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sábado, 6 de julho de 2013

O aluguel do carro.

Era para ser mais uma viagem de trabalho, mas meu primeiro dia foi mais do que um dia de trabalho, foi uma aventura de emoções que me levaram de um potencial infarto ao ataque de riso ininterrupto.

Naquele dia estávamos a trabalho dois colegas, meu chefe e eu. Chegamos a São Paulo à noite e fomos para o hotel com a promessa de no dia seguinte receber um carro alugado para irmos a nosso destino para mais uma atividade laboral.

Até ai nada de incomum.

Dormimos, acordamos muito cedo, tomamos nossos cafés e nos encontramos no saguão do hotel para aguardar a entrega do carro alugado que usaríamos para nossas atividades... Aguardamos algo entorno de 3 horas e nessa hora concluímos, sabiamente, que havia algo de errado. Nesse momento recebemos a ligação de um dos representantes da empresa do aluguel do carro e eles nos informaram que haviam sublocado o veículo de outra companhia utilizando o nome do meu chefe e somente ele poderia receber o carro.

Meu chefe já havia passado de uma face passiva para uma cara de raiva desesperadora, embora sem muita diferença para pessoas que não o conhecessem. Em sua raiva ele falou ao telefone: só irei pegar esse carro se me enviarem um outro que nos leve ao local da companhia. Detalhe, estávamos na Av. Paulista e teríamos que pegar o carro no aeroporto de Congonhas.

A empresa que tínhamos o contato era uma que prestava serviço para nossa companhia, mas que em São Paulo prestava serviços de ambulância para hospitais e por isso tinha sublocado de outra empresa. Aqui começa a aventura desesperadora... Pense só um pouquinho, precisávamos ir da Paulista para o aeroporto, já era 8 e uns quebrados (hora do rush), a empresa que tínhamos contato prestava serviço com ambulância para hospitais em São Paulo, então o que é que fizeram? O que? O que?

Sim senhores, nos enviaram uma ambulância, com um agravante, o motorista estava há quase 48 horas sem dormir...

Meu chefe olhou aquilo e não acreditou... Disse ele: eu não vou... Insistimos, pois era a única solução e ele concordou em ir...

Eu e um amigo fomos na frente, como estávamos com o uniforme da empresa que era branco, passaríamos por enfermeiros de longe... Meu chefe e o outro amigo foram na parte de trás da ambulância. Nosso motorista estava indócil. Queria chegar a sua casa logo, pois ou tinha a suspeita de um chifre virtual ou queria dormir mesmo...

Como é de praxe em São Paulo, pegamos aquele congestionamento... Nosso motorista olhou para nós e disse, eu vou ligar a sirene... Dissemos: Não faça isso (creio que meu amigo da cabine e eu pensamos a mesma coisa para dizer ao motorista: Toca o terror dr.!!!, entretanto por questão de ética não o fizemos). O doido insistiu e continuamos a negar, mas ele não aguentou e ligou a sirene... Meu chefe colocou a cabeça na janelinha que dá contato com a cabine do motorista e disse polidamente: desligue essa sirene por obséquio? O motorista disse: ou é assim ou descem todos vocês... Olhei para o chefe e disse a ele: chefe tem uma frase do interior que diz “tá no inferno, então agarra o capeta”... Assim o fizemos e para completar, dada à condição física de meu chefe e do outro companheiro (meu chefe era semelhante ao chefe do Homer Simpson e o nosso colega tinha um porte físico avantajado), então falamos a eles: finjam que se trata de uma ação de emergência o que passaria tranquilo por um ataque cardíaco ou algo semelhante com a vítima obviamente sendo o meu chefe...

Agora vem a parte mais tensa da história... A sirene ligada, nós passando entre os carros a uma velocidade de 60 km/h, tirando finas e mais finas dos retrovisores e eis que um guarda olha para nós e resolve nos escoltar... Ficamos brancos nessa hora, afinal iriamos ser presos... Um negócio desses não se faz: utilizar de uma ambulância indevidamente para atravessar o trânsito... Acho que bem que poderia ser a solução para o problema de mobilidade, mas moralmente não é cabível...

Ao desfecho retomamos nossa condição de sortudos mor... O policial estava nos acompanhando, pois tinha sido solicitado para uma ocorrência no nosso rumo e aproveitava o ensejo para nos dar escolta... Pouco antes de chegar ao aeroporto ele nos deixou e então suspiramos aliviados...

O resto transcorreu tranquilo e a exceção dos olhares de punição de todos do aeroporto que nos viram chegar com a sirene ligada, estamos vivos, não fomos presos, conseguimos pegar o carro alugado e executar nossa tarefa do dia com esmero... 

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