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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Festas

Faz já quase 14 anos... 

Passei minhas festas nos States com amigos. 

O Natal foi sensacional com uma família show de bola em Madson e o Réveillon dos sonhos de muitas pessoas, não meu, foi em Nova York, nunca pensei em passar passagem de ano lá e confesso que não é lá esses balaio todo, não fosse a situação teria sido uma viagenzinha fraquinha, mas a situação é memorável e todos os anos relembro com felicidade aquela viagem. Relato aqui ela:

Tudo começou entorno do dia 04 de dezembro de 2000, tratou-se de uma busca implacável por uma passagem em um leilão na internet para passar 7 dias em Nova York. Conseguimos três amigos e eu passagens, ida e volta, de Madson a Nova York, a 50 dólares e estadia em um Hostel a 30 dólares a diárias. Detalhe era que chegaríamos no dia 31 de dezembro às 11h30min no aeroporto e só poderíamos entrar no albergue às 12h00 do dia 01 de janeiro. 

Então, apreensivos e emocionados, fomos nós, os amigos e eu, no dia 31 de dezembro de 2000 para o aeroporto e descobrimos que cada um iria em vôos diferentes. Um amigo e eu pegamos um vôo, tipo teco teco, em direção ao aeroporto de Chicago para depois ir para Nova York. Naquele momento entendi que o aeroporto de Chicago é grande doutores... Pense numa carreira que tive que fazer para chegar de um terminal a outro... Aquilo é um colosso de construção!!! Por incrível que pareça encontrei um amigo no meio da correria e ainda batemos um papo... Cearense se encontra em todo canto. Ajustada a conexão, nos encontramos no vôo com destino a Nova York e pimba às 11 horas e 30 minutos, chegamos ao aeroporto JFK em Nova York. 

Eis o começo de um Réveillon inesquecível...

Primeiro o ônibus: pegamos o dito com uma vontade danada de que o motorista corresse, afinal queríamos ver a danada da bola cair na Times Square... Ao entrar no ônibus recebemos logo um safanão do motorista, pois não tínhamos trocados, por conta disso o motorista disse para entrarmos, pois não valeria a pena para ele, por conta do tempo, passar um troco grande para nós... Dizia o dito motorista: passa, passa para não enganchar com a gaia...

Ficamos felizes com a economia de dinheiro, mas não sabíamos que teria um impacto em não pagarmos a passagem que foi justo da baldeação entre o ônibus e o metrô. Como não pagamos o ônibus, então não poderíamos fazer a integração e então fomos a fila... Pense numa fila de três pessoas demorada... Parecia que estavam comprando era peixe... Entorno de 5min na fila, então conseguimos as passagens e corremos prontamente para a plataforma e pegamos o primeiro metrô, sem ao menos saber para onde ele iria... O importante era se aproximar da bola... Dentro do metrô eu ouvia italiano, espanhol, francês, menos inglês... pense numa torre de babel na horizontal.

Chegamos a estação de integração e descobrimos que teríamos que passar para outra linha e, mais rápido que coice de bacurim, nós mudamos de condução e mais ou menos 11h55min chegamos na Times Square... Ao sair da estação nos deparamos com uma multidão de gente... Um povo feio, outros bonitos, parecia que tínhamos chegado em um filme de Steven Spilberg. Com aquela quantidade de gente, nós com mochilas nas costas e tal, não nos mechíamos nem com a porra.. Mas enfim conseguimos encontrar uma posição às 11h59min10seg que dava para ver a bola e eis que em 5 segundos ela desce e como de um passe de mágica a multidão vai embora... Creio que às 00h15min do dia 01 de janeiro de 2014 só ficaram naquela posição meus amigos e eu... Deu tempo de tirar umas fotos, mas agora restávamos nós e o frio e fomos nossa labuta à procura de um local para curtir a noitada de mochila e tudo...

Procuramos, procuramos e procuramos... O que nos restava era apenas lanchonetes tipo fast-food... Um dos amigos já estava quase para torar o pé de frio... Paramos em um beco e ele empurrou meia no pé para ver se esquentava... Só conseguiu esquentar quando entramos em um McDonalds 24h, entorno das 03h20min... O canto tava quente e decidimos passar ali um tempo... Algo entorno de umas 5h!!!!

