Pesquisar este blog

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Aventura na Bélgica...

Tive grandes oportunidades de viajar e conhecer vários locais no mundo. Algumas tornaram-se aventuras inesquecíveis que tenho certeza contarei aos filhos, netos, bisnetos e o que vier. A que contarei aqui é, na minha cabeça, uma legítima estória de "troncoso", entretanto baseada em fatos reais.

Prestem atenção, pois tem que ser lida com cuidado...

Quem quiser conto ao vivo, porque ao vivo é muito mais legal...

Bem, a estória começou com uma reunião de amigos. Éramos cinco creio: eu (o único brasileiro), três amigos argentinos e mais alguém não me lembro de onde, enfim, combinamos fazer uma viagem barata para a ocasião, pegaríamos um metrô até uma estação de Lille (França), onde nos encontraríamos todos e de lá partiríamos de ônibus até a divisa com a Bélgica, atravessaríamos a divisa à pé e pegaríamos na estação um trem para uma cidade que tem muita história, chamada Yprê. Como podem ver, uma autêntica viagem multimodal.

Prosseguindo a estória, no dia combinado nos encontramos cedo (8h) e partimos... Conforme o trajeto, tirávamos fotos inesquecíveis... Chegamos a Yprê. A cidade sensacional, muita história da primeira guerra, alguns monumentos, um chocolate maravilhoso, enfim, tudo de bom...

Ficamos na cidade até um horário bem próximo das 6h da noite, mas então, terminado o turismo barato: creio que com a viagem até Yprê gastamos uns 30 Euros no máximo, contando com almoço e tudo... Quem comprou suvenires gastou mais...

Agora vem a aventura... O retorno.

Bem, o retorno foi da seguinte forma: primeira pergunta: que horas tem trem de volta? A resposta era: não sabemos? Para solucionar ao problema teríamos que ir a estação, pois não havia nenhuma informação na cidade, portanto, fomos a estação. Sem problemas até ai, pois já havíamos aproveitado o dia. Por sorte, um trem passaria ali daqui a 20 minutos.

Chegamos na estação em um lugarejo na divisa entre a Bélgica e a França e fomos para a parada de ônibus: vem agora a segunda pergunta: que horas passa o ônibus? A resposta foi: não tem informação alguma. Então decidimos esperar, já era noite, mas sem problema, não é possível que não tenha ônibus aqui. Então aguardamos valentemente em um frio de mais ou menos 5 graus Celsius negativo. Cabe aqui uma nota, quando você está no frio, se você permanecer nele por muito tempo, você pode estar com a roupa que for, seu corpo vai esfriar dr. e o frio é lasqueira...

Pois bem, aguardamos... E ai veio o primeiro ônibus... O motorista parou, olhou para nós e foi embora sem dizer nada... 30 minutos depois chegou o segundo ônibus, já estávamos na parada há mais ou menos uma hora e o frio troava mesmo com todas as roupas que  usávamos... Nessa situação sentimos por bem parar o ônibus na marra e então, tal como ativistas políticos nos prostramos na frente do busão... O lema era: O povo na rua pára o ônibus.

Então paramos e conversamos com o motorista... Detalhe só eu e outro argentino falávamos mais ou menos o francês, os outros parceiros se comunicavam com gestos... O motorista disse que estava indo para a garagem e que não tinham mais ônibus... Não acreditamos naquilo e decidimos aguardar mais um tempo...

E o frio comendo...

Aguardamos, aguardamos e nada... Então decidimos voltar a cidade do outro lado da fronteira... Fomos a um bar e o povo dizendo, sim tem ainda ônibus, corríamos para parada e nada de ônibus... Fizemos um esquema de esperar o trem e o ônibus simultaneamente, mas a distância entre a parada de ônibus e a estação ferroviária era de aproximadamente um km, portanto, tínhamos que nos dividir em três equipes para nos comunicarmos avisando a todos que o trem ou o ônibus vinha... Uma no meio do caminho e duas na ponta...

Ficamos nesse iô-iô por uma hora mais ou menos... vai, volta, vai, volta...Já não aguentávamos mais... O desespero, o frio, o sono, o cansaço, a desgraça da roupa que pesava, enfim, ô coisa ruim é frio.

Neve com certeza é coisa do cão...

Só brasileiro sem noção acha que ir para o exterior ver a neve é bonito, quero ver passando o que passei...

Depois de umas três horas indo e voltando, sem a certeza se tinha ainda um último ônibus ou um trem para nos levar não sei aonde, conseguimos pegar outra condução (um trem com destino a qualquer lugar)...

Dentro do trem descobrimos que ele ia para mais longe de onde pretendíamos ir, mas que de lá dava para pegar outro trem para ir a Lille. Ficamos felizes, pois iriamos chegar em casa, mas havia uma terceira pergunta: será que os horários dos trens serão sincronizados? A resposta era óbvia... Claro que não... Chegamos na estação para fazer a baldeação e eis que descobrimos que o trem tinha passado fazia 20 minutos... Já era quase 9 horas da noite... Estávamos pensando já em dormir na estação e o cara da estação nos expulsando... Agora era fato não tinha como ir para outro canto a não ser aquela cidade... Nem lembro o nome dela... Acho que era Tournai... Saímos da estação e perambulamos pela cidade por uma hora mais ou menos e conseguimos convencer um taxista a nos levar a Lille.

Veio agora a quarta pergunta da aventura: quanto custa a corrida de táxi até Lille? A resposta remetia a outra pergunta: temos dinheiro para pagar a viagem? A resposta era... Se tivermos é contato... E o detalhe é que quem tinha a maior parte do dinheiro era quem? Quem? Sim... Eu...

Bem, pegamos o bendito taxi... Olhávamos o taxímetro a cada instante... Contávamos centavo a centavo a rodada até chegarmos a estação Lille-Flandres... UFA...

