada, ao seu menino de pouco mais de seis meses, pois havia acabado o gás no meio do preparo do leite. Detalhe à época não era comum às famílias possuírem um micro-ondas em casa. Fiquei calado e fui até a cozinha carregando aquele botijão de 13 kg. Chegando lá me deparo com um artefato a la Macgyver. Quem não conhece o Macgyver, recomendo ver algum episódio da série famosa que nos envolvia de criatividade no final da década de 80 e início da de 90, onde um homem chamado Macgyver fazia uma bomba atômica com uma pilha de rádio e dois chicletes usados, fazendo a ligação com alguns clipes.

Bem retornando ao aparato que vi na cozinha da minha vizinha, peço que vocês leitores imaginem o que fariam para preparar o leite ao seu bruguelinho em uma madrugada depois que gás acabasse: opção a. faz um fogo com papeis; opção b. dá o leite frio mesmo; opção c. acorda o vizinho e pede para fazer o leite no vizinho; opção d. pega o ferro de passar roupas, viram de cabeça para baixo e colocam a leiteira em cima.
Pois bem senhores me deparei com a opção d. e a vizinha me relatou como fez. Fiquei boquiaberto, pois ela teve um momento de genialidade e de perigo, mas quem acha que não devemos nos arriscar alguma vez na vida e por nosso bruguelinho tudo. Nê não?

A segunda história é familiar se passou entre minha mãe, minha avó e meu sobrinho. É mais recente e tem relação com um super-herói famoso. Meu sobrinho, à época com uns quatro anos, assistiu ao primeiro filme do Homem-Aranha e ficou perplexo e alucinado pelo filme. Em meio ao afã do dia decidiu pular do sobrado onde morava.

Minha mãe corre em socorro ao menino e tentou explicar de forma pedagógica, para que o menino não perdesse a magia da infância e também entendesse que poderia se arrebentar pulando dali, pois se o Homem-Aranha não o salvasse então adeus mundo cruel. Bem, minha mãe pediu pacientemente ao menino que pegasse um ovo na geladeira e disse a ele que jogasse o ovo de onde ele iria pular. O menino assim o fez e ao olhar para o ovo, perplexo, disse: vovó, se o Homem-Aranha não me salvar eu fico do jeito que o ovo ficou? Minha mãe explica que sim e tal...

Mas eis que minha avó, mãe de minha mãe chega vê aquela arrumação no chão, o ovo todo espatifado e diz: mulher tu é muito sem noção, fez o menino estragar um ovo por conta dessa besteira, devia ter colocado esse menino de castigo para ele não andar mais fazendo essas doideiras.


Eita que a pedagogia na família segue dois extremos a da repressão ou a do diálogo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Coisa de idoso.

Dizem que quando nós envelhecemos passamos a nos comportar como crianças. Ainda não cheguei a dita terceira idade, mas nos últimos anos convivi com pessoas mais velhas e que deixaram bons ensinamentos e histórias que vez por outra me fazem sorrir sozinho. Sendo assim, compartilho com os amigos o sentimento de pureza da velhice que vi. Sem maldade eles acabam dizendo coisas que parecem atos infantis para pessoas tão antigas.

O primeiro desses causos que me fazem rir se passou entre uma mãe e uma filha. A filha, já de idade, tomando seus comprimidos diários faz a mãe ficar curiosa com a quantidade de comprimidos e então sua mãe inicia o diálogo, detalhe, ela perdia a memória as vezes:

Mãe: Você toma muitos comprimidos em?
Filha: alguns.
Mãe: São para quê?
Filha: são para eu ficar bonita.


Eis que a mãe dela solta ingenuamente, provavelmente esquecendo quem era...


Então você vai é falir!!!

A filha não teve o que falar e aceitou sem reclamar a frase.