Ei para passar aquele tempinho, no Mc, pedi um "Happiest Mc" ... Pense que cada dentada e mastigada durava algo entorno de 30min... mesmo nesse ritmo, com duas horas já havia comido o hambúrguer e as batatas fritas e estava a base de refil de refrigerantes... Naquelas curtas 5h prazerosas de conforto térmico ouvimos de tudo e o que nos fez repensar a significância da economia brasileira foi um bando de conterrâneos que falava carinhosamente as palavras doces brasileiras: porra já acabou a festa, puta que pariu não tem nenhuma quenga aqui por perto, vai se lascar fi duma égua, o bom é mesmo no Brasil, lá eu já estava mais melado do que espinhaço de pãozim doce... Pense num povo meigo e educado... Ficamos calado, pois aquilo soava como canto gregoriano aos nossos ouvidos.

Chegando às 8h20min os atendentes já se prostravam ao nosso entorno para ver se nos mancávamos e íamos embora, afinal já havíamos comido nossas refeições fazia mais de 3h. Então decidimos procurar o Albergue e descobrimos que era pertinho, uns 40 quarteirões de distância, e que naquele dia o metrô não seria uma boa opção. Dessa feita, decidimos ir à pé... Curtindo a cidade... Passamos por todo tipo de pessoa que possam imaginar... E a neve, negra, parecendo lama, troando, os carros espirrando aquela porqueira em nós, as costas doendo, e os quarteirões passando... Chegamos ao hostel às 11h e aguardamos o horário da entrada para nos prepararmos aos 7 maravilhosos dias de Nova York.

E boas festas a todos... Nos vemos em Fevereiro...


domingo, 15 de dezembro de 2013

Viagem a Canindé...

No Ceará existe um local de fé e religiosidade incrustado no sertão. Não é Juazeiro do Norte com o idolatrado Padre Cícero, mas Canindé, com a imagem de São Francisco de Canindé sendo o expoente do sofrimento nordestino. Tal cidade foi retrata em uma música escrita por Renato Teixeira e cantada por Luiz Gonzaga de nome Estrada de Canindé e aqui retrato o caminho levado por um amigo para mostrar seu compromisso com a tradição cearense.

Meu amigo e mais cinco companheiro iniciaram uma ida de bicicleta de Chorozinho a Canindé (distância em estrada de aproximadamente 128 km)... Viagem longa, mas com cinco amigos, em conversas, brincadeira, paradas e etc e tal, com certeza a viagem seria marcante. Iniciada a viagem toma-se a primeira restrição: um dos viajantes em meio ao cansaço da cachaçada do dia anterior, decide por bem permanecer em Chorozinho, pois ali poderia lavar o figural com uma cervejinha... Deixaria a viagem para outro dia... Um a menos não seria problema, pois os outros senhores eram pessoas fortes e perseverantes e afinal seria apenas 128 km de bicicleta em um calor que iria beirar os 40 graus.

Inicia a viagem e todos vão lá... Um conta a piada do pinto que tinha um pé só, outro conta a do joãozinho e a professora, etc e tal... No meio das babozeiras, baitolagens e fuleragens eles se deparam com a primeira subida. Um olha para o outro e diz: macho, eu num aguento subir isso ai sem macha não... Vou subir à pé empurrando a bike... Vai correndo animado e tal, afinal era a primeira e quando chega no alto avista um conjunto de sobe e desce que iria ser a montanha russa inicial da viagem. Mas aquilo não era nada frente a vontade de ir e voltar... O rapaz pega embalo e vai "di cun força" descendo a parada e subindo a outra... Assim conseguem transpor aquela ruma de "corcova" da estrada. Terminam os primeiros fantásticos 30 km de viagem ainda animados e felizes e encontram a primeira cidade... Aquela sede amuada, então decidem tomar aquela cerva gelada... Tomam duas e prosseguem a viagem... Oh Suco de Cevada bom!!! Geladinho... Era a primeira refeição depois do café da manhã... Um decide, para não perder o costume, tomar uma dose de Ypioca, afinal, levantaria os ânimos pois faltavam apenas 96 km até o destino.

Prosseguem a viagem e a paisagem se transforma em um emaranhado de galhos e o calor já beirava os 32 graus... Pense num calor... Mas vez por outra passava um carro ou um caminhão em uma velocidade de uns 90 a 110 km que davam um frescor e um "pueral" amuado que enchia o pulmão de ar e de vontade de tossir... Com mais uns 10 km de viagem os senhores já estavam cuspindo tijolos e então soltam aquela, rapaz, já estou com a garganta seca, vamos fazer outra parada estratégica? Outros respondem em unissono: agora. Param no primeiro bar de beira de estrada e tomam uma cervejinha... A que tivesse gelada era aceita sem moderação e ai da mosca que se aproximasse da garrafa ou dos copos... Pêia para 10 ela comia sozinha...

