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terça-feira, 25 de março de 2014

Aventuras em um Monza 1985 à álcool.

Mais surpreendente do que o pedido de casamento de Eduardo Sterblitch a Louise D'Tuani foi a história relatada por um conhecido em uma viagem de Brasília a Minas Gerais. 

Amigo pacato, companheiro e dedicado a família, mas infeliz por estar sem carro na capital federal decide-se, para não se ver tolhido de seu direito de ir e vir, de adquirir um Monza 1985 à álcool já no século 21, mais precisamente em 2014. 

Pensem no aperreio?

O processo em um carro desse é mais ou menos assim: puxa afogador, aperta embreagem, acelera, deixa por uns 10 minutos o carro aquecendo, depois inicia o processo de movimento uniformemente acelerado que só vai chegar aos 60 km/h após alguns minutos...

Enfim, passado três meses de intensa labuta com o carro, meu amigo decidiu devolvê-lo a quem o havia vendido o carro, seu cunhado, e eis aqui que começa a história de fato, afinal, surpreende-se quem imagina que é fácil ir de Brasília a Minas Gerais de automóvel. Caso achem fácil, peguem um Monza 1985 à álcool e tentem. Normalmente a viagem leva 12 horas, mas esta não foi bem assim. 

Inicialmente, seus primeiros 100 km transcorreram super bem até que meu amigo se empolgou com uma reta e decidiu "deitar o cabelo"... 

O carro foi nos inacreditáveis 120 km/h... E, não mais que de repente, o ponteiro do velocímetro vai baixando paulatinamente: 110 km/h e meu amigo com o pé atolado no acelerador, 100 km/h e ele empurrando o acelerador com seus dois pés... Quando chega aos 80 km/h ele nota que saia uma fumaça do capô, então decidi retirar os pés do acelerador e apertar o freio; pára e vai ver o que aconteceu... Já era coisa de 9h e ele verifica que as aulas de mecânica que havia feito no instituto universal não iria lhe tirar daquela situação e começa a pedir ajuda aos viajantes... Um caminhoneiro se comove com a situação e o reboca até o posto mais próximo. Chegando lá o caminhoneiro, ao desatar o nó da corda utilizada para puxar o carro nota que havia um adesivo no carro do órgão que fiscalizava caminhoneiros, órgão este onde meu amigo trabalha.

Meu amigo notou a situação e disse: este é um carro de um amigo... 

O caminhoneiro embrutecido e furioso disse: ainda bem que não é você que trabalha neste órgão se fosse eu quebrava o resto do carro, como você não é culpado deste órgão não fazer as coisas direito, deixarei passar... De qualquer forma, este carro só tem mais duas vidas... é igual infarto... Só precisa dá três vezes para ele não funcionar mais...

Neste momento já passava das 12h e meu amigo foi atrás de um mecânico... Havia andando apenas 150 km da viagem.... Arrumando o mecânico o mesmo cobrou uma grana ajeitar o radiador... De qualquer forma era o jeito, então dormiu no posto e no outro dia, carro novinho prosseguiu viagem, não era possível que desse errado. 

Infelizmente, a vida não é fácil e nos próximos 100 km dois pneus furaram, mesmo assim conseguiu chegar ao borracheiro que o cobrou mais um tanto e ainda teve que vender um novo aro, porque um dos do carro estava empenado e "desimbeiçando" o pneu...

Pode-se dizer que o carro estava do jeito... Mas o problema é que um Monza 1985 à álcool é igual a jumento e mulher feia, só quem procura é o dono, e esse daí só quem queria era o meu amigo, pois se fosse outro já tinha deixado ele no caminho e ido embora de ônibus... 

De qualquer forma, meu amigo tentou prosseguir com o "possante", mas eis que surge outro problema. Agora era o freio... Só havia percorrido 300 km de 800 da viagem e já tinha quebrado três coisas do carro... 

Chegou a um local mais civilizado, utilizando o freio de mão para reduzir a velocidade e andando a uma velocidade média de 40 km/h. Encontra outro mecânico que cobra mais um tanto para trocar os freios, dorme na outra cidade e prossegue viagem...

Finalmente, após 48 h chega ao seu destino, entrega o carro ao cunhado, come uma galinhada preparada por sua mãe e volta feliz da vida a Brasília, pois o feriado já estava terminando e a viagem tinha sido dura, mas o resultado tinha sido excelente. Havia se livrado do "possante" agora estava à pé o melhor carro do mundo. 

Pensem numa viagem?

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