Pensam que acabou... Acabou é porra...

Eu tinha que pegar o metrô para ir ao cité scientifique (campus universitário onde morava). E então vem a última pergunta: Tem metrô este horário (11h30) para lá? E ainda mais outra: eu tenho dinheiro para pagar o metrô? Bem as respostas foram: o último metrô está saindo e o meu dinheiro só dá para comprar a passagem... Corro e pego o metrô...

Chego a casa, suspiro e penso, agora vou me aquecer, pois era a coisa mais importante naquele momento. Poderia ter ouro na minha frente, mas o mais importante era estar quente.

E então deito e me agasalho. Pensam que acabou? Nada, quem disse que eu conseguiria me aquecer depois de umas 6 horas no frio?

Passo várias horas para me aquecer indo para o banheiro tomando duchas quentes e tal... Quando consigo reestabelecer o calor do corpo já era quase 2h... E agora não mais era a temperatura que me incomodava, mas a falta de sono que não vinha... Só me restava uma coisa... Descrever toda essa história para minha noiva que estava no Brasil, para justificar porque eu tinha me mantido incomunicável durante o dia... 

Vem a grande pergunta: se você fosse minha noiva, você acreditaria? Graças a Deus ela acreditou, porque depois de uma aventura dessa só me faltava perder a noiva...

domingo, 21 de julho de 2013

O Projeto.

Vi uma postagem em uma rede social que comparava um pastel a uma planta baixa de uma casa e dizia que o pastel se fazia em cinco minutos a planta baixa não. Acho que poucas pessoas entendem o que tem isso haver com a realidade, mas para facilitar a compreensão relato aqui um episódio que me dá orgulho desse nosso jeitinho brazuca de ser.

Um amigo meu trabalhou seis meses desenvolvendo um projeto de alguns milhões e após este período considerou ele acabado, pois existiam pressões de todas as partes para que o projeto fosse apresentado ao chefe e depois inaugurado. Para conseguir a façanha, ele elevou ao cubo tudo que aprenderá na faculdade. Pense em um cara produtivo, se o mundo fosse feito de mais senhores com este potencial, estaríamos no auge da civilização.

Enfim, finalizado sua parte, o projeto estava prontíssimo para iniciar a execução. Infelizmente, os senhores que exerciam a pressão tinham esquecidos de combinar com a realidade, pois o que estava no papel não passava de uma proposta a la mágico de oz, repousado em hipóteses falsas e premissas frágeis. Aos olhos do mais leigo dos meninos de dez anos, não passava de uma casa ou um prédio Banco do Imobiliário Junior localizado na Vieira Souto.

O resultado foi seis meses de projeto para dez anos de realização física do projeto, com diferença entre o orçado e o executado de 300% e o inaugurado totalmente diferente do proposto inicialmente.


Ora, então sejamos justos, projetar pra quê?

domingo, 14 de julho de 2013

A grande atração do circo.

Eu tinha uns 16 anos a época e frequentemente apareciam circos do tipo sem lona no bairro onde eu morava. Eles se alojavam em terrenos abandonados, cercavam o picadeiro com uma lona e deixavam a parte de cima sem. Às vezes, os circos apresentavam como atração principal um leão, magro, que mais parecia um gato com asma... Outras existiam atrações de picadeiro tipo acrobatas, trapezistas entre outros... Não era lá um circo de soleil, mas dava para se divertir com os amigos... Em um desses circos houve um momento cómico e de forma alguma trágico. Acho que o circo estava em maus bocados e anunciou uma atração inusitada e incompreensível para todos do bairro. A atração não era propicia para aquele momento financeiro do circo, provavelmente era cara e eles talvez tivessem apelado para a última cartada que tinham para ver se recuperavam suas contas.

Na minha memória, quando recordo desses dias, lembro-me de um carro de som, na verdade era uma bicicleta, passar de dois em dois minutos em cada rua do bairro. Era uma coisa absurda o marketing daquele circo, muito, mas muito agressivo. O anuncio era o seguinte:

Senhoras e senhores, sábado no Circo ‘chove, mas não molha, porque vocês correm’, atração sensacional... A atração incrível, espetacular, magistral João Inácio Junior...

Para quem não é do Ceará, relatarei sucintamente quem é João Inácio Junior... Tal indivíduo era um galã de radio que todos conheciam a voz, mas nunca haviam visto... João Inácio Junior também cantava forró o que deixava algumas mulheres indóceis no bairro. Atualmente ele faz um programa na Tv Diário do Ceará e quem quiser pode ir lá verificar quem é a pessoa.

Retornando a estória o anuncio instigou a todos do bairro e no sábado estavam todos os habitantes do bairro, dos bairros vizinhos etc e tal no circo para ver a atração... Foi uma cartada de mestre do dono do circo. Sucesso de bilheteria... Naquele momento cogitaram até em fazer um show campal... Lógico que depois de vender os bilhetes todos e outros mais... Enfim, circo cheio e todos aguardando João Inácio Junior... Começa o show, picadeiro de um lado, equilibristas de outro, malabaristas de outro, mágico, palhacinhos de outro, e entre cada atração o anuncio: logo, logo, João Inácio Junior, foi-se repetindo isso por toda a noite...Eis que às 12h, todos cansados, não aguentando mais aquele circo se anuncia que a atração havia chegado e que em 10 minutos estaria no palco...

Todos aguardavam ansiosos e o apresentador anunciou a atração...

Atenção, Atenção, caros expectadores... Agora, nesse palco, a atração principal... Incrível, espetacular, magistral, sucesso no Ceará: João Inácio Junior...

Momento de silencio e atenção e eis que entram...

Três anões o João, o Inácio e o Junior, vestidos de palhaços cantando adocica e dançando com uns bodes...


