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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Se o inferno fosse o céu e o céu o inferno?

Eis a pergunta que me fiz: Se o inferno fosse o céu e o céu o inferno?

Explico melhor: e se as propriedades do céu fossem iguais aos do inferno que idealizamos e as do inferno idem ao céu? E se toda nossa estrutura social fosse de almejar chegar ao inferno ao invés do céu?

Bem, se assim fosse, será que matar seria pecado ou uma ação nobre? A compaixão seria um ato nobre ou de fraqueza? Roubar seria normal? entre outras coisas?

Então, pensar no céu e inferno como pensamos serve para construção de nossos preceitos sociais ou nossos preceitos sociais constroem o que pensamos será bom para o nosso futuro após a morte?

Enfim, acordei filosofando e queria a ajuda...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Buzina do trem e o coelho

É senhores e senhoras...
A vida é essa mesma...

Existe relação de tudo com tudo já dizia um amigo, inclusive entre a buzina do trem e coelhos...

Sim... Sim... Sim...Hoje descobri que existi sim...

Em conversa com um amigo ele me falou que um político local registrou queixa referente a sua criação de coelhos que estava com problemas por conta da buzina do trem que passava ao lado de sua criação.

Alegava o nobre político que os coelhos dele não davam mais no couro por conta da buzina dos trens...

Dizia ele que o medo dos bichinhos do barulho assustador do trem fazia os pequenos ficarem brocha...

Pois é doutores, se afastam dos trens e se ouvirem uma buzina de trem corram para longe, pois como eles são utilizados como cobaias para os experiência com medicamentos, então, caso o cidadão ai esteja certo com a sua hipótese, todos nós poderemos ficar brochas por conta da buzina do trem...




terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Álibi

Morei muito tempo em bairros periféricos de Fortaleza e aquela época tenho boas recordações de histórias que só se passam na periferia de uma grande cidade brasileira.

E assim foi mais uma história do bairro que morei.

Um vizinho foi preso por suspeita de ter agredido a mulher, voltou ao bairro desfigurado da sola que levou...
Chegando no bairro falou como conseguiu a soltura.

Disse ele que depois de "meia hora" de peia alegando que não tinha nada haver com o ocorrido com a mulher ocorreu-lhe um subterfúgio para convencer aos algozes que estava falando a verdade...

Eis que ele soltou a seguinte bravata após uma grande lapada nos lombos:

Doutores, como é que eu posso ter batido nessa mulher se na hora eu estava com uma caganeira amuada a semana toda por conta da panelada do bar do João que comi no final de semana???

Os algozes,cientes que eram da potência da panelada do João no bairro, concluíram que de fato o homem falava a verdade e o libertaram.

Enfim, o Sr. foi salvo por conta de muita merda...


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uma curtinha para recomeçar

Conversávamos um amigo e eu sobre nossos cursos ministrados no ano corrente e eis que meu amigo me fala uma história do início de seu expediente docente.

Dizia ele que no início de suas aulas ele estudava Francês em paralelo as aulas que ministravas.

Em uma das aulas de Francês a professora perguntou a ele: Fulano, o que você faz na vida para ganhar dinheiro?

Ele disse: Eu dou aulas de computação.

A professora pegou a turma e disse: Em Francês se diz: Il donne le cours... (ao clicar no link você poderão ver a pronuncia no google translate), mas a pronuncia é mais ou menos assim: "Ile done le cu"...

Ele de pronto interrogou: Professora e como se fala em Francês: Eu ministro aulas de computação???

A professora disse: "C'est la même chose". Ou seja, é da mesma forma.

Eu olhei para ele e disse, não tem jeito: Professor só se arrebenta!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Congresso Estudantil e a Polícia

Reza a lenda que em um congresso estudantil de química no Maranhão os alunos viveram felizes até que...

Bem, a história foi mais ou menos assim:

Em congressos de estudantes, são formados grupos de interesse semelhante que aproveitam o momento para tanto aprender um pouco sobre seu curso como aprender um pouco do que aquela experiência fora de sua cidade proporciona. No Maranhão tem aquele jeitinho de Deus nos permiti ser feliz... Praia, festas, um reggaezinho que é de lei e uma felicidade sem fim...

Em meio ao congresso um grupo de alunos procura por uma praia que proporcionasse todos aqueles prazeres e foram, sem eira nem beira, para um praia um pouco longe da capital... foi uma felicidade só... todos curtiram o passeio e tal, entretanto esqueceram da logística da coisa e não se ativeram que as conduções daquele local tinham data e hora para funcionar.

Chega às 18h todos chapados decidem por retornar ao congresso e descobrem, frustantemente que não tem mais ônibus. Vira aquele reboliço, a felicidade de imediato se torna tristeza e todos sem saber o que fazer, procuram um táxi e, dado a falta de dinheiro da galera não tinha como ir. Eis que o líder da turma tem A IDEIA... Chama a Polícia negada...

Bem, ligam para o 190 e relatam o fato... O policial ao telefone pergunta mais e mais perguntas e o tempo passa... Mas eis que o policial diz...

Olha, só posso fazer uma coisa: primeiro:

qual é o tamanho do seu grupo???
Resposta: 6 pessoas...
Então, posso mandar um camburão... Todos felizes da vida dizem... SEM PROBLEMA MEU PATRÃO PODE MANDAR...

Problema resolvido, dormiriam no local do congresso tranquilamente e não ao relento....

Ao chegarem no congresso não bastasse o momento o líder da turma olha para o policial e diz:
dr. faz um último favor para mim???
O Policial pergunta: qual?
O líder diz: Olha só seu guarda, nós somos do bem e tal, nunca mais teremos uma oportunidade como essa de andar em uma viatura, será que o sr., quando for entrar na universidade não poderia ligar a sirene???
O Policial diz: enfim, já que vocês querem... Toque a sirene!!!

E o grupo, ora como náufragos em uma praia passam a estrelas principais da festa que rolava aquela hora no congresso... Felicidade total é São Luiz no Maranhão...


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Meu Brasil e o Pacto da Mediocridade...

Vendo a campanha eleitoral me encontrei na reflexão que costumava a fazer desde os idos de 1994. Aquela época eu me questionava sobre o fato de que muitos dos meus amigos de escola aceitavam o fingimento descabido de professores de fingir que ensinavam e eles fingirem, costumeiramente, que aprendiam... Pensava eu que a fase passaria, mas descobri que ela continuaria na Faculdade e até mesmo no Trabalho...

Na Faculdade escrevi até uma matéria para o jornalzinho do curso que me restou um esporro do coordenador... Ele fingindo que eu iria parar de falar a verdade e eu fingindo que ele tinha razão.

Passado mais de dez anos daquele episódio na faculdade, a verdade é que vendo a campanha eleitoral tenho certeza que quanto mais fingimos aceitar a mentira dos candidatos e eles mais fingem dizer a verdade, imagino mais nossa nação encrustada no pacto maldito da mediocridade...

E este círculo continuará até não querermos mais fingir...

Acorda povo!!!!

domingo, 24 de agosto de 2014

E o trem segue em frente...

Meio dia chegou.
A fome apertou.
Agente parou.
E a hora de almoçar estava ali a nos esperar.

Em meio a fome de uma manhã em um trem.
Com aquele balanço...
Com aquele apito...
E o solapar a dizer:
pacatá, pacatá, pacatá...

Paramos a viagem...
Fomos lá comer.
A máxima toca para não esquecermos a felicidade frente a fome...

Esse almoço não enche o papo de um cibiti com farti.
Mas a conversa faz de nós muito feliz...
E assim retornamos a viagem...

