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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Conversas com a experiência dos mais velhos

Em um belo dia de segunda-feira, decidi conversar com um senhor amigo. O mesmo é muito sábio, embora com escolaridade precária. Nessa conversa, tratamos sobre dois assuntos: Saúde e Violência.

Eu: Oi Dr., tudo bem? Como vai a vida?

Ele; Pois é amigo, daquele jeito, vai para lá para cá e eu sempre fico por acolá, arrodeando um cadim aqui e tal...

Eu: Pois é, estou aprendendo a fazer esses arrodeios. Para que pressa?

Ele: Pressa não leva a lugar nenhum, corroí a saúde, estraga a vida.

Eu: Com certeza. Tem tanta gente com problemas ai de saúde só pelo stress do dia a dia.

Ele: Concordo. E olha só o que eu vi, uma amiga, boazinha, num sentia nada, com esses aperreios de ir para médico, queria porque queria fazer uns exames. Eu a recomendei que não fosse, só vale a pena ir para o médico quando a gente sente alguma coisa.

Eu: Bem meu amigo, mas temos que precaver. Não?

Ele: Precaver que nada, o importante é viver bem. Essa minha amiga fez esses exames e o médico disse um monte de coisa que ela tinha que fazer. Caso não tivesse ido, estaria boazinha. Foi para o médico e se ferrou. Poderia estar feliz e sorridente hoje. Quando tivesse um infarto morria e pronto, agora ela fica se precavendo do infarto que nunca vem. Meu amigo, para que saber que está com alguma possível doença? Não entendo essa sociedade. Enfim, vamos mudar de assunto. Você viu os noticiários?

Eu: Vi. Fortaleza está tão violenta. E o Bairro aqui ficou lá no começo do ranking sabia?

Ele: Bem meu amigo, depende do ponto de vista do observador. Eu acho que nosso bairro não é violento, mas sim bem policiado. De hora em hora vemos um grupo do Gate, ou do Cotam ou do Raio passando por aqui, logo não tem perigo de nada. Estamos protegidos. Não?

Eu: Acho que pensando assim viverei mais.

Resultado de tudo, procure viver!!! E viva ao otimismo de meu amigo.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Uma história de amor meio enrolada.

Faz tempo que não posto nada, por fim, decidi sair da surdina e escrever algo. Tentarei ter uma certa periodicidade, mas está meio difícil, novos projetos e tal... De qualquer forma, vou relatando aqui minhas vivências. A que farei neste post se passou em um interior da cidade de Jaguaruana - Ceará. Fui ao lugarejo para passar um final de semana com a família na casa de meu sogro e lá encontro um nativo da região que tinha passado uma temporada em Fortaleza e me relatou sua saudade da cidade grande. Posteriormente, sentindo-se livre para falar da sua vida ele soltou a seguinte situação:

- Dr. eu adoro Fortaleza, mas tive que dar um tempo de lá.

Eu perguntei o porquê. E ele me respondeu:

- Dr. eu tive uma mulher em Fortaleza, mas meu relacionamento não deu certo com ela.

Continuei com o velho por quê, e e ele continuou:

- Dr. ela tinha umas coisas que atrapalhavam minhas coisas no serviço de entregar coisas que eu fazia. Com o tempo fui perdendo o amor por conta dessas coisas, pois tudo estava muito coisado e eu não conseguia fazer coisa alguma. Me faltava dinheiro para comprar as coisas e a mulher vinha com aquelas coisas e falava uma coisas que me deixava meio por acolá, sabe como é Dr. sentindo uma coisa ruim. Iniciava mês e terminava o mês e eu não conseguia fazer coisa com coisa. Fiquei desempregado e procurava uma coisa para fazer, um trabalho ou qualquer outra coisa que fosse certa, mas era difícil. E a mulher continuava com umas coisas... Foi assim, fui perdendo o gosto por ela...Parecia uma coisa de novela sabe? Até que eu gostava das coisas com ela, mas tem certas coisas que é melhor deixar, pois não dá para continuar com essas coisas. Assim parti de volta para cá... Aqui tem minhas coisas e ainda tem um pouquinho de coisa para fazer... Dá para ir sobrevivendo.