O segundo caso foi uma conversa entre meu avô e minha mãe, comentando sobre meu estudo de doutorado. Devo salientar que meu avô veio do interior do Ceará e havia estudo se muito, alguns meses e havia aprendido nos estudos dele a ler, escrever, fazer as quatro operações, regra de três e prova dos nove com uma professora particular. Então o diálogo deles se desenvolveu assim:

meu avô: menina o Gil não aprende fácil não? (nessa época eu estava fazendo doutorado e já tinha uns 30 anos e meu avô já beirava seus 85 anos)
minha mãe: porque pai?
meu avô: porque eu estudei pouquinho e sei ler e fazer carta, faço conta, negocio e tudo e esse menino enfurnado com os livros? Será que ele não aprendeu a ler e nem fazer conta não?
minha mãe explica a ele o que eu estava fazendo e ele diz.

Arre égua, o mundo mudou mesmo, pra se ganhar dinheiro precisa disso tudo?

Pra ganhar dinheiro eu não sei, mas eu sei que eu estava estudando.

O terceiro causo foi entre minha avó e sua filha, falando sobre novelas. Ressalto que minha avó tem experiência nesse tema, pois já faz uns 60 anos que ela as assisti todos os dias e se diverte pra caramba, embora agora ela esteja meio insatisfeita com as maldades gratuitas e o grau de putaria que tem na telinha.

minha avó assistindo a novela disse: Essa égua da novela é muito má...
minha tia diz: mas mãe se não tiver gente má a novela não tem emoção.
minha avó: Eu lá quero saber de emoção? se eu pego essa bixa na rua eu dou uma surra nela para ela deixar de fazer essas maldades.
minha tia: mãe é de mentira e elas estão sendo pagas por isso.
minha avó: Se eu fosse ela eu não aceitaria esse tipo de papel... Isso não vale dinheiro no mundo...
minha tia: mas mãe a novela acaba próxima semana.
minha avó: E o que é que tem? uma vez má, sempre má... Eu vou escrever uma carta para a escritora dessa novela. Ela está acaraiando tudo.
minha tia: A senhora é quem sabe.
minha avó: Qual será a próxima novela em? Espero que não tenha gente má assim.

Acompanhei o resto da novela por curiosidade e conclui: minha avó tinha razão, embora entretida com a novela, não tinha dinheiro no mundo que pagasse aquele papel...




Quebrando preconceitos.

Um dia eu estava em uma região inóspita da floresta amazônica e me toquei: somos todos iguais...

Vi uma pessoa de cor branca com dois filhos andando na floresta. Ela estava lá a trabalho e caminhando pelas ruas da cidadezinha eis que uma de suas crianças encontrou um índio e surpreso, o menino sempre havia morado em cidades e para ele índio era coisa de história do Brasil, disse:

Mamãe... mamãe... um índio...

Eis que o pequeno índio que estava com sua mãe olhou nos olhos do menino branco, cherou, circundou o menino e observou todas as diferenças que os separavam, afinal o indiozinho não via um menino branco todos os dias, então naturalmente ele disse:


Mãe...UM BRANCO!!!

domingo, 11 de agosto de 2013

Meu Jabuti I.

Jabuti é um animal da fauna brasileira peculiar por sua habilidade de subir em árvores com o auxílio de seus semelhantes. O bichinho não tem unha, suas patas não possuem dedos e ele não tem calda, entretanto, o bicho é hábil na escalada, embora não tão ágil nas tarefas diárias. Poderia dizer que o bicho tem alguma dessas tantas inteligências que inventaram recentemente.

Tenho várias estórias desses bichinhos. Uma destas estórias envolve um momento da minha vida muito estressante, precisava eu de um documento urgente e designei a atividade de buscar o documento ao Jabuti I, este desceu de sua árvore rosnando, afinal, embora não aparentem serem agressivos os bichinhos são cheio de razão. O Jabuti indicou que a atividade era muito complexa e iria demorar um tempo.