Seguindo em frente:
Pacatá, pacatá, pacatá...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

E a viagem chega

Já faz tempo.

Alguns dias me separam daquele momento triste e sentimental.

Não lembro mais como agir, afinal, faz tannnnnnnnto tempo (uma férias de vida).

Enfim, me afugento um pouco do momento indo ao banheiro me refrescar.

Olho de "banda" e vejo a luz se ascender, será o sol ou alguém em um apartamento próximo na mesma situação que a minha, aguardando apreensivamente a hora de ir?

Volto ao meu quarto, visto o que há de mais medíocre na existência humana (meu terno e gravata), pego a mala e sigo em frente, bebo um copo d'água, aliás, dois; retorno ao quarto e suspiro; olho para a cama lá estão os três: minha esposa, filha e o pequeno ainda embalado no ventre da mãe; suspiro novamente, aproximo meu rosto deles e os beijo, apago a luz e sigo para o destino...

Trabalhar até que o fim do dia chegue e eu retorne a casa e encontre-os alegres.

Suspiro novamente, agradeço a Deus pelo dia e peço pelo retorno. O dia vai ser longo, a saudade já bate.

Tchau amores, até mais tarde!



segunda-feira, 14 de julho de 2014

domingo, 1 de junho de 2014

Conselhos dos mais velhos...

Eu ouço histórias as mais variadas de todos que me achegam... São conselhos para a boa convivênia nesse mundo... Uns dizem para não tatuar que dá doença; outros dizem para tomar chá da folha da cabaça para combater pedras nos rins; mel com cachaça para gripe (diga-se de passagem que sem gripe também é bom); passar óleo de Piqui no corpo para reumatismo (Pense na catinga ou ptiu!!!); Mastruz com leite para estalecimento; etc e tal...

Agora, o conselho que vi recentemente me deixou atonito.

Diz a lenda que um senhor do interior do Ceará, "suvino" que só ele... Ou seja, pão duro, mão fechada, disse o seguinte conselho para seus filhos:

Meu filho, quem come tudo de uma vez caga tudo de uma vez...

Pensei cá comigo... Certo ele está, mas Pense no medo e no trauma que esse senhor criou no filho para ir ao banheiro... Imaginem o menino com seus 40 anos pensando no conselho do pai... É muita maldade de um pai só, tudo para economizar na comida...

Conclusão: cuidado com os conselhos.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Mais um ABC para minha vida.

Não sou apenas eu quem tem problemas na convivência deste mundo. Em conversa com parentes e amigos tenho identificado vários casos parecidos ou piores do que meus momentos mais tensos de lida social. Descobri que com meu sobrinho não tinha sido diferente e ele me relatou um fato sensacional, espetacular para não dizer troncho na sua festa de ABC...

Lembrava ele que sua comemoração tinha sido linda e maravilhosa... Dizia ele que a preparação da turma foi muito boa e que todos estavam apreensivos para ler os primeiros textos ao vivo e a cores para os pais... Um momento mágico não fosse a correria comum de preparação para a festa.

Sempre pequenos detalhes nos passam despercebidos!!!

Meu sobrinho conta que uma hora antes da ida ao evento ele tinha acabado de tomar banho e procurava o GEL para passar no cabelo. Ele com seus 6 anos se preparando como um executivo, terninho e tudo. Enfim, procura aqui, ali e tal e nada... Sua mãe prontamente disse: está aqui, pode passar... Ele passa aquela gosma e de pronto vão para a festa.

Os fatos acima eu não lembrava, mas logo que ele prosseguiu lembrei que os festejos transcorreram mais ou menos assim:

Na festa amigos se cumprimentando e se parabenizando pela realização. O meu sobrinho subiria para ler um pequeno texto. Na subida a professora olha para ele e o elogia, dá aquele cheiro no menino, passa a mão na cabeça e diz: lindo faça o que você sabe fazer de melhor.

Foi muito boa a apresentação. Terminada a leitura do texto, fomos para os comes e bebes e eis que uma professora chega com dois pacotes de 100 salgados cada e coloca em cima da mesa, a outra professora entrega 4 litros de coca-cola e diz: pronto, sirvam-se...  Método expresso de servir pessoas, nada de garçom, vimos o povo numa voracidade grande, tinham bandejas que demoravam, cronometrado, 5 minutos para acabar... Vi uma mesa que deu até briga e era coxinha e pastelzinho para todo lado. Teve uma senhora que brigou pra levar o arranjo de flor de EVA com suporte de lata de leite ninho enrolado em papel laminado... PENSE NA LISEIRA!!!

Seguimos com o protocolo, terminamos o processo natural de uma festa e fomos para casa e eis que meu sobrinho cheira sua mão e diz: mamãe, minha mão está pura a chulé...

Todos atônitos pensam o que terá acontecido e eis que minha irmã reflete um pouco, procura na sua cabeça uma explicação. Afinal, o que ocorrera? Lembra então: O GEL!!!!...

Enfim, o GEL que ela havia passado na cabeça do menino era o do pé... Serviu para o fim, ninguém notou nada, mas com certeza deixou um monte de tia com mão de chulé e consequentemente o salgado do povo????

Ainda bem que a tia que nos serviu não tinha pego na cabeça de meu sobrinho. Ou seja, antes o cabelo do meu sobrinho com cheiro de chulé que os salgados que comemos.

domingo, 18 de maio de 2014

Remédios caseiros, tem para todo gosto...

Ainda guardamos resquícios de nossos ancestrais e temos muito a aprender com eles... No que tange aos tratamentos dos problemas de saúde nossos avós são um prato cheio de novidades que são de fato anteriores a criação da república e que nos faz pensar, para que ir a Farmácia.

Meu avô insistia em me dá soda limonada antártica quando eu ficava mal do estômago... Não sei se fazia efeito, só sei que tenho boas lembranças daquele trato...

Bem, em conversa com minha avó ela me descreveu inúmeros remédios caseiros que guardo em meu caderno de anotações. Alguns funcionaram de fato: mastruz com leite (quando estou cansado - é um santo remédio); chá de camomila ou de casca de maça (quando preciso relaxar e dormir tranquilo); chá de alho (para expectorar); chá de boldo (para melhorar a digestão); óleo de piqui (para dores nas juntas); etc e tal...

Mas não é só minha avó e avô, nem parentes e aderentes que possuem essas fórmulas que beiram a alquimia. Recentemente em viagem a trabalho conheci um senhor e naquela conversa, entramos em um papo sobre o poder dos remédios caseiros. Ele falando em virilidade e tal, relatou que tomou raspa de bico de pica-pau raspado com a língua do pirarucu seco, pois a língua do pirarucu parece uma serra... Depois do relato, eu ainda meio surpreso pensei cá comigo... Esse daí tem muita fé...

Enfim, cada qual com sua fórmula... Vocês lembram das suas? Eu tomo um Tilenol as vezes, mas vez por outra um chazinho é a melhor solução...

terça-feira, 13 de maio de 2014

O que aprendi em um ano de vida de minha filha...

Dizem que o ano passa rápido... Não é bem assim.... Principalmente, quando se tem muito a aprender e posso dizer que de maio de 2013 a maio de 2014 foi sensacional... Nesse ano, atípico aprendi várias coisas que relato aqui em um poema singelo para minha filha. Nele penso como poetas antigos já diziam: Viver é necessário e redescobri o ato de viver...

O que o dinheiro não paga... 

Antes de você nascer tudo tinha um valor monetário.
Existia uma escala onde um fogão valia alguns reais e um carro um tanto mais.
Mas eis que você chega e me ensina sorrindo que nada tem valor monetário, mas sentimental.

