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domingo, 29 de setembro de 2013

A carona e a cerva...

Isso se passou em um final de expediente de uma sexta-feira, olhei minha carteira e pensei: ferrei-me!!!

Ri sozinho, pois mesmo tendo uma renda acima do octogésimo percentil da população da cidade onde moro, não possuo um vintém em minha carteira...

Analiso a situação e decido pedir uma carona, uma vez que não existem caixas eletrônicos na proximidade e, de qualquer forma, se a pessoa não me desse carona talvez me oferecesse à grana da passagem para eu poder retornar a minha casa, afinal, com certeza eu teria como pagá-la no outro dia.

Dou uma sorte danada, um dos amigos do trabalho iria dar carona e disse que me levaria até onde desejo ir.
Penso que eu sou um cara sortudo. Irei embora, economizarei uma grana e terei um ganho marginal na minha renda, 2 em alguns mil, segundo expectativas e projeções poderá me render alguns mil da moeda vigente e fazer a diferença no longo prazo, mas deixando isso de lado sigo a minha carona...

A carona foi confortável e bacana, trocamos uma conversa daquelas de miolo de pote: nada a se aproveitar!!!
Mas uma coisa me chamou atenção... Em meio a brincadeiras e de anseios profissionais um dos amigos me diz que tem um aplicativo de IPHONE sensacional e que com ele o caba nunca mais foi pego por blitz nenhuma, que poderia beber sossegado, tratava-se do achado do ano...

Eu cá com meus botões fico perplexo com a atitude, afinal vivemos a reclamar da corrupção e do estado brasileiro... Entretanto, eis que o outro caroneiro diz:

Diz ai qual é a página da internet para eu baixar esse aplicativo, não quero ser multado por uns copinhos de cerveja de final de semana...


Ajusto-me mentalmente e digo a mim mesmo: 

As leis estão erradas ou o mundo está errado?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Carona entre amigos...

Conversa entre amigos serve para muitas coisas, inclusive descobrir que não seria possível que só eu me ferrasse na vida. E de fato não é e relato abaixo uma história que me faz lembrar muitas e muitas que passei, mas que posso felizmente, ou infelizmente dizer:

Não foi comigo!!! 

Esta história me força a pensar que não existe somente eu de “azalado” no mundo e que devem ter muito mais “azalados” no mundo, inclusive amigos meus, que desafio em escrever sua história no blog.

A história se passa em uma mesa de almoço e estávamos eu e mais alguns amigos, entre eles um grande companheiro de trabalho. Este, com seu ar taciturno e sua forma espalhafatosa de falar descreveu sua aventura de final de semana como cômica e trágica.

Dizia ele:

Mestre, no domingo passei por uma que foi de lascar... Minha sogra pediu para eu trazer um caba do interior do Ceará para Fortaleza e você sabe como é, pedido de sogra não se nega, enfim, disse que daria a carona ao caba e ai iniciou minha via crucis.

Primeiro, por conta da distância, decido retornar entorno do meio dia, então passo na casa do cidadão e buzino feito um louco, até que decido descer do carro e encontro o rapaz que estava deitado em uma rede, coçando o pé nos punhos e fumando aquele cigarrinho de palha.

Falo para ele: Dr., vim te pegar para irmos a Fortaleza. Ele diz: Mas já? E a buchada que comi, não vai fazer mal? Eu digo: vai ou não vai?

Ele dá um pinote da rede, apronta a trocha, corre para o carro, ligo o carro, ajusto o ar-condicionado e então iniciamos a viagem, ele e minha família...

Sentado no banco de trás o indivíduo não interage até o momento em que ascende outro cigarro de palha e dá uma senhora tragada, seguida por uma baforada, então digo: Oh mestre, que é que isso, não está vendo o ar-condicionado não? Ele diz: Vi sim, muito bom, o calor lá fora tá grande Dr, mas aqui dentro tá bom.

Eu então abro as janelas do carro e digo: Assim vai ficar ruim... Ele responde:   Quer que eu jogue o cigarro? Eu digo: Não... Pode terminar esta... E me contenho...

Continuamos a viagem e paramos em restaurante para comer algo, sendo que o indivíduo de pronto pede uma cervejinha... Finalizado a parada pedi a conta, olhei para o carona e perguntei: e sua cerveja? Ele disse: eu não tenho dinheiro. 

Restou-me a sua conta também e nessa hora queria mandar aquele camarada para o interior novamente, mas já estávamos mais perto de Fortaleza do que do interior, então, retomamos o caminho e em pouco mais de uma hora e meia chegávamos à região metropolitana de Fortaleza e então pergunto ao companheiro de viagem: Mestre, onde você irá ficar? E ele responde: Tenho nem ideia...  Digo: Você tem o número do telefone de algum parente seu aqui? Ele: Eu não tenho parente aqui... Ai me desespero. 