Moral da estória... Nem pro Decon ninguém poderia ir, pois mentir o dono do circo não o fez... Todos saíram satisfeitos, com o sucesso de bilheteria para o circo e com otários felizes pela gargalhada geral quando da entrada dos anões.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Doutorice de Monteiro Lobato

Texto sensacional que me faz lembrar os tempos de doutorice que passei, onde todos vem a chamar os outros de doutores... E quem não parece não o é...
Recomendo lerem.

http://lobatoessencial.blogspot.com.br/2011/12/doutorice.html

No Brasil é assim, doutor disso, doutor daquilo, etc e  coisa e tal. E em Fortaleza é um deus nos acuda, não sei nem onde me consultar...

Ai de quem não for doutor ou chefe... e quem for e utilizar do momento para ser plebeu, pode ser retalhado, fui muitas vezes questionado porque estava fazendo tarefas braçais...

Uma das grandes histórias da minha vida foi quando fui a uma reunião de trabalho e lá se encontravam todos mais velhos do que eu, enquanto eu parecia um estagiário que estava a anotar tudo. Mas, diga-se de passagem, eu seria o gerente do projeto e os outros iriam me ajudar com suas experiências. Infelizmente, não ando como doutor.

Ao final da reunião o convidado, que queria fazer o projeto, olhou para mim e pediu para tirar uma foto com todos, menos eu obviamente, pois eu não era ou não parecia um doutor.

Todos olharam para mim, meio que assim: ele não sabe quem é ele?

Enfim, eu tirei a foto, afinal, como diz minha mãe: minha mão não iria cair.

Então, me apresentaram ao convidado e disseram:

Dr. o sr. aqui que tirou a foto é quem irá gerenciar o projeto, ele é formado assim, assado e coisa e tal...

Ele agradeceu e disse: desculpe Dr.

Eu disse: tira o Dr. e me dá mais X reais na conta...

E viva a doutorice...























terça-feira, 9 de julho de 2013

A cerveja...

Trata-se de mais uma estória passada em outro país. Em meados de 2000 nos EUA eu estudava e praticava capoeira. Os amigos da capoeira fizeram um encontro entre os capoeiristas da região e eu me inscrevi no evento... Após me inscrever, uma amiga (Kelly) avisou que haveria uma festa e que tinha uma cota para quem queria participar... Perguntei se eu poderia chamar meus amigos brasileiros que dividiam quarto comigo e ela disse que tranquilo e assim o fiz.

Chegou o dia da festa e foi muito boa... Chegamos na hora eu e mais cinco amigos brasileiros... Uns foram mais para dançar outros, mais para xavecar, eu particularmente gostava muito dos amigos de capoeira e via naquele momento a hora de me consolidar com grandes amigos que tenho grande apreço até hoje, de qualquer forma, tinha um dos meus amigos que foi para se divertir para valer (como dizem os baianos comer água)...

A festa transcorreu bem, pessoas bebendo, dançando, caindo, quebrando as pernas, curtindo muito, andando para cima e para baixo, homens entrando sem querer em banheiros femininos e vice-versa. Na região, quando chegava 1h da manhã toda e qualquer festa tinha que finalizar para não importunar os vizinhos, então 1h terminou a festa. Coisa surreal para um brasileiro acostumado a ficar até de manhã bebendo todas. Anunciaram o término e meu amigo que não estava para brincadeira, mais mamado do que bezerro novo olhou para eu que era o convidado e disse:

Eu não vou não... Ainda tem dois barris de chops... Eu só sairei daqui quando acabar com esses chops...
Eu disse a ele:

Macho eu vou ficar mal visto pela galera, vamos embora...

Chega outro amigo (virgulas) e juntamente comigo o convence de irmos, mas ele diz:

Só vou sobre uma condição se cada um de nós pegássemos um copo de chops cheio e se formos juntos bebendo. Não sei por que todo caba quando bebe todas e não aguenta quer encher os córneos de um amigo. Eu que não estava bebendo aceitei e o vírgula fez o mesmo... Saímos da republica com 6 copos de chops, cada um com dois...

Chegando lá fora, um frio de lascar mais ou menos 5 graus, então o dito cujo, mamado como estava decidiu mijar... Colocou os copos em cima de uma mureta e iniciou o processo em um arbusto... Exatamente nesse momento chegam dois policiais à pé do tamanho de um caminhão cada um... Eles olham para nós e dizem: “drop the beer”... Na região não se pode beber nas ruas... De pronto todos nós derrubamos os copos com cerveja no chão... o amigão mijando como estava quando viu a cena correu em nossa direção com os instrumentos de fora dizendo:

Não façam isso não... Isso é ouro... Vamos ter que voltar...


Nessa hora me imputeci e disse... Vai só cão... Eu vou pra casa... 

Quati mor.

Recentemente um amigo meu de trabalho relatou a presença de um novo animal da fauna brasileira no trabalho, os quatis. Observei o relatado e de fato os quatis estavam impregnando o trabalho. Parece-me que havia ocorrido um processo de controle biológico no trabalho e eu não havia observado. Os Jabutis estavam sendo passados pelos quatis e estes estavam em processo de forte ascensão populacional.

Explicando melhor, os quatis são animaizinhos que possuem libido incontrolável e que ao ver outro indivíduo de qualquer espécie e de qualquer gênero, sentem a vontade de fudê-lo... LITERALMENTE. E ao escutar o comentário de meu amigo me senti em um ambiente hostil e cheio de quatis de genitália dura querendo coisar comigo. Olhando bem um deles estava em forte processo de busca de me enrabar, o que irei relatar abaixo:

Estava eu em minha cabine de trabalho a executar as atividades diárias... Rotina em cima de rotina. O quati chega e me ronda, observa, não diz nada, mas ronda, espera eu ir tomar aquele café que está disponível quase em regime contínuo, e olha o papel que escrevo. Retorno e ele não se encontra mais lá, sinto um alívio incomensurável, pois de duas uma: ou o quati foi enrabar outro ou amoleceu sua genitália.