Você me ensinou que tem que ter paciência.
Você me ensinou que dormir a noite não importa e sim te dar carinho e atenção, pois só interessa que você esteja bem.
Você me ensinou que tem toda uma ciência em trocar fraldas, e conclui, forçosamente, em meio aos inúmeros números uns e dois deste ano que coisas simples não são tão simples assim.
Você me ensinou que um banho reanima, mas que dar banho em você reanima muito mais.
Você me ensinou que a mamãe é um super-herói cotidiano que te salva e me salva todos os dias.
Você me ensinou que a embalagem do presente tem muito valor, pois nela esta a essência do ato de presentear e não no presente em si, afinal virão outros, mas a embalagem é única.
Você me ensinou que se você sente uma dor, então me desespero, porque não sei o que fazer e ai surge a certeza que não sei de nada, mas que a mamãe sabe.
Você me ensinou, todos os dias, que não importa quão desgraçadamente foi o dia de trabalho, existe um porque de eu sair para trabalhar todos os dias e este porque é maior do que as desgraças que o mundo nos põe.
Você me ensinou que um sorriso sincero traz muita felicidade, isso quando chego em casa e sou recepcionado com uma boca aberta e serelepe, banguela e alegre.
Você me ensinou que se aprende cada dia um pouco e que eu tenho muito a aprender além do que formalmente procurei saber.
Você me ensinou que nos poluímos durante a vida e que devemos retornar a infância e olhar para nossos pequenos para encontrar o que importa na vida.
Você me ensinou que borboletas são borboletas e são lindas.
Você me ensinou que tenho que ter cuidados especiais com você, mas que você tem muito mais cuidado comigo mesmo que seja me mordendo ou me batendo no rosto.
Você me ensinou a rir de qualquer coisa, mais do que já ria, porque tudo tem algo de bom e rir faz muito, mas muito bem, seja do que for.
Você me ensinou, me ensina e me ensinará muito, mas muito mais...

Mas o que você mais me ensinou foi que o valor das coisas está no que elas nos trazem de emoção... E como na propaganda: Isso não tem preço...

Obrigado pelo me primeiro ano mais emocionante da minha vida filha... Que venham mais e mais aprendizados. Te amo muito....

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Faz tanto tempo que não escrevo...

Bem amigos,

Como diria o amigo João Grilo: O poço secou... Afinal, faz tanto tempo que não escrevo...

Será?

Penso, penso e nada sai dessa cabecinha?

Não meus amigos... Tem muito a escrever ainda, entretanto, falta é tempo... Muitas histórias novas estão por vir, deixem só eu organizar meu tempo que irei lhes contar sobre as mandingas do interior, a viagem a Paraíba, a peleja do peixe com um engenheiro naval entre outras... Aguardem, porque logo, logo estarei de volta.

Aguardem e confiem...

Abraços,

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Dinheiro compra algumas coisas e em outros casos sua Proxy...


Amigos,

Hoje estou em viagem e na recepção do hotel vi um texto que decidi dividir com todos. Ele está colado abaixo e o achei interessante no momento em que ele diz que pensamos que o dinheiro pode comprar, então refleti um pouco... Vejam abaixo e pensem um pouco e depois vejam minha conclusão.


Ao ler o texto conclui que o dinheiro não compra tudo, mas com a evolução da ciência pode comprar os comprimidos que me dêem sono, felicidade, amor, inteligência e outras coisas mais... Pode até ser que um dia possa comprar uma pílula de fé e de lar... ou quiça um lugarzinho no Céu. Há quem diga que o último já pode. Enfim, pode até ser que o dinheiro não compre tudo, mas com o tempo arrumam uma forma dele comprar pelo menos uma proxy.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

A lógica humana versus a animal: uma conversa entre uma formiga e um engenheiro de tráfego.

A formiga é um inseto muito forte, rápida e com a organização social apuradíssima, da mesma forma o homem parece que também o é... Certo dia encontram-se os dois, com a peculiaridade que o homem era formado em engenheiro de tráfego. Para quem não sabe, o engenheiro de tráfego é um profissional de nossa sociedade que compete à construção e manutenção de redes rodo-ferroviárias, além de portos e aeroportos, projeto de veículos, logística de transferência de produtos. Portanto, trata-se de um ser superior na hierarquia social com conhecimentos para solucionar os congestionamentos urbanos e propor formas de melhor transportar pessoas e coisas.

Neste encontro os dois iniciam uma discussão de como reduzir os congestionamentos de uma cidade e o processo se deu assim:

Sra. Formiga (daqui pra frente, Sr. F.): Dr. pense num aperreio? Eu aqui correndo pra lá e pra cá para levar essas folhas... Amanhã irá cair um toró daqueles e tenho que me preparar para não sair a rua, pois em inundações você sabe como é nê? Fica difícil de transitar.

Sr. Engenheiro de Tráfego (daqui pra frente, Sr. E.Trf.): Prezado formicídeo acho que sua constatação é óbvia, entretanto, equivocada, pois com raciocínio direto e preciso pode propiciar métodos para melhor utilizar as vias, evitar congestionamentos e conviver muito bem transportando bens e pessoas na chuva... Para tanto basta contratar um Engenheiro de Tráfego competente como eu que trabalhararei definindo pontos de drenagem, simulando operações de transportes e circulação de veículos sob comando de semáforo ou não, além de propor alternativas considerando os imprevistos.

Sr. F.: É mesmo Sr. Ilustríssimo? Mas como? Eu estou na terra desde minha evolução de vespa a formiga em meados do Cretáceo, entre 110 e 130 milhões de anos após a expansão de plantas floridas diversificação e não sei como contornar tal calamidade. Além disso, na minha sociedade existem mais de 12.000 espécies classificadas por vocês e ao que me consta nenhuma delas convive bem com o infortúnio das chuvas.

Sr. E.Trf.Ixe, e não aprendeu? Você deve ter algum problema meu amigo... Resolvemos este problema com bem menos tempo do que vocês no mundo. Originamos na África há cerca de 200 mil anos,e o nosso comportamento moderno vem de cerca de 50 mil anos. A diferença é que pensamos, temos consciência e um ótimo censo de percepção. Vocês, pelo que me parecem, agem puro e simplesmente por instinto, pensam apenas em pegar alimentos e estocar para passar a chuva dentro de casa... Nós não pensamos em parar, portanto decidimos enfrentar a natureza e trabalhar independente das intempéries.

Sr. F.: E como vocês enfrentam os problemas decorrentes de eventos naturais? Como vocês organizam, durante o períodos caóticos, as idas e vindas com pessoas e bens? Por favor me ensine oh sábio Sr. E. Trf.

Sr. E.Trf.É muito fácil nobre inseto... Primeiro você desenvolve mecanismos de comunicação e de controle dos veículos que te dirão se eles estão em condições de sair na rua e levar pessoas ou bens. Depois, você instala vários captores de dados referentes a formação de filas, a saída de pessoas na rua, de onde os bens vem para onde eles vão, quanto de pessoas e de cargas serão transportadas. Depois classifique em que tipo de automóvel eles poderão ser transportados, coloque detectores e contadores dos veículos em vários pontos das estradas que vocês caminham, captem dados referentes a: velocidade, quantidade de cargas que passam nos seus caminhos, tipos de cargas, etc e tal. Siga coletando dados das condições meteorológicas, de quantos acidentes ocorrem e a relação deles com os pontos onde vocês cruzam, declividade dos seus caminhos...

Sr. F.: Digníssimo Sr. E. Trf., posso te interromper?

