A criatividade humana é
sensacional e quando se trata de educar ou de fazer o bem para os nossos bruguelinhos,
então nos viramos de formas inusitadas. Algumas que nem imaginamos ser
possível. Destaco aqui algumas:
A primeira remonta minha adolescência. Ao sair
para a escola à vizinha me chama para eu ajudar ela a trocar o gás da sua
cozinha. No caminho, da porta de entrada a cozinha, a mulher me relatava que
passou um sufoco grande para dar de comer, naquela madrugada, ao seu menino de
pouco mais de seis meses, pois havia acabado o gás no meio do preparo do leite.
Detalhe à época não era comum às famílias possuírem um micro-ondas em casa. Fiquei
calado e fui até a cozinha carregando aquele botijão de 13 kg. Chegando lá me
deparo com um artefato a la Macgyver.
Quem não conhece o Macgyver, recomendo ver algum episódio da série famosa que nos
envolvia de criatividade no final da década de 80 e início da de 90, onde um
homem chamado Macgyver fazia uma bomba atômica com uma pilha de rádio e dois
chicletes usados, fazendo a ligação com alguns clipes.
Bem retornando ao aparato que vi
na cozinha da minha vizinha, peço que vocês leitores imaginem o que fariam para
preparar o leite ao seu bruguelinho em uma madrugada depois que gás acabasse: opção
a. faz um fogo com papeis; opção b. dá o leite frio mesmo; opção c. acorda o
vizinho e pede para fazer o leite no vizinho; opção d. pega o ferro de passar
roupas, viram de cabeça para baixo e colocam a leiteira em cima.
Pois bem senhores me deparei com
a opção d. e a vizinha me relatou como fez. Fiquei boquiaberto, pois ela teve
um momento de genialidade e de perigo, mas quem acha que não devemos nos
arriscar alguma vez na vida e por nosso bruguelinho tudo. Nê não?
A segunda história é familiar se
passou entre minha mãe, minha avó e meu sobrinho. É mais recente e tem relação
com um super-herói famoso. Meu sobrinho, à época com uns quatro anos, assistiu
ao primeiro filme do Homem-Aranha e ficou perplexo e alucinado pelo filme. Em
meio ao afã do dia decidiu pular do sobrado onde morava.
Minha mãe corre em socorro ao
menino e tentou explicar de forma pedagógica, para que o menino não perdesse a
magia da infância e também entendesse que poderia se arrebentar pulando dali,
pois se o Homem-Aranha não o salvasse então adeus mundo cruel. Bem, minha mãe
pediu pacientemente ao menino que pegasse um ovo na geladeira e disse a ele que
jogasse o ovo de onde ele iria pular. O menino assim o fez e ao olhar para o
ovo, perplexo, disse: vovó, se o Homem-Aranha não me salvar eu fico do jeito
que o ovo ficou? Minha mãe explica que sim e tal...
Mas eis que minha avó, mãe de
minha mãe chega vê aquela arrumação no chão, o ovo todo espatifado e diz:
mulher tu é muito sem noção, fez o menino estragar um ovo por conta dessa besteira,
devia ter colocado esse menino de castigo para ele não andar mais fazendo essas
doideiras.
Eita que a pedagogia na família segue dois extremos a da
repressão ou a do diálogo.
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