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sábado, 14 de setembro de 2013

Saindo de viagem

Esta semana passei por mais uma... Saindo de casa, 4h30, chamo o táxi para me levar ao aeroporto e eis que me chega um taxista com um carro arrojadíssimo. Abri a porta e vi que iria ter problemas, ainda bem que eu tinha uma hora e trinta minutos para chegar ao aeroporto e já havia feito o check-in.

Bati a porta e vamos a viagem.

Antes de terminar o quarteirão o motorista disse: fecha a tua porta direito dr.
Eu respondo: já fechei.
Ele então retruca: a porta está batendo.
Eu: mas eu posso fazer o que?
Ele: bata a porta como um homem.
Eu me contive com a minha masculinidade e dei uma porrada cavernosa no carro dele.
E então ele me diz: assim você me quebra.
Eu disse: não era para bater? e ele calou.

Chega ao próximo quarteirão o carro dá uma engasgada e ele disse: tomara que dê para chegar lá. Detalhe, da minha casa ao aeroporto tem, mais ou menos, 6 km.

Ele ligou novamente o carro e então prosseguimos. Pegou a Av. Aguanambi e ai acelerou bruscamente, chegou aos inesquecíveis 60 km/h e eis que um barulho metálico ecoa do lado de fora do carro. Pela reação dele, possivelmente uma peça do carro havia caído no chão. Ele coloca a cabeça do lado de fora do carro e diz: será que vai dá para chegar lá?

Eu já pensava que o negócio iria ser tenso, então ele decide parar em um posto, ainda na Aguanambi, abrir o capô, tentar arrumar algumas coisas e tal...
Eu disse: dr. posso pedir um outro táxi?
Ele: não dr. essa corrida é minha e ninguém tasca.
Eu falo: mas e se eu perder o vôo?
Ele: mas eu não perco você. É uma questão de honra...
Eu pensei cá comigo, que porra é esse, eu de madrugada, indo para o aeroporto, poucas pessoas na rua, se eu chamar outro e esse cara arrumar o carro dele, então eu voltarei a pré-viagem e ai vai, se chegar outro táxi eles irão brigar por minha corrida, então decidi: que se foda. Eu fico!

Ele arruma não sei o que no táxi dele e então prosseguimos a viagem, com um pequeno barulho que o fazia dirigir com a cabeça do lado de fora e observar constantemente o pneu dianteiro.

E eu tenso, tentando conversar com ele que prontamente coloca a cabeça para dentro do carro e começa a falar como se tornou taxista que nunca perdera um cliente e que sempre faz as coisas certas e tal... E eu só comigo... Tá!!!! Tá!!!!...

Ainda não bastando por ai, faltando mais ou menos mil metros para o aeroporto, o carro morre... Eu ali vendo o aeroporto e ele com o carro engasgado... Faltava ainda uma hora para o meu vôo e pensei, vou à pé mesmo... Falei para ele e ele: não dr. você vai comigo, porque eu num perco cliente de forma alguma.

Deu uma vontade da porra de mandar ele pro inferno e correr sem precedentes em direção ao aeroporto, então lembrei que minha mochila estava dentro do carro com meu check-in e documentos e nós estávamos fora do automóvel, ele estava na minha frente e para ferrar, eu estava com uma lesão no calcanhar fruto da minha eterna teimosia de querer ser um atleta...

Enfim, que se foda o vôo...

Mas eis que quinze minutos depois ele consegue fazer ligar o carro e vamos ao aeroporto. Chegamos e ele disse: Num disse dr. eu num perco um cliente.
 Eu cá comigo... Ok fi de quenga...
Olho o taxímetro, marcava uns 23 reais penso que estava livre, dou 25 reais e vou indo embora, então ele disse: pera ai dr., tem seu troco.
Eu: pode ficar com o troco dr.
Ele: dr. eu não fico com o dinheiro dos outros.
Ele sai do carro e eu, já no aeroporto pensei cá comigo. Vou esperar os dois reais, mas eis que ele procura e não tem dois reais... Então vou embora...
Ele me pega no braço e me dá cinco reais de troco e diz, eu não gosto de ficar devendo nada a ninguém.

Vou para a área de embarque correndo e penso:
Só ocorre essas coisas comigo...

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