Sr. E.Trf.: Agora não, ainda tenho que descrever os métodos de controle de velocidade, os sinais que deve colocar nos caminhos, as placas que você deve colocar para permitir estacionamentos... Além da possibilidade que você pode ter criando transportes coletivos para suas formigas... E olhe só... Pago!!!!... Vocês também poderão criar empregos e transportar as suas folhas em vários caminhões acoplados... Poderão ainda, magnificamente, "pedagiar" suas vias, cobrar uma taxa por onde passam as formiguinhas sozinhas, as formigas em caminhões as formiguinhas em ônibus, entre outras oportunidades altamente rentáveis... E caso não dê em rodovias, poderão criar ferrovias...

Sr. F.: Digníssimo Sr. E. Trf., posso te interromper?

Sr. E.Trf.Ainda não inseto, não acabei... Pensando mais longe, você poderá desenvolver novos veículos que poderão ir e voltar sem você dentro dele... Você poderá controlar tudo isso de casa e tal... Entende??? E terá um tempo bom em família... Tudo controlado por um Engenheiro de Tráfego inteligente como eu...Ainda tem mais coisas, mas deixa você falar.

Sr. F.: Entendo tudo isso, Dr. pois tenho antenas que captam várias informações e me comunico com meus colegas sempre que passo por elas, cumprimento-as e as digo de onde vim, para onde vou, o que trago e se tem ainda muita coisa a fazer... Mas não consigo compreender algumas coisas: para que tanta informação? Para que tantos aparatos na via, nos veículos e para que ganhar dinheiro cobrando dos outros se podemos gerar maiores retornos vivendo coletivamente e compartilhando as coisas?

Sr. E.Trf.: Porque só assim funciona no nosso mundo... E nosso mundo é complexo... E a complexidade exige tratamento complexo.... Você não consegue ver Sr. F.? Se vocês mantiverem esta estrutura primitiva de trabalho e transporte, então, com o crescimento da população de vocês, vocês terão grandes problemas. Irão ter congestionamentos, irão ter problemas com as enchentes, irão quebrar seus carros, etc e tal.

Sr. F.: Mas na hora da chuva nós já temos todos os bens que precisamos e ficamos em nossas casas esperando o próximo verão e seguimos o nosso ciclo de vida, uns morrem outros nascem, mantemos assim nossa harmonia... Coletivizamos tudo, não individualizamos nossas ações esperando retornos financeiros, mas retornos sociais...

Sr. E.Trf.Isso parece legal, mas não funciona... Vamos fazer uma coisa... Vocês continuam com a lógica de vocês e nós com a nossa... Tenho certeza absoluta que vocês se extinguirão rapidamente.

Sr. F.: Com certeza Sr. E. Trf. todos nós iremos extinguir um dia, mas creio que nós não seremos antes de vocês, a menos que seus carros nos atropelem.







segunda-feira, 7 de abril de 2014

Uma pequena lição de um novo amigo... Honra e Moral se constrói na família, mas agora precisamos de um mutirão de cidadania.

Em dias de movimentações no programa do SuperStar, semana de sorteio da Mega-Sena 1588 com prêmio de 40 milhões de reais, morte de José Wilker e a maior audiência do Game-of-Thrones na TV, estava eu a ler o livro de Dan Ariely e neste ínterim, viajo a Florianópolis a trabalho e no retorno tenho a feliz surpresa de conhecer um taxista super gente boa que me dá aquela lição de vida.

Ele, João Francisco, pai de três filhos, trabalhador desde os 11 anos diz para mim:

Dr. não quero que meu filho passe pelo que passei, acordando 4h30min da manhã todos os dias desde meus 11 anos para ganhar meu dinheirinho e contribuir com a criação de meus irmãos. Foram tempos difíceis, mas quero algo a mais para meu filho. Ele está agora com 17 anos e vai tentar o vestibular, me ajuda aqui e ali, mas não deixo ele trabalhar para se empolgar com dinheiro, ele está na fase de fazer outras coisa, de aprender sobre a vida, de namorar... Eu perdi minha infância tendo que trabalhar e tal... Mas estou aqui, consciente de que meu filho pode fazer mais que eu por esta nação... Mas para isso, tive que dar o exemplo... Atualmente não sei o que se passa na cabeça do povo, querendo ganhar dinheiro fácil... Meu filho não trabalha, mas tem que estar comigo, acompanho ele sempre e ensino dele o que aprendi com a vida que é... 

Antes dele falar o interrompo e pergunto, mas meu amigo, o trabalho enobrece o homem, não é isso que dizem? Seu filho não irá estagiar e tal?

Ele me responde... Meu amigo, aprendi na vida que o que enobrece o homem é ter moral, não é trabalhando que isso acontece, mas tendo um lar digno, com acompanhamento dos pais e com uma vida guiada por princípios, se o cara trabalha e não tem esta guia irá fazer coisa errada. Minha mãe me guiava e eu guio meus filhos agora... Este de 17 anos eu acompanho todos os dias, quando não dá para eu deixá-lo no colégio, minha esposa vai... Sempre que dá saímos juntos para comemorar algo, vivemos uma família no conceito tradicional e tal, mas não acho que não sendo tradicional tenha problema... O problema é não se fazer presente, é deixar que a vida ensine ao menino o que você não tem tempo para ensinar... Nessa vida louca que estamos levando nem escola resolve os problemas que estão surgindo na sociedade... Não é que ela não tenha culpa, as escolas têm culpa também nos problemas sociais, mas uma má escola junto com uma má família corroí a sociedade.

Eu pergunto ao amigo... Mas e o que deve-se fazer para não cairmos em uma sociedade criminalizada e cheio de mazelas que enfrentamos hoje?

Ele me responde, aquele homem de cor com um sorriso espontâneo e uma sapiência que ultrapassa minha pouca formação de vida restrita a um estudo acadêmico e formação superior com doutorado: Amigo, para resolver como está agora precisamos de um mutirão de cidadania... Precisamos fazer parte da sociedade, tomar por nós nossos filhos e deixar de passar para os outros para ganhar mais, dinheiro é bom, porém melhor ainda é dormir sossegado e com a certeza que está se fazendo o certo. 

Chega no aeroporto, pego o contato do amigo, afinal, nem todo dia terei com quem conversar sobre a sociedade sem que seja um amigo acadêmico, ou um "letrado" ou outro parceiro do emprego que exala aquele ar de "já solucionei o problema!!!", mas que se debruça apenas nas soluções que viu nos livros ou escutou dos amigos e não em uma vida de experiências que levam a algumas assertivas, não que os livros não estejam certos, entretanto, devemos escutar mais o povo, porque lá tem muito para construirmos nossa sociedade.






segunda-feira, 31 de março de 2014

Ensaio "filosoficado" da violência cotidiana e sua solução.

Sou observador social e vejo com um olhar meio que racional o que se propaga... Este texto tem um porque, digo a amigos que o status de violência generalizada em grandes centros urbanos e em alguns territórios rurais no Brasil é fruto de uns 25 anos. A violência de hoje, grosso modo, foi crescendo na medida em que passou-se a tolerar pequenos delidos e as normas sociais foram trocadas por normas de mercado. 

A questão do estupro de mulheres, como se fosse uma coisa natural e humana olhar para ela e desejá-la sem romantismo, mas apenas pelo prazer de tê-la como uma presa sedenta por ser devorada e o caso da violência, materializada no caso do MC Daleste explorado comercialmente, mesmo após sua morte, para gerar IBOPE na TV. Todos eles fazem parte do ciclo vicioso criado pelo cenário desenhado há uns vinte cinco anos atrás, onde divulgar a violência e o sexo nos meios de comunicação foi sendo ampliado conforme os resultados das pesquisas de audiência aumentavam. Então aumentava-se o incentivo a ser violento e sexualmente pervertido, porque gerava pontos e este incentivo gerava mais violência e perversão.