Eu disse:

Dr. Jabuti I, mas como é urgente e eu tenho outras demandas você terá que fazer, não tem como eu ir.
Ele me respondeu o seguinte:

Tá bem Senhor. Você está mandando! Lembre-se que você me deve este favor, afinal, levará muito tempo de eu sair do sexto andar ir ao sétimo, pegar o documento, assinar o protocolo, o que exigirá mais responsabilidade e retornar a sua mesa e te entregar o papel. Além disso, eu tenho outros afazeres na minha árvore, pois tem muita música para escutar e hoje terei que sair mais cedo porque é sexta-feira. Ok?


Obviamente não tenho como discordar do Jabuti I, pois um bicho que gasta tanta energia escalando árvores não pode se dar ao trabalho de uma tarefa tão árdua.

sábado, 3 de agosto de 2013

Políticos a brasileira primeira parte.

Meus amigos parece piada, mas já vi de tudo nesse mundo. Dessas coisas algumas me deixam feliz e triste, sendo a mais notória delas, ver políticos serem eleitos com voto de pessoas mais inteligentes do que eles, pois não acredito que as pessoas não possuam noção da realidade e da merda que fizeram ao votar em candidatos que são atores principais nas seguintes situações:

1.    O primeiro caso que vou relatar se passou em uma localidade do meu brasilzão... Um candidato que se intitulava o justiceiro mor da sociedade, que solucionaria todos os problemas da localidade metendo a chibata em todo mundo vai fazer comício no bairro mais perigoso da cidade, e em meio aquela ruma de pessoas, e que chuto teria entorno de 99% de meliantes, eis que ele solta a máxima do seu discurso:

“se eleito for irei acabar com todos os vagabundos desse bairro”.
Pensei eu: você deve estar dizendo que irá acabar com o bairro, não? Como você irá ser eleito assim?

2.       O mesmo candidato do primeiro caso foi secretario de segurança de uma localidade e em meio a assaltos constantes aos ônibus, encheu uma condução com 40 policiais rodando dia e noite para ver se alguém se atrevia a roubar o coletivo. No final pegaram os meliantes depois de 2 meses de operação embarcada no busão... PENSE NA ESTRATÉGIA!

3.       Em outra localidade do estado que moro teve um prefeito que em meio a sua campanha de reeleição esbravejou que havia feito 33 obras na cidade, sendo elas 32 quebra molas e uma pracinha... Vocês acham que ele foi reeleito?

4.       Outro caso notório foi à campanha de um prefeito que disse que se eleito fosse iria construir o maior complexo de viadutos da América Latina, possivelmente do universo. Acho que é por ai que se faz coisa boa...

5.       Conheci outro que após assumir a gestão de uma localidade decidiu fazer um plano de limpeza urbana na cidade e como não tinha aterro sanitário na localidade despejou o lixo no rio mais próximo da cidade, pois assim o lixo seria transportado naturalmente para o mar e como o mar é grande, então não seria grande o problema... Esse entende de externalidades.


6.       Para terminar estes primeiros casos, lembrei-me da descoberta do primeiro caso da lavagem de votos eletrônicos. Ocorreu em uma cidade do Nordeste e foi descoberto em virtude da seca. Em um grande período de estiagem o açude da localidade secou e quando menos esperavam apareceu um conjunto de urnas que havia sumido na eleição passada... A INDÚSTRIA DA SECA SERVE PARA OS DOIS LADOS...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Aventura na Bélgica...

Tive grandes oportunidades de viajar e conhecer vários locais no mundo. Algumas tornaram-se aventuras inesquecíveis que tenho certeza contarei aos filhos, netos, bisnetos e o que vier. A que contarei aqui é, na minha cabeça, uma legítima estória de "troncoso", entretanto baseada em fatos reais.

Prestem atenção, pois tem que ser lida com cuidado...

Quem quiser conto ao vivo, porque ao vivo é muito mais legal...