Ligo para minha sogra, que liga para um amigo, que liga para outro que descobre que o destino dele era na velha e boa Barra do Ceará. Me indicam um número do local do destino, ligo e descubro o melhor da viagem: o pessoal do destino havia mudado e agora ele não era para ir mais para a Barra, mas para o Papicu, entretanto, no domingo não tinha ninguém em casa. Entro no segundo estágio de desespero, afinal, teria que leva-lo para casa, porque não poderia deixa-lo na rua, mas bem que queria. Então, me safo ao descobrir que poderia deixa-lo no terminal rodoviário, pois iriam solicitar a um amigo para ir pegá-lo... 

Enfim livro-me da peça e vou para casa com minha família.

Finda a narrativa ele me diz:


Mestre, a viagem foi longa viu??? Pense numa mala!!!

sábado, 14 de setembro de 2013

Saindo de viagem

Esta semana passei por mais uma... Saindo de casa, 4h30, chamo o táxi para me levar ao aeroporto e eis que me chega um taxista com um carro arrojadíssimo. Abri a porta e vi que iria ter problemas, ainda bem que eu tinha uma hora e trinta minutos para chegar ao aeroporto e já havia feito o check-in.

Bati a porta e vamos a viagem.

Antes de terminar o quarteirão o motorista disse: fecha a tua porta direito dr.
Eu respondo: já fechei.
Ele então retruca: a porta está batendo.
Eu: mas eu posso fazer o que?
Ele: bata a porta como um homem.
Eu me contive com a minha masculinidade e dei uma porrada cavernosa no carro dele.
E então ele me diz: assim você me quebra.
Eu disse: não era para bater? e ele calou.

Chega ao próximo quarteirão o carro dá uma engasgada e ele disse: tomara que dê para chegar lá. Detalhe, da minha casa ao aeroporto tem, mais ou menos, 6 km.

Ele ligou novamente o carro e então prosseguimos. Pegou a Av. Aguanambi e ai acelerou bruscamente, chegou aos inesquecíveis 60 km/h e eis que um barulho metálico ecoa do lado de fora do carro. Pela reação dele, possivelmente uma peça do carro havia caído no chão. Ele coloca a cabeça do lado de fora do carro e diz: será que vai dá para chegar lá?

Eu já pensava que o negócio iria ser tenso, então ele decide parar em um posto, ainda na Aguanambi, abrir o capô, tentar arrumar algumas coisas e tal...
Eu disse: dr. posso pedir um outro táxi?
Ele: não dr. essa corrida é minha e ninguém tasca.
Eu falo: mas e se eu perder o vôo?
Ele: mas eu não perco você. É uma questão de honra...
Eu pensei cá comigo, que porra é esse, eu de madrugada, indo para o aeroporto, poucas pessoas na rua, se eu chamar outro e esse cara arrumar o carro dele, então eu voltarei a pré-viagem e ai vai, se chegar outro táxi eles irão brigar por minha corrida, então decidi: que se foda. Eu fico!

Ele arruma não sei o que no táxi dele e então prosseguimos a viagem, com um pequeno barulho que o fazia dirigir com a cabeça do lado de fora e observar constantemente o pneu dianteiro.

E eu tenso, tentando conversar com ele que prontamente coloca a cabeça para dentro do carro e começa a falar como se tornou taxista que nunca perdera um cliente e que sempre faz as coisas certas e tal... E eu só comigo... Tá!!!! Tá!!!!...

Ainda não bastando por ai, faltando mais ou menos mil metros para o aeroporto, o carro morre... Eu ali vendo o aeroporto e ele com o carro engasgado... Faltava ainda uma hora para o meu vôo e pensei, vou à pé mesmo... Falei para ele e ele: não dr. você vai comigo, porque eu num perco cliente de forma alguma.

Deu uma vontade da porra de mandar ele pro inferno e correr sem precedentes em direção ao aeroporto, então lembrei que minha mochila estava dentro do carro com meu check-in e documentos e nós estávamos fora do automóvel, ele estava na minha frente e para ferrar, eu estava com uma lesão no calcanhar fruto da minha eterna teimosia de querer ser um atleta...

Enfim, que se foda o vôo...

Mas eis que quinze minutos depois ele consegue fazer ligar o carro e vamos ao aeroporto. Chegamos e ele disse: Num disse dr. eu num perco um cliente.
 Eu cá comigo... Ok fi de quenga...
Olho o taxímetro, marcava uns 23 reais penso que estava livre, dou 25 reais e vou indo embora, então ele disse: pera ai dr., tem seu troco.
Eu: pode ficar com o troco dr.
Ele: dr. eu não fico com o dinheiro dos outros.
Ele sai do carro e eu, já no aeroporto pensei cá comigo. Vou esperar os dois reais, mas eis que ele procura e não tem dois reais... Então vou embora...
Ele me pega no braço e me dá cinco reais de troco e diz, eu não gosto de ficar devendo nada a ninguém.