Vejam só: quantos meninos pequenos são sexualmente questionados quanto a sua masculinidade ou feminilidade quando chegam no entorno de 9 anos? nos meus 9 anos não era tão latente, mas já estava lá... Atualmente, em conversa com uma professora descobri que os meninos de 9 anos trocam insinuações capciosas relativas as suas genitálias e me pergunto: como saímos da inocência infantil de meus 9 anos para relações avassaladoramente adultas e animalescas em meninos de 9 anos? Vocês sabem? A professora me relatava até na troca de favores entre as crianças para elas conseguirem acessar o que não era acessível nem em pensamento nos meus 9 anos.

Por outro lado, nos meus 13 anos, vi amigos de bairro terem seus chinelos e tênis assaltados e atualmente vejo assaltos de celulares e a morte banalização em latrocínios de 30 reais, o que gera pavor aos indivíduos que circulam na cidade, principalmente aos que assistem cotidianamente os programas policiais.

O ímpeto dos infratores é possuir algo material que a sociedade divulga como essencial para viver. Nesta situação as normas sociais são substituídas por normas mercadológicas, onde ter algo faz mais sentido e o que se aprende em família ou na escola não tem valor...

Nesta sociedade os pais e professores exigem conhecimento acadêmicos mas não exercitam junto com os filhos e alunos os saberes adquiridos nas comunidades. No final, não mostram que o que aprendem e nem explicitam que o que ensinam tem valor além do material, além do valor de uma hora aula. Para todos na sociedade, se paga para ir a escola ou se gasta com o menino em casa, mas não se constroi um ser.

Mas afinal, como passamos de um estado latente de criminalidade para um estado recorrente de ações criminosas?

Minha análise toma como base um pouco que li de economia e é, mais ou menos, assim: antes, aceitávamos e eles temiam sair nas ruas, saiam na surdina e agiam nas escondidas, depois, passamos a tolerá-los e ai veio o temor. Explico: antes, os atos de estupro, assaltos e violências, fosse o que fosse, era repudiado pela sociedade, com o tempo, matar índio, etc e tal, poderia ser aceito, inclusive pelos mais soberbos socialmente, por fim, vimos que chegou a um ponto que não "posso controlar" então cabe a mim me proteger, porque temo que aconteça algo comigo e com minha família.

Mas como inverter a situação?

Amigos me dizem da experiência de Nova York, que temos que educar o povo, etc e tal... Todas fórmulas ralas e mal fundamentadas para o caso Brasileiro.

Na minha opinião o que devemos fazer?

Devemos reverter o curso que a sociedade tomou, devemos deixar de temer e passarmos a ocupar nossos espaços, deixarmos de nos fantasiarmos de idiotas em shoppings e condomínios e passarmos a exigir nosso espaço na cidade, depois devemos retornar ao processo de tolerar pequenos delitos, mas questionando para depois invertermos a situação onde passemos a conviver sem temores e, por fim, devemos progredir para o estágio onde exigimos educação a todos e passaremos a entender que educação boa, saúde boa, segurança boa, já se paga e revertermos a mudança entre a normas sociais e mercadológicas que diz que para se ter algo bom tem que pagar. A lógica é a educação boa deve ser dada indiferente a quanto se paga, porque não se pode fazer distinção entre seres humanos do ponto de vista educativo com a lógica de mercado.

Meus amigos dirão: isso é utópico e impossível.

Digo a eles: isso já ocorreu e pode ocorrer novamente e manter-se por um longo tempo, basta você tirar sua bunda da cadeira, olhar para o horizonte, ter um alvo e contribuir para o bem, fazer o bem sem querer o retorno mercantilista e deixar de aceitar o que lhe dizem que é bom. 

Educação se constrói na sua comunidade, ao invés de estarem procurando ir a shoppings e outras saidinhas converse uma meia hora com seu vizinho mais novo e esclareça sobre a vida que você teve e o que você almeja. Faça-os sonhar com um mundo melhor e não em ser um ídolo a la MC Daleste, nem tão pouco em olhar ao semelhante como fonte de prazer insaciável a ponto de achar o estupro culpa da mulher que anda confortavelmente na rua...

Ensine ao seu vizinho mais novo a admirar bem mais do que o que é mercantilizado, faça aflorar nele a infância, porque o que nos falta é enxergar o simples com valor e o que se vende como complemento e não o contrário.

Façamos nossa parte, transformemos o mundo.

Minha análise é simples e cheia de falhas, mas abre a discussão.

Vamos conversar????



sexta-feira, 28 de março de 2014

De um conto a outro: O mundo se foi e os amigos caem.

De um conto a outro: O mundo se foi e os amigos caem.: É senhores, o mundo não é mais o mesmo. Dele se parte sem dar parte do fim que se levou. Não que despedir-se seja objetivo de vida. Não q...



E cada dia tenho certeza, como no circo da vida e os tantos anos que nos separam da vida e da morte e de ídolos como Renato Russo, chegará a vez de outros. um dia poderá ser eu, mas agora foi um amigo mais novo que partiu injustamente ele se foi, fruto desta sociedade que cultivamos e cultuamos. Relembro do seu semblante, de sua felicidade porque viver era necessário e antes de tudo de ter sido meu amigo... Vá em PAZ...

O mundo se foi e os amigos caem.

É senhores, o mundo não é mais o mesmo.
Dele se parte sem dar parte do fim que se levou.
Não que despedir-se seja objetivo de vida.
Não que deixar um alô final de amigo nos faça feliz.

É que o mundo já se foi e não sabemos.
Não há mais o que pensar.
A humanidade esta em uma contínua luta pelo próximo dia.
Foram-se os heróis da juventude, restaram-se os males que eles trouxeram.

Excitar-se a qualquer custo é o que resta a sociedade.
Não queremos mais viver nem curtir, apenas sobreviver dia a dia.
E a vida se vai.
E os anjos caem por demônios que são frutos do nosso próprio eu.

Chegamos ao dia derradeiro.
Somos vermes sociais procurando nosso esgoto.
E ele está bem ali.
Está na esquina, aguardando a todos para o momento final.

Texto em homenagem a um amigo que se foi...




terça-feira, 25 de março de 2014

De um conto a outro: Aventuras em um Monza 1985 à álcool.

De um conto a outro: Aventuras em um Monza 1985 à álcool.: Mais surpreendente do que o pedido de casamento de Eduardo Sterblitch a Louise D'Tuani foi a história relatada por um conhecido em uma ...

Aventuras em um Monza 1985 à álcool.

Mais surpreendente do que o pedido de casamento de Eduardo Sterblitch a Louise D'Tuani foi a história relatada por um conhecido em uma viagem de Brasília a Minas Gerais. 

Amigo pacato, companheiro e dedicado a família, mas infeliz por estar sem carro na capital federal decide-se, para não se ver tolhido de seu direito de ir e vir, de adquirir um Monza 1985 à álcool já no século 21, mais precisamente em 2014. 

Pensem no aperreio?

O processo em um carro desse é mais ou menos assim: puxa afogador, aperta embreagem, acelera, deixa por uns 10 minutos o carro aquecendo, depois inicia o processo de movimento uniformemente acelerado que só vai chegar aos 60 km/h após alguns minutos...