Depois de umas três na cabeça prosseguem a viagem... Meu amigo disse que já estava para dá a piloura, mas com força de vontade prossegue. Decidem cortar caminho pela estrada de chão do buraco da veia... Vão naquela paisagem bucólica e linda do sertão... Esqueceram eles que num caminho daqueles achar um bar ou algum local com água só se fosse nos mandacarus... Vão em meio a poeira, paisagem, calor, secura e muita amizade...

Por incrível que pareça, encontraram um bar no meio do caminho... A viagem que era para durar algo entorno de três horas e meia já iria passar para as quatro e tanto com aquelas paradas, mas se chegassem tarde demais, parariam em uma pousada ou no meio do relento mesmo e dormiriam para o retorno, quem diachos iria mexer com cinco cabas que pareciam mais cinco soins de bonito... Tomam mais umas cervas... Dessa vez meio chocas e então se embarreiram, melados em um canto da varanda e decidem comer algo que não fosse cevada... Pedem uma tripa de porco com farofa e um cuscuz com ovo e leite... Pensem numa sustância?

Depois da parada, que durou mais de uma hora, prosseguem no ápice das 10 horas com o sol já dizendo a eles: se preparem que eu vou usar vocês...

Chegam ao meio da jornada e se deparam com um Oasis da felicidade, um bar que fora a cevada tinha água à vontade e uma panelada de deixar qualquer um em estado de letargia mental, corporal e psicológica...O meu amigo olha aquilo e diz: cão é quem continua... Bebe uma cerva, mais outra, e tome outra... Uma dose, o forró troando... O raparigal chegando e as paqueras acontecendo... Dois dos guerreiros decidem prosseguir e o meu amigo diz: vão com Deus e digam a São Francisco que fui até a metade, mas não aguentei chegar ao final por motivos outros... Depois visito ele com mais calma, hoje ficarei por aqui.

Eita estrada de Canindé grande meu Deus!!! Tem quase um bar por quilômetro!!! Só não nota quem vai de carro.

O retorno deixarei para outra estória, afinal, não é todo dia que se anda uns 60 km bebo equilibrando-se em uma bicicleta três amigos à noite.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Perigo em Fortaleza... Atenção!!!!

Doutores e doutoras a capital alencarina não é mais a mesma... Todo dia sai notícia de violência, roubos etc e tal... Os jornais faturam muito com as notícias, quem dirá as empresas de segurança privada. 

Eu cá comigo acho que estão catalizando os eventos, pois acredito nos números e vejo que as práticas meliantes vêem aumentando, mas ainda são controláveis, embora não saiba se quem deveria ter interesse em controlar age de forma racional e preventiva para manter a ordem, mesmo porque até quem é letrado e dito "inteligente" está se vendendo as constantes investidas da imprensa neste mercado altamente lucrativo. 

De toda sorte, o pânico que assola nossa terrinha fez o zelador do prédio que moro passar por uma que relato aqui abaixo:

Ele foi ao supermercado na Rua Pinto Madeira à pé para comprar algumas coisas...

Ele iria sair das proximidades da Av. Heraclito Graça e andaria algo entorno de 4 quarteirões para chegar ao local de destino e retornaria com umas duas sacolas... 

Quando falou ao povo do prédio que iria à pé, eis que todos se espantam e dizem: 

- dr... não vai... a cidade está perigosa... Podem te assaltar... 

Pensei cá comigo, é óbvio que podem assaltar. Ele também pode achar uma nota de 10 reais na rua se tiver sorte até uma nota de 100.

Ele diz que não tem problema, sempre anda por lá e se tiver um perigo ele entrega tudo.

Andando pelas ruas, chegando ao último trajeto, ele dobra a esquina e vê ao longe uma pessoa do mesmo lado da rua que ele estava e fica apreensivo, de pronto passa para o outro lado da rua e, por coincidência, simultaneamente, o outro rapaz ao fundo faz o mesmo.

Assim vai um e o outro tentando desviar da vista um do outro... 