Retomo meu cotidiano, escrevo uma equação aqui, corrijo uma atividade ali, verifico um aspecto inacabado do projeto e recebo um convite para uma reunião às 18h.

Às 18h vou à reunião e eis quem está lá? Não, não é o quati, este já foi para casa e deve estar com o libido controlado, vulgo pinto mole, quem está lá é meu chefe... Olha para mim e diz... Ora, ora, bonito em?

Pergunto o que houve? Ele me diz: O seu trabalho está uma merda. Você fez foi com os pés?

Sento-me e reflito!!!


Concluo... Fui enrabado e não senti. Que quati rápido!

domingo, 7 de julho de 2013

Ideias geniais.

Tenho muitos anos de vida e, infelizmente, ou pior, frustramtemente, nunca tive uma ideia genial. Confesso que isso me perturba, mas já consigo conviver com minhas limitações. Mas não significa que não me considere inteligente, pelo contrário, acho que tenho conhecimento e distinção suficiente para verificar a genialidade em uma inovação e inclusive, desenvolver ciência, mesmo que não seja uma teoria da relatividade da vida.

Enfim, não sou um bucéfalo inoperante, mas sou consciente dos meus limites e creio que  que os outros também tivessem, pois caso contrário, as pessoas se julgam geniais e próprias para propor a mudanças no mundo que se acreditada por idiotas que tem poder, de repente vingam e esculhambam tudo. Infelizmente, já vi acontecer caso parecido algumas vezes, uma delas aconteceu faz uns 2 anos. Eu e um amigo estávamos em reunião de trabalho e discutíamos uma nova estrutura laboral. Eis que o meu amigo me relatou da ideia “genial” do seu superior. Parei e refleti um pouco e cheguei a conclusão que a ideia não era genial, mas tinha seu valor. Para ser genial deveria ser refinada, tal como vários tratados no mundo que são fruto do trabalho não de um sopro divino (O Principia de Newton foi publicado quando Newton tinha mais de quarenta anos e foi fruto de anos de reflexão). Eu acho que o processo da genialidade é aflorado como esforço e o que sei é que o chefe dele não tinha este esforço e era um puta oportunista e um ótimo vendedor. Enfim, expliquei meu ponto de vista ao meu amigo e ele insistiu em me justificar a genialidade da coisa e que seria a melhor coisa do mundo. Irritei-me e falei o seguinte para ele:

Dr. eu todo dia de manhã acordo com uma ideia genial, depois que cago metade dela vai embora, ao passar o papel na bunda, vai quase o resto todo, sobrando algo que não é na bunda, mas que passo o dia todo ruminando para saber se tem razão e ai chego a conclusão que é uma coisa boa, mas não genial.

Ele olhou para mim e insistiu em dizer que a ideia era magnânima...

Então apelei geral e disse: pois façamos o seguinte: você pega seu salário e aplica na ideia do cara... Beleza?

Eis que ele me responde: Não... Meu salário não...


Enfim, a ideia é boa para quem? Que convicção do meu amigo em?

Estórias de loucos

Tem várias histórias de loucos, hoje tive o relato de um louco que fugiu do manicômio para assistir um jogo do Asa, tenho outra estória de um louco que passou no concurso para correios e na primeira oportunidade plantou um bolo de cartas no quintal dele sendo na sequência aposentado por invalidez e tive um amigo que foi com mala e cuia para o manicômio...

O cara separou da mulher e não queria morar mais na casa dos pais, procurou um local para alugar e um hotel para ficar, mas mesmo com seu salário garboso, sentiu-se reprimido para gastar alguma bagatela em um imóvel que não seria dele. Em meio a crise sentimental, verificou que seu plano de saúde cobria um mês de internação no manicômio e como era mais barato que um hotel e ele não queria ir para a casa dos pais, então se internou...


Este é um doido econômico, não? Afinal, ele está pagando ou não está?

Para que serve o motel em duas histórias...

Foram dois fatos que marcaram a minha vida e que passaram em motéis... A primeira trata-se de uma estória de trabalho a segundo é um conto semineurótico protagonizado por um amigo que considero muito e que de tão inteligente teve que passar a noite em um motel...

Iniciando cronologicamente pelo segundo descrevo:

Tenho um amigo de longas datas que fez o curso superior comigo. O cara era um dos mais inteligentes da sala, notas altíssimas, programava que era um trator e fazia contas que só ele faz... O bicho quando se ‘intertia’ com um problema cabeludo só se aquietava se resolvesse a questão... Comparando grosseiramente com os meninos de hoje, ele ia até finalizar o jogo...

Pois bem, esse cara insistente como era, passou umas 8 horas tentando resolver uma questão e desenvolvendo um programa na universidade, quando se deu por conta já era 22 horas e ele teria que ir embora. Como morava perto da faculdade, parou seus trabalhos que já estavam terminados faltando apenas alguns ajustes de ordem estética, e foi para casa...

O mesmo morava com os tios, senhores de pouco mais de 65 anos e sua conclusão obvia era que os tios estariam dormindo aquela hora... Passou a mão no bolso e identificou que esquecera suas chaves...

Olhou consternado para a casa e decidiu não incomodar os senhores em seu sono... perambulou pelas ruas do bairro atrás de uma dormida, mas em bairro de subúrbio de dormida ou sua casa ou um motel... Encontrou um motel boníssimo, tipo assim um calabouço e foi entrando a pé, sozinho, com livros nas mãos, de óculos e cabisbaixo... O porteiro olha e diz: como vai ser a noite em Dr.? Ele levanta a mão e mostra ela de punhos cerrados com movimentos de vai e vem querendo dizer....