Enfim, passado três meses de intensa labuta com o carro, meu amigo decidiu devolvê-lo a quem o havia vendido o carro, seu cunhado, e eis aqui que começa a história de fato, afinal, surpreende-se quem imagina que é fácil ir de Brasília a Minas Gerais de automóvel. Caso achem fácil, peguem um Monza 1985 à álcool e tentem. Normalmente a viagem leva 12 horas, mas esta não foi bem assim. 

Inicialmente, seus primeiros 100 km transcorreram super bem até que meu amigo se empolgou com uma reta e decidiu "deitar o cabelo"... 

O carro foi nos inacreditáveis 120 km/h... E, não mais que de repente, o ponteiro do velocímetro vai baixando paulatinamente: 110 km/h e meu amigo com o pé atolado no acelerador, 100 km/h e ele empurrando o acelerador com seus dois pés... Quando chega aos 80 km/h ele nota que saia uma fumaça do capô, então decidi retirar os pés do acelerador e apertar o freio; pára e vai ver o que aconteceu... Já era coisa de 9h e ele verifica que as aulas de mecânica que havia feito no instituto universal não iria lhe tirar daquela situação e começa a pedir ajuda aos viajantes... Um caminhoneiro se comove com a situação e o reboca até o posto mais próximo. Chegando lá o caminhoneiro, ao desatar o nó da corda utilizada para puxar o carro nota que havia um adesivo no carro do órgão que fiscalizava caminhoneiros, órgão este onde meu amigo trabalha.

Meu amigo notou a situação e disse: este é um carro de um amigo... 

O caminhoneiro embrutecido e furioso disse: ainda bem que não é você que trabalha neste órgão se fosse eu quebrava o resto do carro, como você não é culpado deste órgão não fazer as coisas direito, deixarei passar... De qualquer forma, este carro só tem mais duas vidas... é igual infarto... Só precisa dá três vezes para ele não funcionar mais...

Neste momento já passava das 12h e meu amigo foi atrás de um mecânico... Havia andando apenas 150 km da viagem.... Arrumando o mecânico o mesmo cobrou uma grana ajeitar o radiador... De qualquer forma era o jeito, então dormiu no posto e no outro dia, carro novinho prosseguiu viagem, não era possível que desse errado. 

Infelizmente, a vida não é fácil e nos próximos 100 km dois pneus furaram, mesmo assim conseguiu chegar ao borracheiro que o cobrou mais um tanto e ainda teve que vender um novo aro, porque um dos do carro estava empenado e "desimbeiçando" o pneu...

Pode-se dizer que o carro estava do jeito... Mas o problema é que um Monza 1985 à álcool é igual a jumento e mulher feia, só quem procura é o dono, e esse daí só quem queria era o meu amigo, pois se fosse outro já tinha deixado ele no caminho e ido embora de ônibus... 

De qualquer forma, meu amigo tentou prosseguir com o "possante", mas eis que surge outro problema. Agora era o freio... Só havia percorrido 300 km de 800 da viagem e já tinha quebrado três coisas do carro... 

Chegou a um local mais civilizado, utilizando o freio de mão para reduzir a velocidade e andando a uma velocidade média de 40 km/h. Encontra outro mecânico que cobra mais um tanto para trocar os freios, dorme na outra cidade e prossegue viagem...

Finalmente, após 48 h chega ao seu destino, entrega o carro ao cunhado, come uma galinhada preparada por sua mãe e volta feliz da vida a Brasília, pois o feriado já estava terminando e a viagem tinha sido dura, mas o resultado tinha sido excelente. Havia se livrado do "possante" agora estava à pé o melhor carro do mundo. 

Pensem numa viagem?

quinta-feira, 20 de março de 2014

Amor Senoidal.




Do zero se inicia.
No ápice vai a um.
Volta ao zero.
Desce a um valor negativo.
De repente retorna ao zero.
E de súbito ao um.

E a vida segue nesse oscilar.
Um senoide perfeito.
Do amor ondulante a me alegrar.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sra. Ieda o retorno após o Dia das Mulheres

Relatei na última postagem minha chegada a Batoque com o encontro com Dona Ieda, entretanto, deixei para um próximo relato o desfecho da história.

Após nosso jantar regado a coxinhas e sopa de carne a la Batoque retornamos a Dona Ieda para pedir que preparasse nosso almoço do domingo. Ela, daquele jeito que contei no post: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda., nos falou:

Pode dizer que eu decoro.

Minha irmã ficou meio desconfiada, afinal ela estava bem alegre... Se é que me entendem... e perguntou:

A Sra. irá lembrar do pedido?

Então ela solta a máxima: Menina, eu sou um computador... Pode dizer que eu não esqueço é de nada.

Da forma como ela disse aquilo tivemos a certeza que era melhor passar antes da ida a praia do domingo para confirmar o pedido, então fomos dormir e de manhã procuramos Dona Ieda.

Chegando no restaurante encontramos ela sentada na sua mesa bebendo um cafezinho e então perguntamos se ela preparava um almoço naquele dia, ela prontamente disse que sim e perguntou o que queríamos. Falamos: Um peixinho assado sai? E ela diz:

Ela olha para o fugareiro que estava do lado e disse, peixe assado eu não faço nem pra mim, vou fazer para vocês?

Eu percebi que havíamos confundido e dito assado quando queríamos frito e ela, por sua vez, tinha pensado
que queríamos peixe assado na brasa. Corrigimos o mal entendido e prosseguimos com o pedido.

Dona Ieda, dá para ser um peixe frito e outro cozido?

Ela diz, o cozido dá não porque o homem do cheiro-verde já passou, nós não compramos o cheiro-verde e vocês sabem que peixe cozido sem cheiro verde não tem sabor...

O Seu Roxinol chegou e disse: pode deixar mulher que eu compro o cheiro-verde.

Como não queríamos complicar decidimos pedir dois peixes fritos.

Enfim, fomos a praia retornamos entorno de 13h, ela fez um peixe espetacular e ainda comemos de sobremesa uma melancia do sítio deles...

Pense numa felicidade, tirando as moscas que chegaram no final da refeição, tudo correu muito bem e saímos de lá satisfeitos e felizes...





segunda-feira, 10 de março de 2014

De um conto a outro: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda

De um conto a outro: Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda: Dia internacional da mulher. Minha esposa e eu acordamos cedo da manhã. Com um beijo, dei meus parabéns por seu grande dia. E, como combinad...

Dia internacional das mulheres e a Sra. Ieda

Dia internacional da mulher. Minha esposa e eu acordamos cedo da manhã. Com um beijo, dei meus parabéns por seu grande dia. E, como combinado, fomos a uma praia pouco acessível do interior do Ceará com parentes próximos e amigos.

A praia que fomos tem algo de especial e uma magia peculiar que se confirmou durante a viagem. De certo modo a viagem foi um pouco estressante, afinal, andar de carro comum em estrada carroçal no escuro, somente com a iluminação do carro só é bom para quem anda de off-road e tem interesse extremo no desconforto, o que não era o meu caso. Posso dizer que os poucos 5 a 10 km que separam a estrada asfaltada da praia foram tranquilos a despeito de algumas crateras decorrentes das últimas chuvas no Ceará. Mas depois de tanto desconforto, fizemos como os portugueses ao chegarem às Américas: aproveitamos.

Para completar e irmos dormir tranquilos, curtindo o domingo em família na praia, procuramos a Sra. Ieda, pessoa emblemática daquela comunidade e de características humanas invejáveis para ver se ela podia preparar um jantar a altura daquele local maravilhoso. Vamos a seu restaurante e escutando o Sr. Rouxinol a procuramos. Ela chega em nossa mesa e minha irmã fala:

- Bom dia Dona Ieda, o que tem para de bom aí?