Bem, a estória começou com uma reunião de amigos. Éramos cinco creio: eu (o único brasileiro), três amigos argentinos e mais alguém não me lembro de onde, enfim, combinamos fazer uma viagem barata para a ocasião, pegaríamos um metrô até uma estação de Lille (França), onde nos encontraríamos todos e de lá partiríamos de ônibus até a divisa com a Bélgica, atravessaríamos a divisa à pé e pegaríamos na estação um trem para uma cidade que tem muita história, chamada Yprê. Como podem ver, uma autêntica viagem multimodal.

Prosseguindo a estória, no dia combinado nos encontramos cedo (8h) e partimos... Conforme o trajeto, tirávamos fotos inesquecíveis... Chegamos a Yprê. A cidade sensacional, muita história da primeira guerra, alguns monumentos, um chocolate maravilhoso, enfim, tudo de bom...

Ficamos na cidade até um horário bem próximo das 6h da noite, mas então, terminado o turismo barato: creio que com a viagem até Yprê gastamos uns 30 Euros no máximo, contando com almoço e tudo... Quem comprou suvenires gastou mais...

Agora vem a aventura... O retorno.

Bem, o retorno foi da seguinte forma: primeira pergunta: que horas tem trem de volta? A resposta era: não sabemos? Para solucionar ao problema teríamos que ir a estação, pois não havia nenhuma informação na cidade, portanto, fomos a estação. Sem problemas até ai, pois já havíamos aproveitado o dia. Por sorte, um trem passaria ali daqui a 20 minutos.

Chegamos na estação em um lugarejo na divisa entre a Bélgica e a França e fomos para a parada de ônibus: vem agora a segunda pergunta: que horas passa o ônibus? A resposta foi: não tem informação alguma. Então decidimos esperar, já era noite, mas sem problema, não é possível que não tenha ônibus aqui. Então aguardamos valentemente em um frio de mais ou menos 5 graus Celsius negativo. Cabe aqui uma nota, quando você está no frio, se você permanecer nele por muito tempo, você pode estar com a roupa que for, seu corpo vai esfriar dr. e o frio é lasqueira...

Pois bem, aguardamos... E ai veio o primeiro ônibus... O motorista parou, olhou para nós e foi embora sem dizer nada... 30 minutos depois chegou o segundo ônibus, já estávamos na parada há mais ou menos uma hora e o frio troava mesmo com todas as roupas que  usávamos... Nessa situação sentimos por bem parar o ônibus na marra e então, tal como ativistas políticos nos prostramos na frente do busão... O lema era: O povo na rua pára o ônibus.

Então paramos e conversamos com o motorista... Detalhe só eu e outro argentino falávamos mais ou menos o francês, os outros parceiros se comunicavam com gestos... O motorista disse que estava indo para a garagem e que não tinham mais ônibus... Não acreditamos naquilo e decidimos aguardar mais um tempo...

E o frio comendo...

Aguardamos, aguardamos e nada... Então decidimos voltar a cidade do outro lado da fronteira... Fomos a um bar e o povo dizendo, sim tem ainda ônibus, corríamos para parada e nada de ônibus... Fizemos um esquema de esperar o trem e o ônibus simultaneamente, mas a distância entre a parada de ônibus e a estação ferroviária era de aproximadamente um km, portanto, tínhamos que nos dividir em três equipes para nos comunicarmos avisando a todos que o trem ou o ônibus vinha... Uma no meio do caminho e duas na ponta...

Ficamos nesse iô-iô por uma hora mais ou menos... vai, volta, vai, volta...Já não aguentávamos mais... O desespero, o frio, o sono, o cansaço, a desgraça da roupa que pesava, enfim, ô coisa ruim é frio.

Neve com certeza é coisa do cão...

Só brasileiro sem noção acha que ir para o exterior ver a neve é bonito, quero ver passando o que passei...

Depois de umas três horas indo e voltando, sem a certeza se tinha ainda um último ônibus ou um trem para nos levar não sei aonde, conseguimos pegar outra condução (um trem com destino a qualquer lugar)...