Ao se aproximarem o zelador do prédio disse que, já estando pronto para correr, escuta a voz do outro cara na rua dizendo:

- Ei macho tu acha que eu sou ladrão é?

Ele responde:

- Eu tinha certeza...

Os dois riem e prosseguem.

Portanto, cuidado aos temerosos pelos roubos nas ruas, pois ninguém sabe o que os aguardam em Fortaleza.



domingo, 1 de dezembro de 2013

Presente de Grego a Cearense.

Camaradas, pergunto a todos, o que seria um presente para um cearense saudoso da terrinha e morando em Manaus? Existem várias possibilidades: rapadura, farinha, cachaça, etc e tal... Quando morei em outro pais me fazia uma falta "amuada" o velho e bom feijão, vez por outra vinha a cabeça aquela panelada e aquele sarrabulho, mas em uma cidade brasileira acho ser que estas coisas não são difíceis de achar... É óbvio que são mais caras, afinal, os quitutes e especiarias cearenses são o que há... E mesmo que não gosta a de admitir que o cheiro dessas coisas quando exaladas da cozinha são de uma tentação quase profana... 

O amigo que morava em Manaus, ansioso com a vinda da esposa e certo que poderia explorá-la para trazer uma das especiarias da terra prometida, pede encarecidamente que sua "principa" o leve uns caranguejos para ele fazer uma caranguejada e um pirão escaldado de caranguejo. 

Sua esposa, meio que exitosa, pensou um pouco, mas que mal haveria em levar tal maravilha... Sei que caranguejo tem em todo canto com litoral e mangue, mas o rapaz queria um caranguejo cearense, e sua esposa prontamente o atendeu.

Aqui que começa a saga do caranguejo, ou melhor, o presente grego cearense... A pergunta é bem simples: como transportar caranguejos em um vôo, pois os mesmos deveriam chegar ao local vivo, caranguejo morto não dá para ser cozido?... A época os aeroportos brasileiros não eram muito criteriosos e qualquer pessoa passaria com um pacote de caranguejo pelo portão de embarque. Sendo assim, a esposa caprichosamente prepara uma caixa de papelão com dez caranguejos dentro e de forma angelical e delicada faz pequenos buracos na caixa para os bichinhos respirarem durante o vôo. 

E inicia o vôo, os caranguejos no bagageiro superior, em um caixa com furos, curtindo aquela viagem longa sob pressão... Tudo corria bem, pelo menos enquanto as portas das malas estavam fechadas até que uma senhora decide retirar algo da sua mala... Quando abre a porta do bagageiro superior se depara com um bicho peludo, com oito pernas, olhando para ela e de pronto ela grita:

- Uma caranguejeira!!!! Mata!!! Mata...

A esposa do meu amigo, boa cearense que era, se apercebe que não era uma aranha, mas possivelmente um dos caranguejos que havia soltado... De pronto levanta e diz:

- Não, isso é um caranguejinho cearense... Pera que eu "ajeito"...

Quando ela procura a caixa encontra um farelo de papelão, todo rasgado e então vem a pergunta: Onde foi parar os dez caranguejos? Olhando para o bagageiro encontra um, depois outro e quando vê um caranguejo estava no chão, outro na poltrona debaixo e o vôo se tornou aquele desespero... Eis que ela tem a espetacular ideia de pedir uns sacos de vômito para pegar os caranguejos e depois os colocou, os que conseguiu pegar, na sua mala de mão... Apertou, apertou e coube e de hora em hora ela recebia um chamdo de um passageiro paciente que se deparava com o caranguejo no seu bumbum, seu pé e tal...Correu assim durante umas 5h de vôo.

Termina o vôo ela chega, encontra o marido e ele, como que um cavalheiro cearense, de pronto pergunta: cadê os caranguejos? Parecia que não era importante a vinda da mulher, mas a especiaria... Ela o entrega os bichos e após contá-los ele fala: faltam três. Ela de pronto diz:

- Vai pra baixa da égua... Eu passo o vôo todo catando caranguejo, chego com ainda sete vivo e tu ainda reclama... 

Ele vê que a pergunta foi errada e tenta convencê-la de contar como foi a viagem... Depois de respirar muito ela fala sobre os ocorridos os dois riram muito e até hoje se questionam: Onde ficaram os outros três caranguejos... 

Eu suspeito que outro possível cearense apaixonado pelo crustáceo os encontrou e fez um belo de um pirão com eles...


Parece não ser verdade... Mas é...