Ela com sua simplicidade peculiar diz:

- Minha filha, para ser sincera, aqui não tem é nada... Hoje é o dia internacional da mulher e eu tirei o dia pra me divertir, decidi beber desde 10h da manhã e nem tirei os peixes da geladeira para descongelar. Se você quiser pode ir ai na vizinha comer um salgado ou uma sopa, porque aqui só tem alegria hoje e muita música com o Rouxinol.

Eis o sentido da vida: Para que se estressar? O bom é curtir a vida e ser feliz. Daquele ponto em diante tive certeza que meu estresse foi embora e rimos bastante comendo nossos salgados e tomando um caldo de carne a la Batoque.

E feliz dia internacional da mulher.

Agradeço a ajuda de Davi Cunha...

quarta-feira, 5 de março de 2014

E assim se fez um novo mundo...

Já era dia quando avistamos ao longe um ponto negro na imensidão azul que nos era normal. 
Nunca havíamos visto algo parecido. 
Aquele ponto se aproximava em um ritmo conhecido: vento do oeste o guiava com sopros de um lado a outro... 
Então, eis que fica possível chegar perto da coisa e com um pequeno esforço poderíamos nele tocar e assim o fizemos.
Fomos  um amigo e eu ao encontro do que antes era um ponto negro ao longe.
Naquela hora um conjunto de possibilidades nos surgiu, afinal, quem estava naquele aparato queria comercializar, trocar seus bregueços por qualquer coisa que possuíssemos. 
Como eles não sabiam o que nos era de valor dávamos a eles toda sorte de besteiras... 
Eles ficavam felizes!!!
Nós por outro lado, comportávamos como que satisfeitos com aquilo, afinal estávamos ganhando algo que não conhecíamos e que para nós tinha algum valor e para eles, o que nos transparecia, era também de valor o que dávamos.
Tratava-se de uma estratégia ganha-ganha...
E ganhávamos cada vez mais.
Em alguns dias os visitantes nos pediram para ir em nosso território, mas com uma língua não tão familiar que falavam e que não compreendíamos totalmente, entendemos o que queriam apenas pelos gestos que faziam. Ficamos cabreiros mas os levamos, afinal o que poderiam fazer conosco, nós conhecíamos onde íamos e eles não.
E eles se apaixonaram ardentemente com o que viram, pareciam que estavam no lugar de seus sonhos ancestrais. 
Gritavam eles: Paraíso!!! Paraíso!!!
Nós não compreendíamos a palavra mas sabíamos que eles estavam felizes, pois tentavam a todo custo se comunicar.
Passado tempos, compreenderam nossa forma de falar e nós a deles, dai em diante tudo ficou mais difícil, pois eles achavam que como falávamos era errado e nos impuseram a forma deles falar...
Neste momento não nos foi dado direito a decidir, apenas a cumprir ordens. Nós que não eramos mandados por ninguém passamos a ser mandados e aprendemos o verbo mandar a duras penas. Sangramos e revoltados, conseguimos fugir, uns para lá, outros para acolá, e fugimos e fugimos.
Mas eis que eles nos perseguiram e se juntaram com outros semelhantes que acreditaram em suas leis, na sua forma de pensar, na de agir e na de rezar...
Com o tempo, passamos a não mais rezar para o que nos deixava feliz, mas rezar para pedir.
Pedíamos por comida, por liberdade, por prazer, por dinheiro e toda sorte de coisas que só nos faziam querer mais e mais. 
Desaprendemos a agradecer... 
Agora, em pleno século XXI, aparecem em documentários feitos pelos que chegaram há 500 anos sobre os que fugiram para bem longe, ainda nos idos de Cabral. E antes, o modo como vivíamos era errado, mas atualmente soa certo, afinal, deve-se viver em comunhão com o mundo e manter a natureza que é garantia de nossa longevidade na terra. 
Querem aprender com os que fugiram, mas não temos mais o que ensinar, pois o que sabemos, foi-se perdido com o tempo e o que vocês nos ensinaram é o que sabemos e o que ficou para trás não tem mais valor, resta-nos apenas pedir a "Deus" que nos dê mais coisas e que, se possível, nos faça felizes.

Agradeço a ajuda de Davi Cunha...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Perigo em Fortaleza dois... Já faz muito tempo, hoje continua da mesma forma ou pior...

Já faz tempo, de fato, já faz muito tempo... 

Eu pensava que a violência seria simplesmente histórias de amigos que, vez por outra, eram atacados por meninos que desejavam apenas um tênis da moda, uma mochila da Redley, enfim toda sorte de artefatos da sociedade de consumo. 

Quem dera o tempo voltasse, os outrora consumistas, que roubavam e quando não dava corriam, hoje roubam e, quando não dá para roubar atiram, não para se defender, mas para matar, porque bicho solto é bicho solto. Falta-nos educação, a nós letrados e aos não letrados, porque o roubo como é praticado nas capitais é fruto de algo maior que teve início na década de 80, com um consumo desenfreado por artefatos de luxo que agora não tem mais o porque de ser roubado...

De qualquer forma, àquele tempo escutei muitas histórias de amigos e, por incrível que pareça, gostaria de hoje ouvir mais delas, ao invés de ouvir histórias de latrocínios e de uma sociedade em desgaste social que uns querem mais e outros querem o que os outros querem.

Assim, sem tirar nem por, relato nostalgicamente a saga de dois amigos que foram assaltados nas proximidades do Iguatemi de Fortaleza nos idos de 90 e que se fosse hoje, sei lá o que ocorreria. Além desta relato a história de dois meninos pegos roubando sandálias Kenner em Fortaleza na Aldeota e de um assaltante de ônibus... Que saudade daquele perigo que era pura e simplesmente de passa aí e corre...

A primeira história foi com meu amigo Eduardo... O cara, retornando da Escola Técnica, desce em frente ao Iguatemi e vai para casa a pé, no caminho, dois caras de bicicleta pedem para ele passar a mochila. Ele de pronto diz: passo sim, mas deixa eu pegar o TD que tenho que entregar amanhã? Os meninos, mais assustados do que ele, disseram, não... Ele puxou de um lado os meninos de outro, eis que os meninos ganham o cabo de guerra e o Eduardo fica sem a mochila e sem o tão precioso TD de Física. No outro dia, relatando a nós o fato, entra o professor na sala e ele conta para o professor o ocorrido. Então o professor diz: mentira sua... Você não fez porque não quis...

A segunda história foi de um amigo que, sendo ele recém formado em História pela UECE, foi "dar" aula no Bairro Edson Queiroz, perto do Fórum de Fortaleza. Em um belo dia, retornando do trabalho, esperando o ônibus na parada, chega dois senhores ilustres em uma bicicleta e dizem a ele: passa a carteira... Ele com cinco reais no bolso, entrega a carteira e os caras quando vêem aquilo dizem: corre vagabundo, corre... Só cinco reais, não tem vergonha não... Chegou em casa com dois tapas na cara, sem a carteira e com a indignação enorme de ter ido ao trabalho e voltado como vagabundo...

Mas a história tem revés, afinal, nem sempre os meliantes se safam e assim foi a história de dois grupos que foram pegos roubando Kenner na Aldeota e outro que foi pego tentando roubar um ônibus na Barra do Ceará.

Os primeiros dois foram pegos pela polícia cearense que não brinca não... Pegou os meninos amarraram num pé de pau e os colocaram  de mão no chão e ficaram rolando os cacetetes nos dedos deles perguntando: O que é que vocês são???? E os meninos respondendo: Ladão... E os policiais continuavam: Ladrão de que? E eles: Ladrão de KEEEEENNNNER... O destino destes, desejosos de um artefato de consumo, não sei bem o que deu, pois não vi o que aconteceu depois da chegada da viatura.