Dentro do trem descobrimos que ele ia para mais longe de onde pretendíamos ir, mas que de lá dava para pegar outro trem para ir a Lille. Ficamos felizes, pois iriamos chegar em casa, mas havia uma terceira pergunta: será que os horários dos trens serão sincronizados? A resposta era óbvia... Claro que não... Chegamos na estação para fazer a baldeação e eis que descobrimos que o trem tinha passado fazia 20 minutos... Já era quase 9 horas da noite... Estávamos pensando já em dormir na estação e o cara da estação nos expulsando... Agora era fato não tinha como ir para outro canto a não ser aquela cidade... Nem lembro o nome dela... Acho que era Tournai... Saímos da estação e perambulamos pela cidade por uma hora mais ou menos e conseguimos convencer um taxista a nos levar a Lille.

Veio agora a quarta pergunta da aventura: quanto custa a corrida de táxi até Lille? A resposta remetia a outra pergunta: temos dinheiro para pagar a viagem? A resposta era... Se tivermos é contato... E o detalhe é que quem tinha a maior parte do dinheiro era quem? Quem? Sim... Eu...

Bem, pegamos o bendito taxi... Olhávamos o taxímetro a cada instante... Contávamos centavo a centavo a rodada até chegarmos a estação Lille-Flandres... UFA...

Pensam que acabou... Acabou é porra...

Eu tinha que pegar o metrô para ir ao cité scientifique (campus universitário onde morava). E então vem a última pergunta: Tem metrô este horário (11h30) para lá? E ainda mais outra: eu tenho dinheiro para pagar o metrô? Bem as respostas foram: o último metrô está saindo e o meu dinheiro só dá para comprar a passagem... Corro e pego o metrô...

Chego a casa, suspiro e penso, agora vou me aquecer, pois era a coisa mais importante naquele momento. Poderia ter ouro na minha frente, mas o mais importante era estar quente.

E então deito e me agasalho. Pensam que acabou? Nada, quem disse que eu conseguiria me aquecer depois de umas 6 horas no frio?

Passo várias horas para me aquecer indo para o banheiro tomando duchas quentes e tal... Quando consigo reestabelecer o calor do corpo já era quase 2h... E agora não mais era a temperatura que me incomodava, mas a falta de sono que não vinha... Só me restava uma coisa... Descrever toda essa história para minha noiva que estava no Brasil, para justificar porque eu tinha me mantido incomunicável durante o dia... 

Vem a grande pergunta: se você fosse minha noiva, você acreditaria? Graças a Deus ela acreditou, porque depois de uma aventura dessa só me faltava perder a noiva...

domingo, 21 de julho de 2013

O Projeto.

Vi uma postagem em uma rede social que comparava um pastel a uma planta baixa de uma casa e dizia que o pastel se fazia em cinco minutos a planta baixa não. Acho que poucas pessoas entendem o que tem isso haver com a realidade, mas para facilitar a compreensão relato aqui um episódio que me dá orgulho desse nosso jeitinho brazuca de ser.

Um amigo meu trabalhou seis meses desenvolvendo um projeto de alguns milhões e após este período considerou ele acabado, pois existiam pressões de todas as partes para que o projeto fosse apresentado ao chefe e depois inaugurado. Para conseguir a façanha, ele elevou ao cubo tudo que aprenderá na faculdade. Pense em um cara produtivo, se o mundo fosse feito de mais senhores com este potencial, estaríamos no auge da civilização.

Enfim, finalizado sua parte, o projeto estava prontíssimo para iniciar a execução. Infelizmente, os senhores que exerciam a pressão tinham esquecidos de combinar com a realidade, pois o que estava no papel não passava de uma proposta a la mágico de oz, repousado em hipóteses falsas e premissas frágeis. Aos olhos do mais leigo dos meninos de dez anos, não passava de uma casa ou um prédio Banco do Imobiliário Junior localizado na Vieira Souto.

