Conversa entre amigos serve para
muitas coisas, inclusive descobrir que não seria possível que só eu me ferrasse
na vida. E de fato não é e relato abaixo uma história que me faz lembrar muitas
e muitas que passei, mas que posso felizmente, ou infelizmente dizer:
Não foi comigo!!!
Esta história me força a pensar
que não existe somente eu de “azalado” no mundo e que devem ter muito mais “azalados”
no mundo, inclusive amigos meus, que desafio em escrever sua história no blog.
A história se passa em uma mesa
de almoço e estávamos eu e mais alguns amigos, entre eles um grande companheiro
de trabalho. Este, com seu ar taciturno e sua forma espalhafatosa de falar
descreveu sua aventura de final de semana como cômica e trágica.
Dizia ele:
Mestre, no
domingo passei por uma que foi de lascar... Minha sogra pediu para eu trazer um
caba do interior do Ceará para Fortaleza e você sabe como é, pedido de sogra
não se nega, enfim, disse que daria a carona ao caba e ai iniciou minha via crucis.
Primeiro, por
conta da distância, decido retornar entorno do meio dia, então passo na casa do
cidadão e buzino feito um louco, até que decido descer do carro e encontro o
rapaz que estava deitado em uma rede, coçando o pé nos punhos e fumando aquele cigarrinho
de palha.
Falo para ele:
Dr., vim te pegar para irmos a Fortaleza. Ele diz: Mas já? E a buchada que
comi, não vai fazer mal? Eu digo: vai ou não vai?
Ele dá um
pinote da rede, apronta a trocha, corre para o carro, ligo o carro, ajusto o
ar-condicionado e então iniciamos a viagem, ele e minha família...
Sentado no
banco de trás o indivíduo não interage até o momento em que ascende outro
cigarro de palha e dá uma senhora tragada, seguida por uma baforada, então
digo: Oh mestre, que é que isso, não está vendo o ar-condicionado não? Ele diz:
Vi sim, muito bom, o calor lá fora tá grande Dr, mas aqui dentro tá bom.
Eu então abro
as janelas do carro e digo: Assim vai ficar ruim... Ele responde: Quer que eu jogue o cigarro? Eu digo: Não...
Pode terminar esta... E me contenho...
Continuamos a
viagem e paramos em restaurante para comer algo, sendo que o indivíduo de
pronto pede uma cervejinha... Finalizado a parada pedi a conta, olhei para o
carona e perguntei: e sua cerveja? Ele disse: eu não tenho dinheiro.
Restou-me
a sua conta também e nessa hora queria mandar aquele camarada para o interior
novamente, mas já estávamos mais perto de Fortaleza do que do interior, então,
retomamos o caminho e em pouco mais de uma hora e meia chegávamos à região
metropolitana de Fortaleza e então pergunto ao companheiro de viagem: Mestre,
onde você irá ficar? E ele responde: Tenho nem ideia... Digo: Você tem o número do telefone de algum
parente seu aqui? Ele: Eu não tenho parente aqui... Ai me desespero.
Ligo para
minha sogra, que liga para um amigo, que liga para outro que descobre que o
destino dele era na velha e boa Barra do Ceará. Me indicam um número do local
do destino, ligo e descubro o melhor da viagem: o pessoal do destino havia
mudado e agora ele não era para ir mais para a Barra, mas para o Papicu,
entretanto, no domingo não tinha ninguém em casa. Entro no segundo estágio de
desespero, afinal, teria que leva-lo para casa, porque não poderia deixa-lo na
rua, mas bem que queria. Então, me safo ao descobrir que poderia deixa-lo no
terminal rodoviário, pois iriam solicitar a um amigo para ir pegá-lo...
Enfim
livro-me da peça e vou para casa com minha família.
Finda a narrativa ele me diz:
Mestre, a viagem foi longa viu??? Pense numa mala!!!
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