Já o segunda prisão não foi bem uma prisão... Estava eu e uns amigos indo ao Icaraí fazer um surf e no Grande Circular estávamos nós e um grupo de trabalhadores braçais do programa SANEAR. O povo do SANEAR feliz da vida, afinal era sábado e eles tinham recebido a quinzena... No meio da viagem entra um assaltante com um gogó de garrafa e diz em alto e bom som: Isso é um assalto... O povo do SANEAR, sem delongas pula em cima do camarada, senta a pua no cara e saem batendo até o chão com o assaltante... No finalzinho um senhor de dentro do ônibus grita: pára pára já bateram muito... Um dos operários do SANEAR grita: um comparsa e sobe babando para pegar o senhor, mas eis que cai um pouco de racionalidade naqueles homens, depois da sola que deram no assaltante e este diz: vamos embora, agora vamos para casa ver nossa família...

Essas histórias fazem algum tempo, mas se repetem no nosso cotidiano urbano, o que não sei precisar é se, as pessoas assaltam porque querem ou porque lhes convém... Também não sei se batem para se defender ou para desestressar... O que sei é que a sociedade desde os primórdios apresenta um que de irracional que nos leva a violência e esta só vem crescendo...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Cantadas Carnavalescas, lembrem-se das suas, vocês ou fizeram ou foram alvo de alguma.

Carnaval chegando e só lembro das cantadas dos amigos, sim amigos, não eu, sei que tenho minhas peculiaridades, mas não fui eu que fiz as cantadas, mas acompanhei de perto o processo de criação. 

Um deles chegou para a menina e disse em meio ao mela-mela cearense: você é implacável e exala feminilidade... Olhei para o caba naquela situação, todo sujo de maisena e goma, melado que só espinhaço de pãozim doce e a menina constrangida e certa de que aquele não era o seu príncipe encantado e então eu digo ao amigo: macho vamos embora... Ele disse, não que hoje eu estou pegador... Eu lhe disse desse jeito tu vai pegar é o que a Luzia ganhou nas capoeiras.

De outra feita, eu e minha irmã no antigo carnaval do Pecém, antes do porto,  na agitação dos primeiros dias, somos brutalmente abordados por um rapaz que pergunta para minha irmã: você conhece o Raimundinho? Ela diz: não. E ele bebo-bosta aperta a mão dela e diz: prazer, acabou de conhecer.

Em outro ano, eis que um amigo, recém passado no vestibular, achando-se o banbanban dos cálculos chega para uma conhecida nossas, e diz: minha linda, você é tão proporcional, parece que foi feito segundo uma série de Fibonacci. Eu cá comigo pensei: esse dai vai longe.

E a última que me lembro no momento foi a do beto, recém chegado do interior, que em meio a multidão, procurava uma gatinha para se abufelar, segue uma que entra em um banheiro químico e em meio aquela demora da menina, ele sem ter o que falar, então, quando de repente ela sai do banheiro ele pega e diz a ela: Tava cagando em?

Enfim, são várias, e vocês, com certeza tem alguma a lembrar.

Abraços e bom carnaval.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A lógica humana versus a animal: uma conversa entre um pássaro e um engenheiro aeronáutico.

Eis que em uma linda manhã de segunda-feira, encontram-se no caminho do trabalho um pássaro e um engenheiro aeronáutico. 

Os dois são detentores dos conhecimentos físicos e psicológicos que podem promover o ato de voar; eles conhecem na teoria e na prática como superar seu próprio peso e soerguer-se no ar; e, sabem, com probidade o que acarretaria um erro no vôo, mas com uma grande ressalva: o pássaro voa por si só e o engenheiro aeronáutico projeta algo que irá voar e, às vezes, testa seu aparelho ele mesmo.

Sr. Pássaro (daqui pra frente, Sr. P.): bom dia nobre humano, tão linda esse dia não? Ideal para alguns vôos rasantes, uma plainada aqui outra ali, e tantas outras peripécias que se pode fazer no ar. A propósito, em que você trabalha?

Sr. Engenheiro Aeronáutico (daqui pra frente, Sr. E.Ar.): Ilustre ser "avuante" eu sou um engenheiro aeronáutico, formado em uma das mais renomadas instituições de ensino do mundo, com enfase em construção de aeronaves e, como fazer máquinas que voam é meu "metieur", então, ao observar o dia e o céu, posso inferir, com 95% de certeza que o dia não é tão bom assim para voar, afinal, existe uma corrente de ar a leste que causaria turbulências indesejadas a qualquer aeronave do mundo e poderia, com 99% de certeza, acarretar um grande acidente aeronáutico.

Sr. P.: Sr. E. Ar. você é muito sagaz em suas observações e eis que tem um pouco de razão, mas do que trata essa sua dita aeronave? Tenho o corpo próprio para voar e não vejo problemas nas correntes de ar, pelo contrário, me aproveito dela e dela garanto menos gasto energético, mantendo-me em vôo durante longo tempo, podendo observar o entorno e identificar objetos que posso utilizar para fazer minhas casas ou então caçar.

Sr. E.Ar.: Como Sr. P., não conhece uma aeronave? A aeronave é um artefato quase divinal, criado pelos homens e que, mesmo mais pesado que o ar, voa. Nela existem, trocentos equipamentos que controlam a temperatura interna, o plano de vôos, a segurança do vôos, os comunicadores, o piloto automático, e, principalmente a asa.

Sr. P.: Ah, asa eu sei o que é, asa eu tenho.

Sr. E.Ar.: Não Sr. P. a asa não é como a sua. A asa é um artefato mecânico destinado à sustentação aerodinâmica e que possui as superfícies de controle tipo: flaps e os ailerons e as aeronaves maiores, possuem slats, spoilers e outras superfícies de controle.

Sr. P.: Mas que danado são esses flaps e ailerons? Além desses Slats, Spoilers, etc e tal. Eles servem para quê? Para mim, asa é asa, tem pena e eu bato com força quando quero iniciar um vôo e abro ou fecho conforme queira aproveitar das correntes de ar para dar rasantes, plainar, etc.

Sr. E.Ar.: primeiro Sr. P. não se inicia um vôo, você decola. Segundo, asas não podem fechar e abrir, elas servem para garantir a estabilidade no vôo e para tanto são permanentemente abertas, as superfícies de controle é que garantem a velocidade aumentar, os rasantes, plainar, etc. O Flap é um dispositivo que serve para aumentar a sustentação da aeronave; Aileron controla a rotação da aeronave; o Slat são dispositivos que idem ao Flap aumentam a sustentação promovida pela asa; e os Spoilers são "atenuadores", "anuladores" ou "inversores" do funcionamento da asa.

Sr. P.: Puxa, tudo isso para voar? Nunca pensei que fosse tão difícil voar. Então é por isso que vocês não voam com correntes a leste. Mas porque eu consigo voar com essas correntes se eu não uso tantos artefatos? Acho que nós pássaros devemos rever nossos conceitos, pois estamos correndo riscos não controláveis. De repente voar com correntes a leste pode ser perigoso e não sabemos. Obrigado Sr. E. Ar. pela aula.

Sr. E.Ar.: De nada Sr. P. e precisando de um auxílio para melhorar a sua performance é só me consultar. Abraços e bom vôo. Cuidado com as correntes a leste, elas podem te derrubar se teu Flap ou Slat não funcionar.