Na manhã de domingo me levanto para fazer bruaca cearense.
Duas xícaras de farinha de trigo, duas xícaras de leite, duas colheres de açúcar e bato no liquidificador, depois, frito porções do tamanho de um descanso de copo em uma frigideira untada com manteiga ou margarina.
Nada de especial, mas os filhos adoram.
Pus-me a refletir: mas, por quê?
Eis a conclusão:
Não é o material que cria o sabor, obviamente há uma diferença entre o tipo de açúcar; ou a farinha de trigo; se coloco leite in natura em pó ou outro... Enfim, faz alguma diferença.
Mas o que importa mesmo fui encontrar nas minhas lembranças.
Lembrei da Tia Miúda e de sua bruaca de farinha de milho. I-nes-que-cí-vel!
Lembrei da bruaca da Tia Nedina com a adição de ovo e um ponto ideal.
Lembrei da panqueca (Será!) da Dona Livina, ah que “crocância”.
Lembrei da Tia Deni e o sabor doce do quitute, quase um mel e que derretia na boca nas primeiras dentadas.
Lembrei da cozinha da minha mãe, o cheiro, a saliva na minha boca, o aroma de café...
Que lembranças!
Notem, muitas mulheres e dentro delas um amor no fazer, no tratar, no lidar, no preparar a refeição, simples e sem muitos "nutrientes".
E o sabor, ah o sabor, este não é compreensível, porque não é o dos ingredientes, mas o do memorável momento de comunhão, fraternidade, amor e felicidade. A certeza de estar "embraçado", protegido e por fim, ao saciar o material, cheio de tudo que é bom não apenas de alimento do corpo, mas de alimento da alma.
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