O resultado foi seis meses de projeto para dez anos de realização física do projeto, com diferença entre o orçado e o executado de 300% e o inaugurado totalmente diferente do proposto inicialmente.


Ora, então sejamos justos, projetar pra quê?

domingo, 14 de julho de 2013

A grande atração do circo.

Eu tinha uns 16 anos a época e frequentemente apareciam circos do tipo sem lona no bairro onde eu morava. Eles se alojavam em terrenos abandonados, cercavam o picadeiro com uma lona e deixavam a parte de cima sem. Às vezes, os circos apresentavam como atração principal um leão, magro, que mais parecia um gato com asma... Outras existiam atrações de picadeiro tipo acrobatas, trapezistas entre outros... Não era lá um circo de soleil, mas dava para se divertir com os amigos... Em um desses circos houve um momento cómico e de forma alguma trágico. Acho que o circo estava em maus bocados e anunciou uma atração inusitada e incompreensível para todos do bairro. A atração não era propicia para aquele momento financeiro do circo, provavelmente era cara e eles talvez tivessem apelado para a última cartada que tinham para ver se recuperavam suas contas.

Na minha memória, quando recordo desses dias, lembro-me de um carro de som, na verdade era uma bicicleta, passar de dois em dois minutos em cada rua do bairro. Era uma coisa absurda o marketing daquele circo, muito, mas muito agressivo. O anuncio era o seguinte:

Senhoras e senhores, sábado no Circo ‘chove, mas não molha, porque vocês correm’, atração sensacional... A atração incrível, espetacular, magistral João Inácio Junior...

Para quem não é do Ceará, relatarei sucintamente quem é João Inácio Junior... Tal indivíduo era um galã de radio que todos conheciam a voz, mas nunca haviam visto... João Inácio Junior também cantava forró o que deixava algumas mulheres indóceis no bairro. Atualmente ele faz um programa na Tv Diário do Ceará e quem quiser pode ir lá verificar quem é a pessoa.

Retornando a estória o anuncio instigou a todos do bairro e no sábado estavam todos os habitantes do bairro, dos bairros vizinhos etc e tal no circo para ver a atração... Foi uma cartada de mestre do dono do circo. Sucesso de bilheteria... Naquele momento cogitaram até em fazer um show campal... Lógico que depois de vender os bilhetes todos e outros mais... Enfim, circo cheio e todos aguardando João Inácio Junior... Começa o show, picadeiro de um lado, equilibristas de outro, malabaristas de outro, mágico, palhacinhos de outro, e entre cada atração o anuncio: logo, logo, João Inácio Junior, foi-se repetindo isso por toda a noite...Eis que às 12h, todos cansados, não aguentando mais aquele circo se anuncia que a atração havia chegado e que em 10 minutos estaria no palco...

Todos aguardavam ansiosos e o apresentador anunciou a atração...

Atenção, Atenção, caros expectadores... Agora, nesse palco, a atração principal... Incrível, espetacular, magistral, sucesso no Ceará: João Inácio Junior...

Momento de silencio e atenção e eis que entram...

Três anões o João, o Inácio e o Junior, vestidos de palhaços cantando adocica e dançando com uns bodes...


Moral da estória... Nem pro Decon ninguém poderia ir, pois mentir o dono do circo não o fez... Todos saíram satisfeitos, com o sucesso de bilheteria para o circo e com otários felizes pela gargalhada geral quando da entrada dos anões.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Doutorice de Monteiro Lobato

Texto sensacional que me faz lembrar os tempos de doutorice que passei, onde todos vem a chamar os outros de doutores... E quem não parece não o é...
Recomendo lerem.

http://lobatoessencial.blogspot.com.br/2011/12/doutorice.html

No Brasil é assim, doutor disso, doutor daquilo, etc e  coisa e tal. E em Fortaleza é um deus nos acuda, não sei nem onde me consultar...

Ai de quem não for doutor ou chefe... e quem for e utilizar do momento para ser plebeu, pode ser retalhado, fui muitas vezes questionado porque estava fazendo tarefas braçais...