Estudo Dr... Estudo!”

A segunda estória envolve uma viagem que tive a trabalho e ocorreu no período de apagão aéreo brasileiro... A estória foi mais ou menos assim:

“Chego ao aeroporto aproximadamente duas horas antes do meu vôo, pois fui de ônibus. Deparo-me com a situação de atraso da companhia que será de umas 2 horas e que prontamente é regularizada para um atraso de 4 horas... Penso um pouco e decido procurar o que fazer, afinal, tenho que ficar no aeroporto por umas 5 horas da minha vida.

Dou aquela caminhada a la Tom Hankis no aeroporto e descubro que existiam salas de cinema lá e que, notoriamente, estava a passar um filme do Cartola em uma das salas. Obviamente me senti um sortudo, vôo para São Paulo atrasado 4 horas e um filme do Cartola para assistir, nada mais sensacional a conclusão óbvia era: vou assistir ao filme. E assim o fiz.

E não me arrependi ainda mais que ao sair da seção, encontro o letreiro com o aviso que meu vôo iria atrasar mais 2h, portanto, 6h de atraso... Agora comecei a me preocupar... Estava com vôo marcado para Congonhas e lá fecha às 10 ou é 11 horas... Iria chegar em São Paulo depois das 12h e provavelmente iria pousar em Guarulhos... Nessa hora me lembrei da frase que sempre pronuncio: ‘o que é um peidinho para quem está todo cagado’... Para confirmar minha reserva no hotel decido ligar para o atendimento deles e falar do ocorrido... Ligo e eles me falam: não podemos garantir nada, se chegar alguém depois das 10h eles o alocaram onde tiver vaga e a minha reserva era uma potencial candidata... Enfim, abstraio e prossigo na minha incursão visual no aeroporto...

Chega a hora do embarque e o vôo foi direcionado para Guarulhos e a companhia disponibilizou um ônibus para Congonhas, ou seja, pratiquei da tão almejada multimodalidade... Eis que no caminho converso com o motorista e ele me alerta que, por conta do horário, provavelmente não haverá taxi ou condução de Congonhas para qualquer parte de São Paulo, pergunto a ele se ele pode me deixar na Paulista e ele diz: Posso... Nessa hora aproximadamente 2h da madruga, tive a certeza que havia recuperado minha sorte, de repente minha vaga no hotel estaria disponível e eu precisava dormir até às 6h para me acordar, tomar banho e café e ir a reunião às 8h no local combinado.

Chego ao hotel e a recepcionista me diz: Não tem vaga... Agora era 2h em ponto... Concluo que terei que dormir na rua e como de relance avisto a placa de um motel... A salvação... vou na recepção do dito cujo e falo com a recepcionista que me diz, tem vaga, mas o quarto estava em reparos e está com ‘cheiro’, se é que pode se chamar de cheiro, de tinta. Naquela hora eu não tinha nenhuma ‘frescura’ e disse: Aceito. Vou ao quarto para o sono dos justos e dormindo cansado, com uma ‘catinga’ de tinta do carai, uma cama que parecia um repositório de acaro, um barulho ensurdecedor de frigobar com gás vazando e uma luz avermelhada ao lado, escuto repetidamente como se fora um efeito Doopler: não para, não para... ah... ah... ah... não para, não para... ah ah...


As 6h acordo, procuro um local para o meu café e vou a reunião e nela um amigo pergunta: parece que sua noite foi agitada em São Paulo em?”

sábado, 6 de julho de 2013

O gordinho.

As crianças acompanham os pais em seus devaneios gastronômicos e sofrem mais cedo do que seus pais o espectro da gula, pois privam a atividade física e não resistem às guloseimas movidas a gorduras trans. O resultado é que tempos depois o menino procura médicos para tratar de hipertensão, diabetes precoce entre outros males e ao final, tenta se reeducar com um nutricionista. Ouvi falar de um fato que cada vez se torna mais comum. Um nutricionista sendo consultado para tratar de uma criança com excesso de peso, vejam como é que um menino pensa:

O nutricionista conversa um tempo com o menino, geralmente acompanhado dos pais, e pergunta o que ele come durante o dia. O mesmo relata tudo, embora omitindo algumas informações. Diz ele: Dr. eu como coxinha, refrigerante, empada, etc.

O Dr. diz: nada de frutas, nem de verduras?

O Menino olha para a mãe que afirma não conseguir fazer com que o menino coma os ditos alimentos saudáveis.

Geralmente, neste ponto o nutricionista volta os olhos para os pais e os questiona sobre seus hábitos, pois podem estar influenciando o filho. Os pais geralmente falam que comem coisas saudáveis e tal, embora bebam refrigerantes, comam pizzas, lasanhas e etc.

No momento o Dr. dá aquele esfrega no pai e esquece do menino, afinal é a hora do pai tomar consciência que a mudança de hábito influenciará a do filho e com ele é que o menino melhorará.

Termina a sessão, o menino se atentando que aquilo comprometerá as suas gulodices, lembra-se do seu mais predileto alimento e em um esforço sobreumano questiona ao dr.


Dr. Milk Shake pode?

O encontro do Quati com o Jabuti

Jabutis e Quatis, embora possuam características distintas, geralmente habitam a mesma região. O primeiro vivendo em função de sua história e que nem sempre é verdadeira. O segundo se gabando de ter conquistado sua posição em função de sua sapiência e esforço próprio, mal sabendo ele que um dia o Quati pode virar Jabuti.

