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segunda-feira, 31 de março de 2014

Ensaio "filosoficado" da violência cotidiana e sua solução.

Sou observador social e vejo com um olhar meio que racional o que se propaga... Este texto tem um porque, digo a amigos que o status de violência generalizada em grandes centros urbanos e em alguns territórios rurais no Brasil é fruto de uns 25 anos. A violência de hoje, grosso modo, foi crescendo na medida em que passou-se a tolerar pequenos delidos e as normas sociais foram trocadas por normas de mercado. 

A questão do estupro de mulheres, como se fosse uma coisa natural e humana olhar para ela e desejá-la sem romantismo, mas apenas pelo prazer de tê-la como uma presa sedenta por ser devorada e o caso da violência, materializada no caso do MC Daleste explorado comercialmente, mesmo após sua morte, para gerar IBOPE na TV. Todos eles fazem parte do ciclo vicioso criado pelo cenário desenhado há uns vinte cinco anos atrás, onde divulgar a violência e o sexo nos meios de comunicação foi sendo ampliado conforme os resultados das pesquisas de audiência aumentavam. Então aumentava-se o incentivo a ser violento e sexualmente pervertido, porque gerava pontos e este incentivo gerava mais violência e perversão.

Vejam só: quantos meninos pequenos são sexualmente questionados quanto a sua masculinidade ou feminilidade quando chegam no entorno de 9 anos? nos meus 9 anos não era tão latente, mas já estava lá... Atualmente, em conversa com uma professora descobri que os meninos de 9 anos trocam insinuações capciosas relativas as suas genitálias e me pergunto: como saímos da inocência infantil de meus 9 anos para relações avassaladoramente adultas e animalescas em meninos de 9 anos? Vocês sabem? A professora me relatava até na troca de favores entre as crianças para elas conseguirem acessar o que não era acessível nem em pensamento nos meus 9 anos.

Por outro lado, nos meus 13 anos, vi amigos de bairro terem seus chinelos e tênis assaltados e atualmente vejo assaltos de celulares e a morte banalização em latrocínios de 30 reais, o que gera pavor aos indivíduos que circulam na cidade, principalmente aos que assistem cotidianamente os programas policiais.

O ímpeto dos infratores é possuir algo material que a sociedade divulga como essencial para viver. Nesta situação as normas sociais são substituídas por normas mercadológicas, onde ter algo faz mais sentido e o que se aprende em família ou na escola não tem valor...

Nesta sociedade os pais e professores exigem conhecimento acadêmicos mas não exercitam junto com os filhos e alunos os saberes adquiridos nas comunidades. No final, não mostram que o que aprendem e nem explicitam que o que ensinam tem valor além do material, além do valor de uma hora aula. Para todos na sociedade, se paga para ir a escola ou se gasta com o menino em casa, mas não se constroi um ser.

Mas afinal, como passamos de um estado latente de criminalidade para um estado recorrente de ações criminosas?

Minha análise toma como base um pouco que li de economia e é, mais ou menos, assim: antes, aceitávamos e eles temiam sair nas ruas, saiam na surdina e agiam nas escondidas, depois, passamos a tolerá-los e ai veio o temor. Explico: antes, os atos de estupro, assaltos e violências, fosse o que fosse, era repudiado pela sociedade, com o tempo, matar índio, etc e tal, poderia ser aceito, inclusive pelos mais soberbos socialmente, por fim, vimos que chegou a um ponto que não "posso controlar" então cabe a mim me proteger, porque temo que aconteça algo comigo e com minha família.

Mas como inverter a situação?

Amigos me dizem da experiência de Nova York, que temos que educar o povo, etc e tal... Todas fórmulas ralas e mal fundamentadas para o caso Brasileiro.

Na minha opinião o que devemos fazer?

