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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Perigo em Fortaleza dois... Já faz muito tempo, hoje continua da mesma forma ou pior...

Já faz tempo, de fato, já faz muito tempo... 

Eu pensava que a violência seria simplesmente histórias de amigos que, vez por outra, eram atacados por meninos que desejavam apenas um tênis da moda, uma mochila da Redley, enfim toda sorte de artefatos da sociedade de consumo. 

Quem dera o tempo voltasse, os outrora consumistas, que roubavam e quando não dava corriam, hoje roubam e, quando não dá para roubar atiram, não para se defender, mas para matar, porque bicho solto é bicho solto. Falta-nos educação, a nós letrados e aos não letrados, porque o roubo como é praticado nas capitais é fruto de algo maior que teve início na década de 80, com um consumo desenfreado por artefatos de luxo que agora não tem mais o porque de ser roubado...

De qualquer forma, àquele tempo escutei muitas histórias de amigos e, por incrível que pareça, gostaria de hoje ouvir mais delas, ao invés de ouvir histórias de latrocínios e de uma sociedade em desgaste social que uns querem mais e outros querem o que os outros querem.

Assim, sem tirar nem por, relato nostalgicamente a saga de dois amigos que foram assaltados nas proximidades do Iguatemi de Fortaleza nos idos de 90 e que se fosse hoje, sei lá o que ocorreria. Além desta relato a história de dois meninos pegos roubando sandálias Kenner em Fortaleza na Aldeota e de um assaltante de ônibus... Que saudade daquele perigo que era pura e simplesmente de passa aí e corre...

A primeira história foi com meu amigo Eduardo... O cara, retornando da Escola Técnica, desce em frente ao Iguatemi e vai para casa a pé, no caminho, dois caras de bicicleta pedem para ele passar a mochila. Ele de pronto diz: passo sim, mas deixa eu pegar o TD que tenho que entregar amanhã? Os meninos, mais assustados do que ele, disseram, não... Ele puxou de um lado os meninos de outro, eis que os meninos ganham o cabo de guerra e o Eduardo fica sem a mochila e sem o tão precioso TD de Física. No outro dia, relatando a nós o fato, entra o professor na sala e ele conta para o professor o ocorrido. Então o professor diz: mentira sua... Você não fez porque não quis...

A segunda história foi de um amigo que, sendo ele recém formado em História pela UECE, foi "dar" aula no Bairro Edson Queiroz, perto do Fórum de Fortaleza. Em um belo dia, retornando do trabalho, esperando o ônibus na parada, chega dois senhores ilustres em uma bicicleta e dizem a ele: passa a carteira... Ele com cinco reais no bolso, entrega a carteira e os caras quando vêem aquilo dizem: corre vagabundo, corre... Só cinco reais, não tem vergonha não... Chegou em casa com dois tapas na cara, sem a carteira e com a indignação enorme de ter ido ao trabalho e voltado como vagabundo...

Mas a história tem revés, afinal, nem sempre os meliantes se safam e assim foi a história de dois grupos que foram pegos roubando Kenner na Aldeota e outro que foi pego tentando roubar um ônibus na Barra do Ceará.

Os primeiros dois foram pegos pela polícia cearense que não brinca não... Pegou os meninos amarraram num pé de pau e os colocaram  de mão no chão e ficaram rolando os cacetetes nos dedos deles perguntando: O que é que vocês são???? E os meninos respondendo: Ladão... E os policiais continuavam: Ladrão de que? E eles: Ladrão de KEEEEENNNNER... O destino destes, desejosos de um artefato de consumo, não sei bem o que deu, pois não vi o que aconteceu depois da chegada da viatura.

Já o segunda prisão não foi bem uma prisão... Estava eu e uns amigos indo ao Icaraí fazer um surf e no Grande Circular estávamos nós e um grupo de trabalhadores braçais do programa SANEAR. O povo do SANEAR feliz da vida, afinal era sábado e eles tinham recebido a quinzena... No meio da viagem entra um assaltante com um gogó de garrafa e diz em alto e bom som: Isso é um assalto... O povo do SANEAR, sem delongas pula em cima do camarada, senta a pua no cara e saem batendo até o chão com o assaltante... No finalzinho um senhor de dentro do ônibus grita: pára pára já bateram muito... Um dos operários do SANEAR grita: um comparsa e sobe babando para pegar o senhor, mas eis que cai um pouco de racionalidade naqueles homens, depois da sola que deram no assaltante e este diz: vamos embora, agora vamos para casa ver nossa família...

Essas histórias fazem algum tempo, mas se repetem no nosso cotidiano urbano, o que não sei precisar é se, as pessoas assaltam porque querem ou porque lhes convém... Também não sei se batem para se defender ou para desestressar... O que sei é que a sociedade desde os primórdios apresenta um que de irracional que nos leva a violência e esta só vem crescendo...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Cantadas Carnavalescas, lembrem-se das suas, vocês ou fizeram ou foram alvo de alguma.

Carnaval chegando e só lembro das cantadas dos amigos, sim amigos, não eu, sei que tenho minhas peculiaridades, mas não fui eu que fiz as cantadas, mas acompanhei de perto o processo de criação. 

Um deles chegou para a menina e disse em meio ao mela-mela cearense: você é implacável e exala feminilidade... Olhei para o caba naquela situação, todo sujo de maisena e goma, melado que só espinhaço de pãozim doce e a menina constrangida e certa de que aquele não era o seu príncipe encantado e então eu digo ao amigo: macho vamos embora... Ele disse, não que hoje eu estou pegador... Eu lhe disse desse jeito tu vai pegar é o que a Luzia ganhou nas capoeiras.

