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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Carona entre amigos...

Conversa entre amigos serve para muitas coisas, inclusive descobrir que não seria possível que só eu me ferrasse na vida. E de fato não é e relato abaixo uma história que me faz lembrar muitas e muitas que passei, mas que posso felizmente, ou infelizmente dizer:

Não foi comigo!!! 

Esta história me força a pensar que não existe somente eu de “azalado” no mundo e que devem ter muito mais “azalados” no mundo, inclusive amigos meus, que desafio em escrever sua história no blog.

A história se passa em uma mesa de almoço e estávamos eu e mais alguns amigos, entre eles um grande companheiro de trabalho. Este, com seu ar taciturno e sua forma espalhafatosa de falar descreveu sua aventura de final de semana como cômica e trágica.

Dizia ele:

Mestre, no domingo passei por uma que foi de lascar... Minha sogra pediu para eu trazer um caba do interior do Ceará para Fortaleza e você sabe como é, pedido de sogra não se nega, enfim, disse que daria a carona ao caba e ai iniciou minha via crucis.

Primeiro, por conta da distância, decido retornar entorno do meio dia, então passo na casa do cidadão e buzino feito um louco, até que decido descer do carro e encontro o rapaz que estava deitado em uma rede, coçando o pé nos punhos e fumando aquele cigarrinho de palha.

Falo para ele: Dr., vim te pegar para irmos a Fortaleza. Ele diz: Mas já? E a buchada que comi, não vai fazer mal? Eu digo: vai ou não vai?

Ele dá um pinote da rede, apronta a trocha, corre para o carro, ligo o carro, ajusto o ar-condicionado e então iniciamos a viagem, ele e minha família...

Sentado no banco de trás o indivíduo não interage até o momento em que ascende outro cigarro de palha e dá uma senhora tragada, seguida por uma baforada, então digo: Oh mestre, que é que isso, não está vendo o ar-condicionado não? Ele diz: Vi sim, muito bom, o calor lá fora tá grande Dr, mas aqui dentro tá bom.

Eu então abro as janelas do carro e digo: Assim vai ficar ruim... Ele responde:   Quer que eu jogue o cigarro? Eu digo: Não... Pode terminar esta... E me contenho...

Continuamos a viagem e paramos em restaurante para comer algo, sendo que o indivíduo de pronto pede uma cervejinha... Finalizado a parada pedi a conta, olhei para o carona e perguntei: e sua cerveja? Ele disse: eu não tenho dinheiro. 

Restou-me a sua conta também e nessa hora queria mandar aquele camarada para o interior novamente, mas já estávamos mais perto de Fortaleza do que do interior, então, retomamos o caminho e em pouco mais de uma hora e meia chegávamos à região metropolitana de Fortaleza e então pergunto ao companheiro de viagem: Mestre, onde você irá ficar? E ele responde: Tenho nem ideia...  Digo: Você tem o número do telefone de algum parente seu aqui? Ele: Eu não tenho parente aqui... Ai me desespero. 

Ligo para minha sogra, que liga para um amigo, que liga para outro que descobre que o destino dele era na velha e boa Barra do Ceará. Me indicam um número do local do destino, ligo e descubro o melhor da viagem: o pessoal do destino havia mudado e agora ele não era para ir mais para a Barra, mas para o Papicu, entretanto, no domingo não tinha ninguém em casa. Entro no segundo estágio de desespero, afinal, teria que leva-lo para casa, porque não poderia deixa-lo na rua, mas bem que queria. Então, me safo ao descobrir que poderia deixa-lo no terminal rodoviário, pois iriam solicitar a um amigo para ir pegá-lo... 

Enfim livro-me da peça e vou para casa com minha família.

Finda a narrativa ele me diz:


Mestre, a viagem foi longa viu??? Pense numa mala!!!

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