Ai eu perguntei. E você ainda gosta dela? Ele respondeu:

- Dr. independente daquelas coisas ela tinha muitas coisas boas sabe? Ando com uma saudade dela... Bem que queria voltar a Fortaleza e ver se dava certo ter outra coisa para fazer por lá e me juntar de novo com ela. De repente agora as coisas davam certo.

Enfim, salientei: você ainda gosta dela, então? Ele respondeu:

- Gosto demais Dr.



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Produção de mato e capina: eis a solução mais produtiva...

Essa "estória" é das anta... Um colega que falou... Nem sei se é verdade, mas, pelo menos, é factível. E foi assim que aprendi o conceito de produtividade, eficiência e ganhos de escala no mestrado.

O fato se passou em Cuiabá, terra de calor típico do Brasil. O irmão do meu amigo fazia faculdade de medicina lá e morava com amigos em uma residência alugada pelos pais. Sem muito tempo para cuidar da casa, viviam, o irmão do meu amigo e seus colegas, estudando e sem muito cuidar da casa, quando dava lavavam os pratos, etc e tal...

Em um dia, cerca de um mês e meio depois de alugarem a casa, observaram que no jardim da casa tinha um mato considerável e que o "muriçocal" dentro de casa, possivelmente vinha daquela floresta. De pronto, iniciaram o processo de capina e limpeza do local, aproximadamente cinco horas para voltar a situação inicial, enfim, era possível dormir em paz sem muriçoca. Passaram-se mais um mês e com um período chuvoso, o mato crescia rapidamente, e eis os alunos novamente a labutar no jardim. Aqui vem a primeira lição econômica, a produção de mato, abastecida pela chuva, era alta e a eficiência dos alunos era baixa, uma vez que dispunham do recurso limitado (tempo) para capinar, o mato passou a crescer em uma semana o que crescia em um mês e os alunos não tinham tempo para limpar o mato e estudar. Então terceirizaram o serviço a 30 reais por capina.

Após um ano pagando em média 60 reais mensais para manterem o jardim limpo, aproximadamente 10x60x2=1200 reais no ano, os colegas foram a uma feira popular e conheceram tião primeiro e decidiram comprá-lo e deixá-lo no jardim. Tião primeiro era um bode manso e magro que pastava vorazmente o jardim, custara a bagatela de 50 reais, não sobrava um mato, foi até utilizado para terceirização nos jardins dos vizinhos, rendia algo entorno de 40 reais por jardim. Aprendi então a segunda lição, dá para substituir insumos ou tecnologias e obter ganhos de escala, no caso substituiu-se a tecnologia para a capina com máquina sem operador (bode) e esta comia mato duas a três vezes mais rápido que o crescimento do mesmo, logo, dava para pastar no jardim dos estudantes e ainda ganhar 20 reais pela capina de dois vizinhos.

Um ano se passou e obtiveram os colegas um saldo de 40 reais em média por mês, rendendo de forma bruta 12x40x2x2=1920-50=1870 reais no ano. E ai o bônus, como o bode estava gordinho, mataram o tião primeiro e fizeram o primeiro churrasco da casa e com o saldo do serviço prestado pelo bode aos vizinhos compraram as cervas e petiscos, sucesso geral, sobrando o valor de uma nova compra de tiões, não mais um. Partiram para a feira e compraram, agora, dois bodes: o tião segundo e o tião terceiro... O que rendeu de forma bruta no terceiro ano, aproximadamente 12x40x2x5=4800-100=4700, virou negócio, pois o churrasco iria render felicidades e os bodes iriam render lucros, a custo zero...Obviamente estou esquecendo as externalidades dos excrementos dos bichos, mas a parte isso, a "estória" é história real.

Enfim, passou a faculdade e os alunos aprenderam na prática o que a produção do mato é função das chuvas, que a capina humana não é eficiente e que precisarão de uma mudança tecnológica para romper o ciclo de falta de produtividade, tendo finalizado os estudos com os conceitos de eficiência, ganho de escala, viabilidade financeira e ambiental e custos de oportunidade, entre outros consolidados de tal sorte que um negócio rentável de capina biológica poderia ter sido implementado em Cuiabá. Felizmente, para os bodes que ficaram, meus amigos terminaram suas faculdades e foram para suas cidades de origem exercer outra profissão e não viver a criar bode e comer churrasco todo final de ano.