Naquele dia estávamos a trabalho dois colegas, meu chefe e eu. Chegamos a São Paulo à noite e fomos para o hotel
com a promessa de no dia seguinte receber um carro alugado para irmos a nosso
destino para mais uma atividade laboral.
Até ai nada de incomum.
Até ai nada de incomum.
Dormimos, acordamos muito cedo,
tomamos nossos cafés e nos encontramos no saguão do hotel para aguardar a
entrega do carro alugado que usaríamos para nossas atividades... Aguardamos
algo entorno de 3 horas e nessa hora concluímos, sabiamente, que havia algo de
errado. Nesse momento recebemos a ligação de um dos representantes da empresa
do aluguel do carro e eles nos informaram que haviam sublocado o veículo de outra companhia utilizando o nome do meu chefe e somente
ele poderia receber o carro.
Meu chefe já havia passado de uma
face passiva para uma cara de raiva desesperadora, embora sem muita diferença
para pessoas que não o conhecessem. Em sua raiva ele falou ao telefone: só irei
pegar esse carro se me enviarem um outro que nos leve ao local da companhia. Detalhe, estávamos na Av. Paulista e teríamos que pegar o carro no
aeroporto de Congonhas.
A empresa que tínhamos o contato
era uma que prestava serviço para nossa companhia, mas que em São Paulo
prestava serviços de ambulância para hospitais e por isso tinha sublocado de
outra empresa. Aqui começa a aventura desesperadora... Pense só um pouquinho,
precisávamos ir da Paulista para o aeroporto, já era 8 e uns quebrados (hora do
rush), a empresa que tínhamos contato prestava serviço com ambulância para
hospitais em São Paulo, então o que é que fizeram? O que? O que?
Sim senhores, nos enviaram uma ambulância,
com um agravante, o motorista estava há quase 48 horas sem dormir...
Meu chefe olhou aquilo e não
acreditou... Disse ele: eu não vou... Insistimos, pois era a única solução e
ele concordou em ir...
Eu e um amigo fomos na frente,
como estávamos com o uniforme da empresa que era branco, passaríamos por
enfermeiros de longe... Meu chefe e o outro amigo foram na parte de trás da
ambulância. Nosso motorista estava indócil. Queria chegar a sua casa logo, pois
ou tinha a suspeita de um chifre virtual ou queria dormir mesmo...
Como é de praxe em São Paulo,
pegamos aquele congestionamento... Nosso motorista olhou para nós e disse, eu
vou ligar a sirene... Dissemos: Não faça isso (creio que meu amigo da
cabine e eu pensamos a mesma coisa para dizer ao motorista: Toca o terror dr.!!!,
entretanto por questão de ética não o fizemos). O doido insistiu e continuamos
a negar, mas ele não aguentou e ligou a sirene... Meu chefe colocou a cabeça na
janelinha que dá contato com a cabine do motorista e disse polidamente:
desligue essa sirene por obséquio? O motorista disse: ou é assim ou descem
todos vocês... Olhei para o chefe e disse a ele: chefe tem uma frase do
interior que diz “tá no inferno, então agarra o capeta”... Assim o fizemos e
para completar, dada à condição física de meu chefe e do outro companheiro (meu
chefe era semelhante ao chefe do Homer Simpson e o nosso colega tinha um porte
físico avantajado), então falamos a eles: finjam que se trata de uma ação de
emergência o que passaria tranquilo por um ataque cardíaco ou algo semelhante
com a vítima obviamente sendo o meu chefe...
Agora vem a parte mais tensa da
história... A sirene ligada, nós passando entre os carros a uma velocidade de
60 km/h, tirando finas e mais finas dos retrovisores e eis que um guarda olha
para nós e resolve nos escoltar... Ficamos brancos nessa hora, afinal iriamos
ser presos... Um negócio desses não se faz: utilizar de uma ambulância
indevidamente para atravessar o trânsito... Acho que bem que poderia ser a
solução para o problema de mobilidade, mas moralmente não é cabível...
Ao desfecho retomamos nossa
condição de sortudos mor... O policial estava nos acompanhando, pois tinha sido
solicitado para uma ocorrência no nosso rumo e aproveitava o ensejo para nos dar
escolta... Pouco antes de chegar ao aeroporto ele nos deixou e então suspiramos
aliviados...
hahahah...o Sr. Burns!
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