De outra feita, eu e minha irmã no antigo carnaval do Pecém, antes do porto,  na agitação dos primeiros dias, somos brutalmente abordados por um rapaz que pergunta para minha irmã: você conhece o Raimundinho? Ela diz: não. E ele bebo-bosta aperta a mão dela e diz: prazer, acabou de conhecer.

Em outro ano, eis que um amigo, recém passado no vestibular, achando-se o banbanban dos cálculos chega para uma conhecida nossas, e diz: minha linda, você é tão proporcional, parece que foi feito segundo uma série de Fibonacci. Eu cá comigo pensei: esse dai vai longe.

E a última que me lembro no momento foi a do beto, recém chegado do interior, que em meio a multidão, procurava uma gatinha para se abufelar, segue uma que entra em um banheiro químico e em meio aquela demora da menina, ele sem ter o que falar, então, quando de repente ela sai do banheiro ele pega e diz a ela: Tava cagando em?

Enfim, são várias, e vocês, com certeza tem alguma a lembrar.

Abraços e bom carnaval.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A lógica humana versus a animal: uma conversa entre um pássaro e um engenheiro aeronáutico.

Eis que em uma linda manhã de segunda-feira, encontram-se no caminho do trabalho um pássaro e um engenheiro aeronáutico. 

Os dois são detentores dos conhecimentos físicos e psicológicos que podem promover o ato de voar; eles conhecem na teoria e na prática como superar seu próprio peso e soerguer-se no ar; e, sabem, com probidade o que acarretaria um erro no vôo, mas com uma grande ressalva: o pássaro voa por si só e o engenheiro aeronáutico projeta algo que irá voar e, às vezes, testa seu aparelho ele mesmo.

Sr. Pássaro (daqui pra frente, Sr. P.): bom dia nobre humano, tão linda esse dia não? Ideal para alguns vôos rasantes, uma plainada aqui outra ali, e tantas outras peripécias que se pode fazer no ar. A propósito, em que você trabalha?

Sr. Engenheiro Aeronáutico (daqui pra frente, Sr. E.Ar.): Ilustre ser "avuante" eu sou um engenheiro aeronáutico, formado em uma das mais renomadas instituições de ensino do mundo, com enfase em construção de aeronaves e, como fazer máquinas que voam é meu "metieur", então, ao observar o dia e o céu, posso inferir, com 95% de certeza que o dia não é tão bom assim para voar, afinal, existe uma corrente de ar a leste que causaria turbulências indesejadas a qualquer aeronave do mundo e poderia, com 99% de certeza, acarretar um grande acidente aeronáutico.

Sr. P.: Sr. E. Ar. você é muito sagaz em suas observações e eis que tem um pouco de razão, mas do que trata essa sua dita aeronave? Tenho o corpo próprio para voar e não vejo problemas nas correntes de ar, pelo contrário, me aproveito dela e dela garanto menos gasto energético, mantendo-me em vôo durante longo tempo, podendo observar o entorno e identificar objetos que posso utilizar para fazer minhas casas ou então caçar.

Sr. E.Ar.: Como Sr. P., não conhece uma aeronave? A aeronave é um artefato quase divinal, criado pelos homens e que, mesmo mais pesado que o ar, voa. Nela existem, trocentos equipamentos que controlam a temperatura interna, o plano de vôos, a segurança do vôos, os comunicadores, o piloto automático, e, principalmente a asa.

Sr. P.: Ah, asa eu sei o que é, asa eu tenho.

Sr. E.Ar.: Não Sr. P. a asa não é como a sua. A asa é um artefato mecânico destinado à sustentação aerodinâmica e que possui as superfícies de controle tipo: flaps e os ailerons e as aeronaves maiores, possuem slats, spoilers e outras superfícies de controle.

Sr. P.: Mas que danado são esses flaps e ailerons? Além desses Slats, Spoilers, etc e tal. Eles servem para quê? Para mim, asa é asa, tem pena e eu bato com força quando quero iniciar um vôo e abro ou fecho conforme queira aproveitar das correntes de ar para dar rasantes, plainar, etc.

Sr. E.Ar.: primeiro Sr. P. não se inicia um vôo, você decola. Segundo, asas não podem fechar e abrir, elas servem para garantir a estabilidade no vôo e para tanto são permanentemente abertas, as superfícies de controle é que garantem a velocidade aumentar, os rasantes, plainar, etc. O Flap é um dispositivo que serve para aumentar a sustentação da aeronave; Aileron controla a rotação da aeronave; o Slat são dispositivos que idem ao Flap aumentam a sustentação promovida pela asa; e os Spoilers são "atenuadores", "anuladores" ou "inversores" do funcionamento da asa.

Sr. P.: Puxa, tudo isso para voar? Nunca pensei que fosse tão difícil voar. Então é por isso que vocês não voam com correntes a leste. Mas porque eu consigo voar com essas correntes se eu não uso tantos artefatos? Acho que nós pássaros devemos rever nossos conceitos, pois estamos correndo riscos não controláveis. De repente voar com correntes a leste pode ser perigoso e não sabemos. Obrigado Sr. E. Ar. pela aula.

Sr. E.Ar.: De nada Sr. P. e precisando de um auxílio para melhorar a sua performance é só me consultar. Abraços e bom vôo. Cuidado com as correntes a leste, elas podem te derrubar se teu Flap ou Slat não funcionar.