Vou para a área de embarque correndo e penso:
Só ocorre essas coisas comigo...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Retorno a minha casa

Nessa vida, como diz em meu estado de origem, eu só me lasco. Ontem chegando de viagem, com um sono amuado, eis que na hora do pouso tomo um susto da porra. Olho para o lado e o piloto do avião desceu de um supetão que se eu não tivesse de cinto de segurança tinha quebrado o quengo. Em meio a situação acordei, vi o avião meio de banda e quase gritei como se estivesse no Paranjana (saudoso ônibus fortalezense):

- Tu não está carregando jumento não motorista (Piloto).

Me contive, mas então lembrei de uma história que se passou comigo, pois no primeiro retorno de avião para casa, em uma viagem altamente internacional que fiz, minha família foi me buscar no aeroporto com uma vontade excepcional que me emociona até de contar.

Pegaram um amigo para ir junto com eles para me recepcionar no aeroporto de Fortaleza e ao chegar lá, me deparei com uma galera... Dois carros e tal.

Eu, um ano nos states, olho para galera e super feliz converso com todos e os cumprimento como se tivesse passado séculos sem vê-los.

Descemos ao estacionamento arrumamos as malas em todos os carros e então começamos a adentrar aos carros. Eu deixo todos entrarem e me deparo com a certeza que eu imaginava, mas não queria acreditar:

- Eu não cabia em nenhum dos carros. Ou eu ia e outro ficava ou eles iam e eu ficava.

Decisão, cruel depois de mais ou menos 18 horas de viagem. Qual foi?

Deixei todos irem embora nos carros, com as malas e eu e meu amigo fomos de ônibus conversando sobre o mundo, passando no terminal da Parangaba e rindo muito da situação.

Na outra viagem que fiz, minha família aprendeu e deixou uma vaga para eu voltar de carro para casa, mas não fazia mal se esquecessem, pois a vinda de ônibus na primeira oportunidade, foi espetacular.

domingo, 1 de setembro de 2013

Pedagogia Infantil

A criatividade humana é sensacional e quando se trata de educar ou de fazer o bem para os nossos bruguelinhos, então nos viramos de formas inusitadas. Algumas que nem imaginamos ser possível.  Destaco aqui algumas:

A primeira remonta minha adolescência. Ao sair para a escola à vizinha me chama para eu ajudar ela a trocar o gás da sua cozinha. No caminho, da porta de entrada a cozinha, a mulher me relatava que passou um sufoco grande para dar de comer, naquela madrugada, ao seu menino de pouco mais de seis meses, pois havia acabado o gás no meio do preparo do leite. Detalhe à época não era comum às famílias possuírem um micro-ondas em casa. Fiquei calado e fui até a cozinha carregando aquele botijão de 13 kg. Chegando lá me deparo com um artefato a la Macgyver. Quem não conhece o Macgyver, recomendo ver algum episódio da série famosa que nos envolvia de criatividade no final da década de 80 e início da de 90, onde um homem chamado Macgyver fazia uma bomba atômica com uma pilha de rádio e dois chicletes usados, fazendo a ligação com alguns clipes.

Bem retornando ao aparato que vi na cozinha da minha vizinha, peço que vocês leitores imaginem o que fariam para preparar o leite ao seu bruguelinho em uma madrugada depois que gás acabasse: opção a. faz um fogo com papeis; opção b. dá o leite frio mesmo; opção c. acorda o vizinho e pede para fazer o leite no vizinho; opção d. pega o ferro de passar roupas, viram de cabeça para baixo e colocam a leiteira em cima.
Pois bem senhores me deparei com a opção d. e a vizinha me relatou como fez. Fiquei boquiaberto, pois ela teve um momento de genialidade e de perigo, mas quem acha que não devemos nos arriscar alguma vez na vida e por nosso bruguelinho tudo. Nê não?

A segunda história é familiar se passou entre minha mãe, minha avó e meu sobrinho. É mais recente e tem relação com um super-herói famoso. Meu sobrinho, à época com uns quatro anos, assistiu ao primeiro filme do Homem-Aranha e ficou perplexo e alucinado pelo filme. Em meio ao afã do dia decidiu pular do sobrado onde morava.

Minha mãe corre em socorro ao menino e tentou explicar de forma pedagógica, para que o menino não perdesse a magia da infância e também entendesse que poderia se arrebentar pulando dali, pois se o Homem-Aranha não o salvasse então adeus mundo cruel. Bem, minha mãe pediu pacientemente ao menino que pegasse um ovo na geladeira e disse a ele que jogasse o ovo de onde ele iria pular. O menino assim o fez e ao olhar para o ovo, perplexo, disse: vovó, se o Homem-Aranha não me salvar eu fico do jeito que o ovo ficou? Minha mãe explica que sim e tal...

Mas eis que minha avó, mãe de minha mãe chega vê aquela arrumação no chão, o ovo todo espatifado e diz: mulher tu é muito sem noção, fez o menino estragar um ovo por conta dessa besteira, devia ter colocado esse menino de castigo para ele não andar mais fazendo essas doideiras.


Eita que a pedagogia na família segue dois extremos a da repressão ou a do diálogo.