Devemos reverter o curso que a sociedade tomou, devemos deixar de temer e passarmos a ocupar nossos espaços, deixarmos de nos fantasiarmos de idiotas em shoppings e condomínios e passarmos a exigir nosso espaço na cidade, depois devemos retornar ao processo de tolerar pequenos delitos, mas questionando para depois invertermos a situação onde passemos a conviver sem temores e, por fim, devemos progredir para o estágio onde exigimos educação a todos e passaremos a entender que educação boa, saúde boa, segurança boa, já se paga e revertermos a mudança entre a normas sociais e mercadológicas que diz que para se ter algo bom tem que pagar. A lógica é a educação boa deve ser dada indiferente a quanto se paga, porque não se pode fazer distinção entre seres humanos do ponto de vista educativo com a lógica de mercado.

Meus amigos dirão: isso é utópico e impossível.

Digo a eles: isso já ocorreu e pode ocorrer novamente e manter-se por um longo tempo, basta você tirar sua bunda da cadeira, olhar para o horizonte, ter um alvo e contribuir para o bem, fazer o bem sem querer o retorno mercantilista e deixar de aceitar o que lhe dizem que é bom. 

Educação se constrói na sua comunidade, ao invés de estarem procurando ir a shoppings e outras saidinhas converse uma meia hora com seu vizinho mais novo e esclareça sobre a vida que você teve e o que você almeja. Faça-os sonhar com um mundo melhor e não em ser um ídolo a la MC Daleste, nem tão pouco em olhar ao semelhante como fonte de prazer insaciável a ponto de achar o estupro culpa da mulher que anda confortavelmente na rua...

Ensine ao seu vizinho mais novo a admirar bem mais do que o que é mercantilizado, faça aflorar nele a infância, porque o que nos falta é enxergar o simples com valor e o que se vende como complemento e não o contrário.

Façamos nossa parte, transformemos o mundo.

Minha análise é simples e cheia de falhas, mas abre a discussão.

Vamos conversar????



sexta-feira, 28 de março de 2014

De um conto a outro: O mundo se foi e os amigos caem.

De um conto a outro: O mundo se foi e os amigos caem.: É senhores, o mundo não é mais o mesmo. Dele se parte sem dar parte do fim que se levou. Não que despedir-se seja objetivo de vida. Não q...



E cada dia tenho certeza, como no circo da vida e os tantos anos que nos separam da vida e da morte e de ídolos como Renato Russo, chegará a vez de outros. um dia poderá ser eu, mas agora foi um amigo mais novo que partiu injustamente ele se foi, fruto desta sociedade que cultivamos e cultuamos. Relembro do seu semblante, de sua felicidade porque viver era necessário e antes de tudo de ter sido meu amigo... Vá em PAZ...

O mundo se foi e os amigos caem.

É senhores, o mundo não é mais o mesmo.
Dele se parte sem dar parte do fim que se levou.
Não que despedir-se seja objetivo de vida.
Não que deixar um alô final de amigo nos faça feliz.

É que o mundo já se foi e não sabemos.
Não há mais o que pensar.
A humanidade esta em uma contínua luta pelo próximo dia.
Foram-se os heróis da juventude, restaram-se os males que eles trouxeram.

Excitar-se a qualquer custo é o que resta a sociedade.
Não queremos mais viver nem curtir, apenas sobreviver dia a dia.
E a vida se vai.
E os anjos caem por demônios que são frutos do nosso próprio eu.

Chegamos ao dia derradeiro.
Somos vermes sociais procurando nosso esgoto.
E ele está bem ali.
Está na esquina, aguardando a todos para o momento final.

Texto em homenagem a um amigo que se foi...




terça-feira, 25 de março de 2014

De um conto a outro: Aventuras em um Monza 1985 à álcool.

De um conto a outro: Aventuras em um Monza 1985 à álcool.: Mais surpreendente do que o pedido de casamento de Eduardo Sterblitch a Louise D'Tuani foi a história relatada por um conhecido em uma ...

Aventuras em um Monza 1985 à álcool.

Mais surpreendente do que o pedido de casamento de Eduardo Sterblitch a Louise D'Tuani foi a história relatada por um conhecido em uma viagem de Brasília a Minas Gerais. 

Amigo pacato, companheiro e dedicado a família, mas infeliz por estar sem carro na capital federal decide-se, para não se ver tolhido de seu direito de ir e vir, de adquirir um Monza 1985 à álcool já no século 21, mais precisamente em 2014. 