Mesmo habitando a mesa região os dois quase nunca se encontram e se se encontram é só em disputa de território, ou melhor, de posição. A maldita posição e condição de poder que os Quatis almejam ganhar e os Jabutis desejam manter. Quando o encontro se dá com vistas a definir de quem é o lugar cobiçado a história se dá da seguinte forma:

Quati: quem é tu dr. Jabuti para está nesta posição? Você não sabe nada.

Jabuti: Eu? Eu sou você amanhã... Sou o resultado de anos de cumprimento de metas profissionais de degustações e sucções de sacos escrotais de meus superiores... Sou um fato histórico indissociável de nossa sociedade. E você? Quem é você? Um menino mimado que acha que sabe algo? Ponha-se no seu lugar, chupe sacos e mais sacos para chegar ao posto almejado e não venha me rebaixar. Estou aqui por reconhecimento não por mérito.

Quati: Dr. Jabuti, você é um verme deste local se é que os vermes se dão ao luxo de não fazer nada para atingir as metas da fauna nesta região. Você pode morrer, fugir, sucumbir em qualquer dimensão que não fará falta. Desprezo-te ao ultimo nível, pois com certeza se algum dia chegar a sua posição não será para Jabutiar, mas sim para trabalhar.

Jabuti: Eis que duvido!!! O processo nesta região é como o de uma lagarta em um casulo. Às vezes viram borboletas, às vezes morrem, mas a metamorfose tem probabilidade de acontecer e dormir em berço esplêndido.
...

De qualquer forma, como manda os bons modos, nunca um encontro entre um Quati e um Jabuti segue para as vias de fato. Fica no campo dito intelectual, pois de intelecto eles entendem.

Quando casar?

Prezados amigos, eu creio que a vida é cheia de meandros e uma das coisas que contamina nossa sociedade e a classe média é a estabilidade financeira, mas em determinados momentos é melhor dizer: As favas com ela. Entretanto, algumas pessoas levam tal pressuposto de vida ao extremo. Relato aqui um diálogo que tive com um amigo que cheguei a pensar que ou ele era doido ou ele não queria viver.

O diálogo se desenvolveu em um bar mais ou menos assim:

Eu: e ai dr. Tudo bem?

Ele: tudo meu amigo.

Eu: como está em um novo trabalho? Trabalho público muito bom, ganhando entorno de 14 mil por mês... Já deve estar se preparando para casar em?

Ele: O trabalho está bom, mas convenhamos, como vou casar? Eu só ganho 14 mil e minha namorada ainda está em um órgão que paga 4 mil... Seria muito difícil viver com 18 mil em um local em que o salário mínimo é de 500.

Eu: Pera ai dr.... Vocês dois ganham 18.000 e você não acha que podem casar?

Ele: Não dá dr... e tem mais, para nós casarmos ela terá que passar em um concurso como o meu, ou seja, ganhar entorno de 14.000 e eu terei que me tornar Juiz para ganhar algo entorno de 20 mil.

Eu: Pera ai dr... como é? Me explica melhor isso? Como você vai se tornar juiz se você nem é bacharel em direito?

Ele então solta a máxima:

Dr. Não sou, mas serei, pois iniciei hoje meu curso de direito na FACIL...(FACULDADE FACIM FACIM)


É ou não é doido este cara?

O aluguel do carro.

Era para ser mais uma viagem de trabalho, mas meu primeiro dia foi mais do que um dia de trabalho, foi uma aventura de emoções que me levaram de um potencial infarto ao ataque de riso ininterrupto.

Naquele dia estávamos a trabalho dois colegas, meu chefe e eu. Chegamos a São Paulo à noite e fomos para o hotel com a promessa de no dia seguinte receber um carro alugado para irmos a nosso destino para mais uma atividade laboral.

Até ai nada de incomum.

Dormimos, acordamos muito cedo, tomamos nossos cafés e nos encontramos no saguão do hotel para aguardar a entrega do carro alugado que usaríamos para nossas atividades... Aguardamos algo entorno de 3 horas e nessa hora concluímos, sabiamente, que havia algo de errado. Nesse momento recebemos a ligação de um dos representantes da empresa do aluguel do carro e eles nos informaram que haviam sublocado o veículo de outra companhia utilizando o nome do meu chefe e somente ele poderia receber o carro.

Meu chefe já havia passado de uma face passiva para uma cara de raiva desesperadora, embora sem muita diferença para pessoas que não o conhecessem. Em sua raiva ele falou ao telefone: só irei pegar esse carro se me enviarem um outro que nos leve ao local da companhia. Detalhe, estávamos na Av. Paulista e teríamos que pegar o carro no aeroporto de Congonhas.

A empresa que tínhamos o contato era uma que prestava serviço para nossa companhia, mas que em São Paulo prestava serviços de ambulância para hospitais e por isso tinha sublocado de outra empresa. Aqui começa a aventura desesperadora... Pense só um pouquinho, precisávamos ir da Paulista para o aeroporto, já era 8 e uns quebrados (hora do rush), a empresa que tínhamos contato prestava serviço com ambulância para hospitais em São Paulo, então o que é que fizeram? O que? O que?

Sim senhores, nos enviaram uma ambulância, com um agravante, o motorista estava há quase 48 horas sem dormir...

Meu chefe olhou aquilo e não acreditou... Disse ele: eu não vou... Insistimos, pois era a única solução e ele concordou em ir...

Eu e um amigo fomos na frente, como estávamos com o uniforme da empresa que era branco, passaríamos por enfermeiros de longe... Meu chefe e o outro amigo foram na parte de trás da ambulância. Nosso motorista estava indócil. Queria chegar a sua casa logo, pois ou tinha a suspeita de um chifre virtual ou queria dormir mesmo...