Uma das grandes histórias da minha vida foi quando fui a uma reunião de trabalho e lá se encontravam todos mais velhos do que eu, enquanto eu parecia um estagiário que estava a anotar tudo. Mas, diga-se de passagem, eu seria o gerente do projeto e os outros iriam me ajudar com suas experiências. Infelizmente, não ando como doutor.

Ao final da reunião o convidado, que queria fazer o projeto, olhou para mim e pediu para tirar uma foto com todos, menos eu obviamente, pois eu não era ou não parecia um doutor.

Todos olharam para mim, meio que assim: ele não sabe quem é ele?

Enfim, eu tirei a foto, afinal, como diz minha mãe: minha mão não iria cair.

Então, me apresentaram ao convidado e disseram:

Dr. o sr. aqui que tirou a foto é quem irá gerenciar o projeto, ele é formado assim, assado e coisa e tal...

Ele agradeceu e disse: desculpe Dr.

Eu disse: tira o Dr. e me dá mais X reais na conta...

E viva a doutorice...























terça-feira, 9 de julho de 2013

A cerveja...

Trata-se de mais uma estória passada em outro país. Em meados de 2000 nos EUA eu estudava e praticava capoeira. Os amigos da capoeira fizeram um encontro entre os capoeiristas da região e eu me inscrevi no evento... Após me inscrever, uma amiga (Kelly) avisou que haveria uma festa e que tinha uma cota para quem queria participar... Perguntei se eu poderia chamar meus amigos brasileiros que dividiam quarto comigo e ela disse que tranquilo e assim o fiz.

Chegou o dia da festa e foi muito boa... Chegamos na hora eu e mais cinco amigos brasileiros... Uns foram mais para dançar outros, mais para xavecar, eu particularmente gostava muito dos amigos de capoeira e via naquele momento a hora de me consolidar com grandes amigos que tenho grande apreço até hoje, de qualquer forma, tinha um dos meus amigos que foi para se divertir para valer (como dizem os baianos comer água)...

A festa transcorreu bem, pessoas bebendo, dançando, caindo, quebrando as pernas, curtindo muito, andando para cima e para baixo, homens entrando sem querer em banheiros femininos e vice-versa. Na região, quando chegava 1h da manhã toda e qualquer festa tinha que finalizar para não importunar os vizinhos, então 1h terminou a festa. Coisa surreal para um brasileiro acostumado a ficar até de manhã bebendo todas. Anunciaram o término e meu amigo que não estava para brincadeira, mais mamado do que bezerro novo olhou para eu que era o convidado e disse:

Eu não vou não... Ainda tem dois barris de chops... Eu só sairei daqui quando acabar com esses chops...
Eu disse a ele:

Macho eu vou ficar mal visto pela galera, vamos embora...

Chega outro amigo (virgulas) e juntamente comigo o convence de irmos, mas ele diz:

Só vou sobre uma condição se cada um de nós pegássemos um copo de chops cheio e se formos juntos bebendo. Não sei por que todo caba quando bebe todas e não aguenta quer encher os córneos de um amigo. Eu que não estava bebendo aceitei e o vírgula fez o mesmo... Saímos da republica com 6 copos de chops, cada um com dois...

Chegando lá fora, um frio de lascar mais ou menos 5 graus, então o dito cujo, mamado como estava decidiu mijar... Colocou os copos em cima de uma mureta e iniciou o processo em um arbusto... Exatamente nesse momento chegam dois policiais à pé do tamanho de um caminhão cada um... Eles olham para nós e dizem: “drop the beer”... Na região não se pode beber nas ruas... De pronto todos nós derrubamos os copos com cerveja no chão... o amigão mijando como estava quando viu a cena correu em nossa direção com os instrumentos de fora dizendo:

Não façam isso não... Isso é ouro... Vamos ter que voltar...


Nessa hora me imputeci e disse... Vai só cão... Eu vou pra casa...