Pensem no aperreio?

O processo em um carro desse é mais ou menos assim: puxa afogador, aperta embreagem, acelera, deixa por uns 10 minutos o carro aquecendo, depois inicia o processo de movimento uniformemente acelerado que só vai chegar aos 60 km/h após alguns minutos...

Enfim, passado três meses de intensa labuta com o carro, meu amigo decidiu devolvê-lo a quem o havia vendido o carro, seu cunhado, e eis aqui que começa a história de fato, afinal, surpreende-se quem imagina que é fácil ir de Brasília a Minas Gerais de automóvel. Caso achem fácil, peguem um Monza 1985 à álcool e tentem. Normalmente a viagem leva 12 horas, mas esta não foi bem assim. 

Inicialmente, seus primeiros 100 km transcorreram super bem até que meu amigo se empolgou com uma reta e decidiu "deitar o cabelo"... 

O carro foi nos inacreditáveis 120 km/h... E, não mais que de repente, o ponteiro do velocímetro vai baixando paulatinamente: 110 km/h e meu amigo com o pé atolado no acelerador, 100 km/h e ele empurrando o acelerador com seus dois pés... Quando chega aos 80 km/h ele nota que saia uma fumaça do capô, então decidi retirar os pés do acelerador e apertar o freio; pára e vai ver o que aconteceu... Já era coisa de 9h e ele verifica que as aulas de mecânica que havia feito no instituto universal não iria lhe tirar daquela situação e começa a pedir ajuda aos viajantes... Um caminhoneiro se comove com a situação e o reboca até o posto mais próximo. Chegando lá o caminhoneiro, ao desatar o nó da corda utilizada para puxar o carro nota que havia um adesivo no carro do órgão que fiscalizava caminhoneiros, órgão este onde meu amigo trabalha.

Meu amigo notou a situação e disse: este é um carro de um amigo... 

O caminhoneiro embrutecido e furioso disse: ainda bem que não é você que trabalha neste órgão se fosse eu quebrava o resto do carro, como você não é culpado deste órgão não fazer as coisas direito, deixarei passar... De qualquer forma, este carro só tem mais duas vidas... é igual infarto... Só precisa dá três vezes para ele não funcionar mais...

Neste momento já passava das 12h e meu amigo foi atrás de um mecânico... Havia andando apenas 150 km da viagem.... Arrumando o mecânico o mesmo cobrou uma grana ajeitar o radiador... De qualquer forma era o jeito, então dormiu no posto e no outro dia, carro novinho prosseguiu viagem, não era possível que desse errado. 

Infelizmente, a vida não é fácil e nos próximos 100 km dois pneus furaram, mesmo assim conseguiu chegar ao borracheiro que o cobrou mais um tanto e ainda teve que vender um novo aro, porque um dos do carro estava empenado e "desimbeiçando" o pneu...

Pode-se dizer que o carro estava do jeito... Mas o problema é que um Monza 1985 à álcool é igual a jumento e mulher feia, só quem procura é o dono, e esse daí só quem queria era o meu amigo, pois se fosse outro já tinha deixado ele no caminho e ido embora de ônibus... 

De qualquer forma, meu amigo tentou prosseguir com o "possante", mas eis que surge outro problema. Agora era o freio... Só havia percorrido 300 km de 800 da viagem e já tinha quebrado três coisas do carro... 

Chegou a um local mais civilizado, utilizando o freio de mão para reduzir a velocidade e andando a uma velocidade média de 40 km/h. Encontra outro mecânico que cobra mais um tanto para trocar os freios, dorme na outra cidade e prossegue viagem...

Finalmente, após 48 h chega ao seu destino, entrega o carro ao cunhado, come uma galinhada preparada por sua mãe e volta feliz da vida a Brasília, pois o feriado já estava terminando e a viagem tinha sido dura, mas o resultado tinha sido excelente. Havia se livrado do "possante" agora estava à pé o melhor carro do mundo. 

Pensem numa viagem?

quinta-feira, 20 de março de 2014

Amor Senoidal.




