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domingo, 7 de julho de 2013

Para que serve o motel em duas histórias...

Foram dois fatos que marcaram a minha vida e que passaram em motéis... A primeira trata-se de uma estória de trabalho a segundo é um conto semineurótico protagonizado por um amigo que considero muito e que de tão inteligente teve que passar a noite em um motel...

Iniciando cronologicamente pelo segundo descrevo:

Tenho um amigo de longas datas que fez o curso superior comigo. O cara era um dos mais inteligentes da sala, notas altíssimas, programava que era um trator e fazia contas que só ele faz... O bicho quando se ‘intertia’ com um problema cabeludo só se aquietava se resolvesse a questão... Comparando grosseiramente com os meninos de hoje, ele ia até finalizar o jogo...

Pois bem, esse cara insistente como era, passou umas 8 horas tentando resolver uma questão e desenvolvendo um programa na universidade, quando se deu por conta já era 22 horas e ele teria que ir embora. Como morava perto da faculdade, parou seus trabalhos que já estavam terminados faltando apenas alguns ajustes de ordem estética, e foi para casa...

O mesmo morava com os tios, senhores de pouco mais de 65 anos e sua conclusão obvia era que os tios estariam dormindo aquela hora... Passou a mão no bolso e identificou que esquecera suas chaves...

Olhou consternado para a casa e decidiu não incomodar os senhores em seu sono... perambulou pelas ruas do bairro atrás de uma dormida, mas em bairro de subúrbio de dormida ou sua casa ou um motel... Encontrou um motel boníssimo, tipo assim um calabouço e foi entrando a pé, sozinho, com livros nas mãos, de óculos e cabisbaixo... O porteiro olha e diz: como vai ser a noite em Dr.? Ele levanta a mão e mostra ela de punhos cerrados com movimentos de vai e vem querendo dizer....

Estudo Dr... Estudo!”

A segunda estória envolve uma viagem que tive a trabalho e ocorreu no período de apagão aéreo brasileiro... A estória foi mais ou menos assim:

“Chego ao aeroporto aproximadamente duas horas antes do meu vôo, pois fui de ônibus. Deparo-me com a situação de atraso da companhia que será de umas 2 horas e que prontamente é regularizada para um atraso de 4 horas... Penso um pouco e decido procurar o que fazer, afinal, tenho que ficar no aeroporto por umas 5 horas da minha vida.

Dou aquela caminhada a la Tom Hankis no aeroporto e descubro que existiam salas de cinema lá e que, notoriamente, estava a passar um filme do Cartola em uma das salas. Obviamente me senti um sortudo, vôo para São Paulo atrasado 4 horas e um filme do Cartola para assistir, nada mais sensacional a conclusão óbvia era: vou assistir ao filme. E assim o fiz.

E não me arrependi ainda mais que ao sair da seção, encontro o letreiro com o aviso que meu vôo iria atrasar mais 2h, portanto, 6h de atraso... Agora comecei a me preocupar... Estava com vôo marcado para Congonhas e lá fecha às 10 ou é 11 horas... Iria chegar em São Paulo depois das 12h e provavelmente iria pousar em Guarulhos... Nessa hora me lembrei da frase que sempre pronuncio: ‘o que é um peidinho para quem está todo cagado’... Para confirmar minha reserva no hotel decido ligar para o atendimento deles e falar do ocorrido... Ligo e eles me falam: não podemos garantir nada, se chegar alguém depois das 10h eles o alocaram onde tiver vaga e a minha reserva era uma potencial candidata... Enfim, abstraio e prossigo na minha incursão visual no aeroporto...

Chega a hora do embarque e o vôo foi direcionado para Guarulhos e a companhia disponibilizou um ônibus para Congonhas, ou seja, pratiquei da tão almejada multimodalidade... Eis que no caminho converso com o motorista e ele me alerta que, por conta do horário, provavelmente não haverá taxi ou condução de Congonhas para qualquer parte de São Paulo, pergunto a ele se ele pode me deixar na Paulista e ele diz: Posso... Nessa hora aproximadamente 2h da madruga, tive a certeza que havia recuperado minha sorte, de repente minha vaga no hotel estaria disponível e eu precisava dormir até às 6h para me acordar, tomar banho e café e ir a reunião às 8h no local combinado.

Chego ao hotel e a recepcionista me diz: Não tem vaga... Agora era 2h em ponto... Concluo que terei que dormir na rua e como de relance avisto a placa de um motel... A salvação... vou na recepção do dito cujo e falo com a recepcionista que me diz, tem vaga, mas o quarto estava em reparos e está com ‘cheiro’, se é que pode se chamar de cheiro, de tinta. Naquela hora eu não tinha nenhuma ‘frescura’ e disse: Aceito. Vou ao quarto para o sono dos justos e dormindo cansado, com uma ‘catinga’ de tinta do carai, uma cama que parecia um repositório de acaro, um barulho ensurdecedor de frigobar com gás vazando e uma luz avermelhada ao lado, escuto repetidamente como se fora um efeito Doopler: não para, não para... ah... ah... ah... não para, não para... ah ah...


As 6h acordo, procuro um local para o meu café e vou a reunião e nela um amigo pergunta: parece que sua noite foi agitada em São Paulo em?”

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