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domingo, 1 de dezembro de 2013

Presente de Grego a Cearense.

Camaradas, pergunto a todos, o que seria um presente para um cearense saudoso da terrinha e morando em Manaus? Existem várias possibilidades: rapadura, farinha, cachaça, etc e tal... Quando morei em outro pais me fazia uma falta "amuada" o velho e bom feijão, vez por outra vinha a cabeça aquela panelada e aquele sarrabulho, mas em uma cidade brasileira acho ser que estas coisas não são difíceis de achar... É óbvio que são mais caras, afinal, os quitutes e especiarias cearenses são o que há... E mesmo que não gosta a de admitir que o cheiro dessas coisas quando exaladas da cozinha são de uma tentação quase profana... 

O amigo que morava em Manaus, ansioso com a vinda da esposa e certo que poderia explorá-la para trazer uma das especiarias da terra prometida, pede encarecidamente que sua "principa" o leve uns caranguejos para ele fazer uma caranguejada e um pirão escaldado de caranguejo. 

Sua esposa, meio que exitosa, pensou um pouco, mas que mal haveria em levar tal maravilha... Sei que caranguejo tem em todo canto com litoral e mangue, mas o rapaz queria um caranguejo cearense, e sua esposa prontamente o atendeu.

Aqui que começa a saga do caranguejo, ou melhor, o presente grego cearense... A pergunta é bem simples: como transportar caranguejos em um vôo, pois os mesmos deveriam chegar ao local vivo, caranguejo morto não dá para ser cozido?... A época os aeroportos brasileiros não eram muito criteriosos e qualquer pessoa passaria com um pacote de caranguejo pelo portão de embarque. Sendo assim, a esposa caprichosamente prepara uma caixa de papelão com dez caranguejos dentro e de forma angelical e delicada faz pequenos buracos na caixa para os bichinhos respirarem durante o vôo. 

E inicia o vôo, os caranguejos no bagageiro superior, em um caixa com furos, curtindo aquela viagem longa sob pressão... Tudo corria bem, pelo menos enquanto as portas das malas estavam fechadas até que uma senhora decide retirar algo da sua mala... Quando abre a porta do bagageiro superior se depara com um bicho peludo, com oito pernas, olhando para ela e de pronto ela grita:

- Uma caranguejeira!!!! Mata!!! Mata...

A esposa do meu amigo, boa cearense que era, se apercebe que não era uma aranha, mas possivelmente um dos caranguejos que havia soltado... De pronto levanta e diz:

- Não, isso é um caranguejinho cearense... Pera que eu "ajeito"...

Quando ela procura a caixa encontra um farelo de papelão, todo rasgado e então vem a pergunta: Onde foi parar os dez caranguejos? Olhando para o bagageiro encontra um, depois outro e quando vê um caranguejo estava no chão, outro na poltrona debaixo e o vôo se tornou aquele desespero... Eis que ela tem a espetacular ideia de pedir uns sacos de vômito para pegar os caranguejos e depois os colocou, os que conseguiu pegar, na sua mala de mão... Apertou, apertou e coube e de hora em hora ela recebia um chamdo de um passageiro paciente que se deparava com o caranguejo no seu bumbum, seu pé e tal...Correu assim durante umas 5h de vôo.

Termina o vôo ela chega, encontra o marido e ele, como que um cavalheiro cearense, de pronto pergunta: cadê os caranguejos? Parecia que não era importante a vinda da mulher, mas a especiaria... Ela o entrega os bichos e após contá-los ele fala: faltam três. Ela de pronto diz:

- Vai pra baixa da égua... Eu passo o vôo todo catando caranguejo, chego com ainda sete vivo e tu ainda reclama... 

Ele vê que a pergunta foi errada e tenta convencê-la de contar como foi a viagem... Depois de respirar muito ela fala sobre os ocorridos os dois riram muito e até hoje se questionam: Onde ficaram os outros três caranguejos... 

Eu suspeito que outro possível cearense apaixonado pelo crustáceo os encontrou e fez um belo de um pirão com eles...


Parece não ser verdade... Mas é...

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