Do zero se inicia.
No ápice vai a um.
Volta ao zero.
Desce a um valor negativo.
De repente retorna ao zero.
E de súbito ao um.

E a vida segue nesse oscilar.
Um senoide perfeito.
Do amor ondulante a me alegrar.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sra. Ieda o retorno após o Dia das Mulheres

Relatei na última postagem minha chegada a Batoque com o encontro com Dona Ieda, entretanto, deixei para um próximo relato o desfecho da história.

Após nosso jantar regado a coxinhas e sopa de carne a la Batoque retornamos a Dona Ieda para pedir que preparasse nosso almoço do domingo. Ela, daquele jeito que contei no post: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda., nos falou:

Pode dizer que eu decoro.

Minha irmã ficou meio desconfiada, afinal ela estava bem alegre... Se é que me entendem... e perguntou:

A Sra. irá lembrar do pedido?

Então ela solta a máxima: Menina, eu sou um computador... Pode dizer que eu não esqueço é de nada.

Da forma como ela disse aquilo tivemos a certeza que era melhor passar antes da ida a praia do domingo para confirmar o pedido, então fomos dormir e de manhã procuramos Dona Ieda.

Chegando no restaurante encontramos ela sentada na sua mesa bebendo um cafezinho e então perguntamos se ela preparava um almoço naquele dia, ela prontamente disse que sim e perguntou o que queríamos. Falamos: Um peixinho assado sai? E ela diz:

Ela olha para o fugareiro que estava do lado e disse, peixe assado eu não faço nem pra mim, vou fazer para vocês?

Eu percebi que havíamos confundido e dito assado quando queríamos frito e ela, por sua vez, tinha pensado
que queríamos peixe assado na brasa. Corrigimos o mal entendido e prosseguimos com o pedido.

Dona Ieda, dá para ser um peixe frito e outro cozido?

Ela diz, o cozido dá não porque o homem do cheiro-verde já passou, nós não compramos o cheiro-verde e vocês sabem que peixe cozido sem cheiro verde não tem sabor...

O Seu Roxinol chegou e disse: pode deixar mulher que eu compro o cheiro-verde.

Como não queríamos complicar decidimos pedir dois peixes fritos.

Enfim, fomos a praia retornamos entorno de 13h, ela fez um peixe espetacular e ainda comemos de sobremesa uma melancia do sítio deles...

Pense numa felicidade, tirando as moscas que chegaram no final da refeição, tudo correu muito bem e saímos de lá satisfeitos e felizes...





segunda-feira, 10 de março de 2014

De um conto a outro: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda

De um conto a outro: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda: Dia internacional da mulher. Minha esposa e eu acordamos cedo da manhã. Com um beijo, dei meus parabéns por seu grande dia. E, como combinad...

Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda

Dia internacional da mulher. Minha esposa e eu acordamos cedo da manhã. Com um beijo, dei meus parabéns por seu grande dia. E, como combinado, fomos a uma praia pouco acessível do interior do Ceará com parentes próximos e amigos.

A praia que fomos tem algo de especial e uma magia peculiar que se confirmou durante a viagem. De certo modo a viagem foi um pouco estressante, afinal, andar de carro comum em estrada carroçal no escuro, somente com a iluminação do carro só é bom para quem anda de off-road e tem interesse extremo no desconforto, o que não era o meu caso. Posso dizer que os poucos 5 a 10 km que separam a estrada asfaltada da praia foram tranquilos a despeito de algumas crateras decorrentes das últimas chuvas no Ceará. Mas depois de tanto desconforto, fizemos como os portugueses ao chegarem às Américas: aproveitamos.

Para completar e irmos dormir tranquilos, curtindo o domingo em família na praia, procuramos a Sra. Ieda, pessoa emblemática daquela comunidade e de características humanas invejáveis para ver se ela podia preparar um jantar a altura daquele local maravilhoso. Vamos a seu restaurante e escutando o Sr. Rouxinol a procuramos. Ela chega em nossa mesa e minha irmã fala:

- Bom dia Dona Ieda, o que tem para de bom aí?