Como é de praxe em São Paulo, pegamos aquele congestionamento... Nosso motorista olhou para nós e disse, eu vou ligar a sirene... Dissemos: Não faça isso (creio que meu amigo da cabine e eu pensamos a mesma coisa para dizer ao motorista: Toca o terror dr.!!!, entretanto por questão de ética não o fizemos). O doido insistiu e continuamos a negar, mas ele não aguentou e ligou a sirene... Meu chefe colocou a cabeça na janelinha que dá contato com a cabine do motorista e disse polidamente: desligue essa sirene por obséquio? O motorista disse: ou é assim ou descem todos vocês... Olhei para o chefe e disse a ele: chefe tem uma frase do interior que diz “tá no inferno, então agarra o capeta”... Assim o fizemos e para completar, dada à condição física de meu chefe e do outro companheiro (meu chefe era semelhante ao chefe do Homer Simpson e o nosso colega tinha um porte físico avantajado), então falamos a eles: finjam que se trata de uma ação de emergência o que passaria tranquilo por um ataque cardíaco ou algo semelhante com a vítima obviamente sendo o meu chefe...

Agora vem a parte mais tensa da história... A sirene ligada, nós passando entre os carros a uma velocidade de 60 km/h, tirando finas e mais finas dos retrovisores e eis que um guarda olha para nós e resolve nos escoltar... Ficamos brancos nessa hora, afinal iriamos ser presos... Um negócio desses não se faz: utilizar de uma ambulância indevidamente para atravessar o trânsito... Acho que bem que poderia ser a solução para o problema de mobilidade, mas moralmente não é cabível...

Ao desfecho retomamos nossa condição de sortudos mor... O policial estava nos acompanhando, pois tinha sido solicitado para uma ocorrência no nosso rumo e aproveitava o ensejo para nos dar escolta... Pouco antes de chegar ao aeroporto ele nos deixou e então suspiramos aliviados...

O resto transcorreu tranquilo e a exceção dos olhares de punição de todos do aeroporto que nos viram chegar com a sirene ligada, estamos vivos, não fomos presos, conseguimos pegar o carro alugado e executar nossa tarefa do dia com esmero... 

Le petit...

Tive uma estadia na França onde aprendi o francês, estudei bastante e aprendi que comer pode, mas só se for a pequenas proporções...

A lição de vida se deu no transcorrer de duas semanas... Eu e meu amigo Rafael passávamos em incursões culturais e gastronômicas na velha e pacata Lille, procurando, como bons brasileiros, onde comer com qualidade a um preço razoável... Eis que encontramos um Oasis na França... Comida a la volante... Tratava-se de um bar onde tinha uma aula de dança e uma mesa para repor as energias... Entramos no bar sorrateiramente e tomamos uma cervejinha junto e comíamos lentamente, mas em quantidades pomposas a comida que, diga-se de passagem, era deliciosa.

Saímos naquele dia quase meio noite de bar e só saímos porque caso contrário, perderíamos o último metrô para casa...

Como bons brasileiros, solidarizamos a informação com todos os brasileiros estudantes que conhecíamos na universidade e em um momento de felicidade, objetivando dar uma renovada no cardápio já conhecido do RU, combinamos a todos, um total de umas 30 cabeças, em irmos ao bar, o que era óbvio não era para dançar...

Chegou a sexta e prontamente fomos ao bar... Chegamos em grupos distintos, pois os amigos vinham de outros cantos da cidade... Ao chegar no Bar, um Sr. avantajado de braço perna, tórax e com altura que nem Davi derrubaria disse em Francês mas que traduzo aqui: ‘Olha aqui negada aqui não é a casa da mãe Joana não... O negócio aqui é sério... Vocês não entram aqui não’. Ficamos consternados, mas o cara era grande e com uma só entrada e com aquele não dava para entrar, demos meia volta e fomos embora...

Meia hora depois encontramos o outro grupo de amigos que foram também barrados... Só que com uma diferença estes estavam com o Rafael e o primeiro estava comigo... O Rafael olhou para mim rindo bastante e disse: Tu é o Le Petit? Eu  perguntei: Por quê? Ele disse: O segurança disse incisivamente Você não me engana não... Você veio aqui semana passada com o Le Petit e esse trouxe um monte de gente aqui para acabar com a comida... Você também não vai entrar...

Nesta hora entendemos que onde come dois só come dois...


Cearenses dominam o Bairro Bexiga...

Teve uma época que viajei bastante para São Paulo... Não sou muito fã da cidade, mas ela é sensacional, plural e coisa e tal... Lá tive várias oportunidades de me divertir e uma das mais maravilhosas se deu no boêmio bairro do ‘Bexiga’ em um Jantar com amigos.

Chegando em São Paulo eu e um amigo para passarmos dois dias resolvendo problemas os mais diversos. Ao chegar telefonei a um amigo que mora lá para uma conversa, um bate-papo para lembrarmos os tempos de faculdade... Ele sozinho que era naquela cidade de não sei quantos milhões de habitante de pronto diz que podemos jantar juntos e que pegaria eu e meu amigo no hotel, caso não nos incomodássemos de irmos dentro de uma Savero cabine estendida... Sem problema para mim e para meu amigo de viagem menos ainda, afinal, seria um momento para rever um amigo e para conhecer aquela cidade cosmopolita.

Fomos ao famoso bairro do Bexiga e entramos em uma cantina Italiana, fomos atendido por um gordinho a la Faustão antes da cirurgia bariátrica e ele falando todo enrolado, parecendo que estava com uma macaúba na boca, nos ofereceu um vinho: Cabernet Sauvingnon ou Carmenére?

Entao eu disse: macho bote qualquer um que eu quero é tomar uma com meus amigos aqui...

Ele olha para mim e diz: Oxente má, tu é de onde?

Eu pensei cá comigo: cadê aquele sotaque afrescalhado? Então falei: Dr. eu sou de Fortaleza, Ceará...