Ela com sua simplicidade peculiar diz:

- Minha filha, para ser sincera, aqui não tem é nada... Hoje é o dia internacional da mulher e eu tirei o dia pra me divertir, decidi beber desde 10h da manhã e nem tirei os peixes da geladeira para descongelar. Se você quiser pode ir ai na vizinha comer um salgado ou uma sopa, porque aqui só tem alegria hoje e muita música com o Rouxinol.

Eis o sentido da vida: Para que se estressar? O bom é curtir a vida e ser feliz. Daquele ponto em diante tive certeza que meu estresse foi embora e rimos bastante comendo nossos salgados e tomando um caldo de carne a la Batoque.

E feliz dia internacional da mulher.

Agradeço a ajuda de Davi Cunha...

quarta-feira, 5 de março de 2014

E assim se fez um novo mundo...

Já era dia quando avistamos ao longe um ponto negro na imensidão azul que nos era normal. 
Nunca havíamos visto algo parecido. 
Aquele ponto se aproximava em um ritmo conhecido: vento do oeste o guiava com sopros de um lado a outro... 
Então, eis que fica possível chegar perto da coisa e com um pequeno esforço poderíamos nele tocar e assim o fizemos.
Fomos  um amigo e eu ao encontro do que antes era um ponto negro ao longe.
Naquela hora um conjunto de possibilidades nos surgiu, afinal, quem estava naquele aparato queria comercializar, trocar seus bregueços por qualquer coisa que possuíssemos. 
Como eles não sabiam o que nos era de valor dávamos a eles toda sorte de besteiras... 
Eles ficavam felizes!!!
Nós por outro lado, comportávamos como que satisfeitos com aquilo, afinal estávamos ganhando algo que não conhecíamos e que para nós tinha algum valor e para eles, o que nos transparecia, era também de valor o que dávamos.
Tratava-se de uma estratégia ganha-ganha...
E ganhávamos cada vez mais.
Em alguns dias os visitantes nos pediram para ir em nosso território, mas com uma língua não tão familiar que falavam e que não compreendíamos totalmente, entendemos o que queriam apenas pelos gestos que faziam. Ficamos cabreiros mas os levamos, afinal o que poderiam fazer conosco, nós conhecíamos onde íamos e eles não.
E eles se apaixonaram ardentemente com o que viram, pareciam que estavam no lugar de seus sonhos ancestrais. 
Gritavam eles: Paraíso!!! Paraíso!!!
Nós não compreendíamos a palavra mas sabíamos que eles estavam felizes, pois tentavam a todo custo se comunicar.
Passado tempos, compreenderam nossa forma de falar e nós a deles, dai em diante tudo ficou mais difícil, pois eles achavam que como falávamos era errado e nos impuseram a forma deles falar...
Neste momento não nos foi dado direito a decidir, apenas a cumprir ordens. Nós que não eramos mandados por ninguém passamos a ser mandados e aprendemos o verbo mandar a duras penas. Sangramos e revoltados, conseguimos fugir, uns para lá, outros para acolá, e fugimos e fugimos.
Mas eis que eles nos perseguiram e se juntaram com outros semelhantes que acreditaram em suas leis, na sua forma de pensar, na de agir e na de rezar...
Com o tempo, passamos a não mais rezar para o que nos deixava feliz, mas rezar para pedir.
Pedíamos por comida, por liberdade, por prazer, por dinheiro e toda sorte de coisas que só nos faziam querer mais e mais. 
Desaprendemos a agradecer... 
Agora, em pleno século XXI, aparecem em documentários feitos pelos que chegaram há 500 anos sobre os que fugiram para bem longe, ainda nos idos de Cabral. E antes, o modo como vivíamos era errado, mas atualmente soa certo, afinal, deve-se viver em comunhão com o mundo e manter a natureza que é garantia de nossa longevidade na terra. 
Querem aprender com os que fugiram, mas não temos mais o que ensinar, pois o que sabemos, foi-se perdido com o tempo e o que vocês nos ensinaram é o que sabemos e o que ficou para trás não tem mais valor, resta-nos apenas pedir a "Deus" que nos dê mais coisas e que, se possível, nos faça felizes.

Agradeço a ajuda de Davi Cunha...