O gordinho ficou feliz que só a porra e chamou os garçons todos da cantina... Todos me cumprimentaram, falaram bem da vida e tal... E me revelaram o segredo do Bairro do Bexiga... Disseram eles:

Dr, esse bairro aqui está dominado... Não tem mais italiano não! Nós compramos as cantinas todas deles. Aqui só tem cearense. Nós fomos entrando devagarzinho, devagarzinho, entendemos essas palavras ai meio enroladas... Assistimos até missa em Latim para aprender essa fulerage... Os donos das cantinas são cearenses, os garçons são cearenses, os cozinheiros são cearenses, os seguranças são cearenses, etc e tal... Só não são cearenses os ingredientes... Mas já estamos pensando em produzir um bucadim desse manjericão no Apodi e substituir alguns queijos por queijo de coalho e queijo de manteiga lá do Jaguaribe... De repente pode até acontecer de propormos um sarrabui como prato de meia noite com os fatos de boi lá de Iguatu... O problema é que o povo gosta dessas coisas pesadas e tal, mas prefere comer essas massas porque é chique, então é melhor manter esse padrão italiano.


Confesso que me surpreendi com a qualidade da comida e com o atendimento... Fiquei satisfeito com a conversa com meus amigos e com os novos amigos da cantina... Saímos felizes e certos que o dia da revolução cearense está próximo...

Alarmes...

Essa merda de alarme contra incêndio já me fez passar maus bocados... A primeira foi em um intercâmbio nos EUA e a outra situação foi na França e eis que decidi relatar aqui...
A primeira situação ocorreu assim:

Nos EUA tem muito universitário de vinte e tantos anos que, dado a idade física avantajada e a idade mental desviada, insistem em cometer pequenas brincadeiras sem gosto, já vi travarem elevador, quebrar TV, entre outras coisas, mas sendo mais comum o ativar o alarme contra incêndio depois da meia noite quando os caras chegam de bares mamados...

Pois bem, estava eu estudando feito uma porra, preparando-me para minha primeira prova do intercâmbio e terminado tudo quase uma hora da madrugada, descido ir dormir o sono dos justos... Cearense que sou e quentinho como estava dentro do meu quarto fiquei de samba canção e de camiseta na cama e inicio o sono maravilhoso... Provavelmente lá pelas 2 horas inicio um sono sensacional que só um ‘gala seca’ estudando como eu estava poderia ter... Estava eu deitado na cama com a Carla Perez do grupo É o Tchan em um processo, como diria o Sr. ilustre deputado Tiririca, de Coisar... Eu já tinha feito chamegos e mais chamegos e tal... Estava pronto para o ato... Então eis que escuto um som ao Longe... Pan... Pan... Pan...  Começo a acordar e então inicio a descida das escadas somente de samba canção e camiseta... Infelizmente, ninguém havia me avisado que lá fora estava uns 10 graus, passo 2 horas esperando os bombeiros vistoriarem o prédio e chegarem a conclusão óbvia que tinha sido uma brincadeira e depois subo, com coito interrompido com a Carla Perez, sabendo que ela nunca mais iria querer nada comigo, com a certeza que teria um sono de apenas 2 horas, visto que era 4 horas e que teria que me acordar às 6 horas para fazer a prova... Oh lasqueira medonha...

O segundo episódio de alarme foi com meu amigo Rafael Bahia na França... Estávamos no primeiro dia na França e decidimos conhecer o campus universitário no domingo... Todos no Brasil falam que nos países desenvolvidos o pessoal estuda demais, então pensamos que teria algo na universidade no final de semana... Que nada... Estava tudo fechado... De qualquer forma, não sabíamos que estava tudo fechado e presumimos que tinha algo aberto... Nosso Francês a época estava afiadíssimo ou achávamos que estava...

Andamos a procura de locais e tudo fechado, mas eis que encontramos uma placa com os dizeres ‘... rentré’... Prontamente entendemos que era para entrar... E então abrimos a porta, que estava destrancada... Entramos sorrateiramente no local (café Universitére)... Ao chegarmos quase no meio, sedentos por um café e batermos um papo o alarme apita o meu famigerado... Pan... Pan... Pan... Ficamos estáticos e pensamos... Corremos ou não corremos, corremos ou não corremos... Decidimos ficar parado e esperar para ver o que acontecia e então chega um guarda e explicamos para ele o que aconteceu... Ele olha para nós e diz: isso sempre acontece... Sempre entram e esse alarme dispara...fiquem tranquilo, mas evitem vir ao Campus nos finais de semana atrás de atividades culturais ou de entretenimento festas só na souferrino...

A origem da Maionese Cearense...

Costumeiramente chamo a farinha de Maionese Cearense... Este fato vem porque creio que ela acompanha qualquer prato: Já vi farinha em salada, com arroz, com feijão (fazendo o maravilhoso capitãozinho), no jerimum, etc e tal... Mas a origem da nomenclatura que adotei se deu na Serra de Guaramiranga em uma obra que acompanhei, terminada a obra a Arquiteta olhou para a galera e falou para eu providenciar uma festinha para os operários... O mais fácil que encontrei foi encomendar umas pizzas e refrigerantes... Os operários aguardaram ansiosos a comida, afinal eles iriam se esbanjar, pois havia pedido 30 pizzas para 10 operários regado com 6 refrigerantes de 2 litros... Pense na farra!

Quando a Pizza chegou, José, o mais brabo de todos olhou para a pizza com o queijão derretido e procurou avidamente algo... Mexeu, remexeu, se aperreou e disse: Dr... Não acompanha farinha não?

Eu olhei e pensei: Para quê?

De pronto comprei farinha, pois queria que todos ficasse satisfeitos e então me deparo com a cena sensacional, imaginem só...

José, colocando farinha de mão cheia sobre a pizza...

Disse ele para mim: Dr. as coisas só tem sabor com farinha...